1. Ministério
sacerdotal na Antiga Aliança x exercício ministerial na Nova Aliança.
2. O crente
como sacerdote x O sacerdote literal
3. o Papa é considerado o vigário de Cristo, o que é
isso?
4. O significado dos termos (gregos κλῆρος (klêros) e λαός (laós)
5. O sentido do verbo grego diakoneo é “servir”
6. O substantivo grego diakonia
7. O termo grego πρεσβύτερος presbyteros,
TEXTO ÁUREO
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” (Ef 4.11).
No Grego fica assim:
καὶ αὐτὸς ἔδωκεν τοὺς μὲν ἀποστόλους, τοὺς δὲ προφήτας, τοὺς δὲ εὐαγγελιστάς, τοὺς δὲ ποιμένας, καὶ διδασκάλους (Ef 4.11).
Transliterado fica assim:
Kay autos edōken tous men apostolous, tous de profetas, tous de evangelistas, tous de poimenas kay didaskalous (Ef 4.11).
1. INTRODUÇÃO
Na lição de hoje veremos a natureza do ministério sacerdotal praticado
entre os hebreus na Antiga Aliança, e o exercício ministerial na Nova Aliança.
Todo crente é chamado a
exercer o sacerdócio universal conforme o propósito divino para sua Igreja. (O profeta traz
Deus para o povo, o Sacerdote leva o povo a Deus), nesse sentido todos somos
sacerdotes, mas não no sentido literal.
1. O crente como sacerdote ministra no Corpo
Místico de Cristo
2. O sacerdote literal ministra na instituição
Quanto aos ofícios
ministeriais, o Senhor escolheu pessoas
específicas para edificar a igreja por meio dos dons ministeriais, visando
o aperfeiçoamento dos santos. (Isso acontece tanto na instituição como no Corpo
místico de Cristo).
Objetivos da Lição:
I) Apresentar a doutrina bíblica do
ministério sacerdotal observada na Antiga Aliança e praticada pelos crentes na
Nova Aliança;
II) Listar os cargos ministeriais
instituídos na Igreja Primitiva;
III) Explicar as qualificações de natureza
moral e social exigidas para o exercício ministerial.
Nesta lição, veremos o
ministério (apresentar a Série) em suas diferentes funções e ofícios, bem
como as qualificações que, biblicamente, são exigidas para o seu exercício.
Primeiramente, mostraremos que, de modo bíblico, todo cristão exerce um
ministério sacerdotal que o habilita a ministrar diante de Deus. Nesse sentido,
não há diferença entre o membro e a liderança. Todos são sacerdotes de Deus.
Mas, as Escrituras mostram que Deus escolheu determinadas
pessoas para funções e ofícios específicos (Dons Ministeriais). Esses ministros
chamados por Deus têm a função de servir à Igreja de Cristo e trabalhar no
aperfeiçoamento dos santos.
TÓPICO I. O
MINISTÉRIO SACERDOTAL DE TODO CRENTE
1. O Sacerdócio no
Antigo Testamento. A
prática do sacerdócio é bem antiga entre os hebreus. Ela saiu da esfera
familiar para se tornar uma complexa prática cerimonialista. Dessa forma, a
evolução do sacerdócio na Antiga Aliança é como segue:
(1) no princípio,
quando surgiu a necessidade de se oferecer sacrifícios, os cabeças das famílias
eram seus próprios sacerdotes (Gn 4.3; Jó 1.5);
(2) Assim, na era dos
patriarcas, encontramos o chefe da família exercendo essa função (Gn 12.8);
(3) Israel, como
nação, foi posta como sacerdote para outros povos (Êx 19.6);
(4) no Monte Sinai, o Senhor limitou a prática sacerdotal à família de Arão e à tribo de Levi (Êx 28.1; Nm 3.5-9).
2 Uma doutrina bíblica confirmada no Novo Testamento. O Novo Testamento apresenta o sacerdócio da Antiga Aliança como um tipo de Cristo (Hb 8.1) que operou o derradeiro sacrifício pelos pecados do povo. Assim, não mais uma família, tribo ou nação é detentora do sistema sacerdotal. Agora, é a Igreja que constitui o sacerdócio universal de todos os crentes (1Pe 2.5; Ap 5.10; cf. Jr 31.34). Logo, se debaixo da Antiga Aliança o sacerdote era um ministro do culto, agora, sob a Nova Aliança, como sacerdotes, oferecemos o próprio corpo em sacrifício vivo (Rm 12.1,2); ministramos o louvor como fruto de nossos lábios (Hb 13.15); intercedemos pelos outros (1Tm 2.1; Hb 10.19,20); proclamamos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9); e mantemos comunhão direta com Deus (2Co 13.13).
NOTA:
Na Bíblia, o sacerdote oferecia
sacrifícios e louvor a Deus, ensinava o povo a obedecer a Deus e tomava conta
do templo. Jesus é nosso grande sacerdote, que ofereceu o sacrifício perfeito
pelos nossos pecados e nos purificou para podermos servir como sacerdotes de
Deus (Hebreus 9:13-14; 1 Pedro 2:9).
A Bíblia diz que somos sacerdotes porque, por meio de Jesus, todos podemos entrar na presença de Deus para o adorar. Não precisamos mais de um mediador humano, pois Jesus é o verdadeiro mediador entre nós e Deus (1 Timóteo 2:5). Como sacerdotes, temos o privilégio e a responsabilidade de oferecer a Deus sacrifícios espirituais, como o nosso louvor, a nossa gratidão, a nossa obediência, a nossa oração, a nossa generosidade e o nosso serviço (Romanos 12:1; Hebreus 13:15-16; 1 Pedro 2:5).
3. Uma doutrina bíblica
resgatada na Reforma Protestante. No catolicismo romano, o sacerdócio é limitado à figura
dos padres. Não há a função sacerdotal para os membros da igreja. Nesse caso, o
Papa é considerado o Vigário de
Cristo na Terra. Por isso, cabe destacar aqui que o resgate da doutrina bíblica
do sacerdócio universal dos crentes, tal qual se encontra no Novo Testamento,
foi uma obra da Reforma Luterana do século 16.
Para o reformador alemão, “qualquer cristão verdadeiro
participa dos benefícios de Cristo e da Igreja”.
A Reforma pregou um retorno radical às Escrituras, como bem
definiu seu slogan no Sola
Scriptura (somente a Escritura). Nas páginas das Escrituras
Sagradas, podemos ver a grandeza dessa preciosa doutrina.
“A GERAÇÃO ELEITA, O
SACERDÓCIO REAL” (1Pe 2.9,10)
No Antigo Testamento, os sacerdotes oficiavam os
sacrifícios e lideravam a adoração a Deus.
Na cultura romana do século I, os sacerdotes pagãos
também lideravam os adoradores na oferta de sacrifícios e louvores aos deuses.
A imagem de sacerdócio
real cristão era, então bem clara, conhecida e poderosa para os crentes. E era
considerada uma grande honra.
O SACERDÓCIO UNIVERSAL
DO CRENTE
“A Igreja, no decurso dos séculos, sempre tendeu a dividir-se
em duas categorias gerais: o clero (gr. κλῆρος
(klêros) — ‘sorte, porção’, isto é, porção que Deus separou para si) e o laicato (gr. λαός (laós) - povo).
No Novo Testamento, no entanto, a ‘porção’ ou klêros de
Deus, refere-se a todos os crentes nascidos de novo, e não somente a um grupo
seleto.”
NOTA: A palavra klêros em grego se escreve
assim: κλῆρος.
1. O significado é “sorte, porção,
herança, cargo, ofício”. Essa palavra é usada na Bíblia para se referir à
classe dos sacerdotes, que receberam o seu ofício por sorteio (Números 18:21; Hebreus 7:5).
2. Também é usada para indicar a porção de terra que cada tribo de
Israel recebeu como herança (Josué 13:6; 14:2).
3. Outro uso é para falar da sorte que os soldados lançaram para
dividir as vestes de Jesus na cruz (Mateus 27:35; João 19:24).
TÓPICO II. A ESTRUTURA
MINISTERIAL DO NOVO TESTAMENTO
a)
Alguém enviado em uma
missão (Mt 10.2; Lc
22.14; At 13.2). Alguns requisitos podem ser destacados para alguém ser um
apóstolo: Ter estado com o Senhor Jesus (At 1.21,22); ter sido uma testemunha
da ressurreição de Jesus (At 1.22); ter visto o Senhor (At 9.1-5); ter operado
sinais e maravilhas (2Co 12.1-5). Assim, no Novo Testamento, o apostolado pode
ser visto mais como uma função do que um ofício.
b) Profeta. O profeta era alguém inspirado e
autorizado para falar em nome de Deus. Nesse aspecto, ele era um porta-voz de
Deus. No Novo Testamento, o profeta exortava e consolava (At 15.32) e trazia
revelação do futuro (At 11.27-29). Contudo, a Escritura distingue o ministério de profeta do dom da profecia.
Assim, somente alguns eram chamados para ser profetas (Ef 4.11) enquanto todos
poderiam exercer o dom da profecia (1Co 14.5,31).
c) Evangelista. É alguém cujo ministério é centrado
na salvação de almas (At 8.5; 21.8). (Vídeo evangelista e missionário)
d) Pastores e
mestres. O
pastor possui a função de apascentar (Jo 21.16) enquanto o mestre, a de ensinar
(Rm 12.7).
2.
O serviço de diáconos e presbíteros. O Novo Testamento mostra como o
diaconato foi instituído (At 6.1-7). O sentido do verbo grego (διακονέω) diakonéo é “servir/eu sirvo”
e ocorre 37 vezes ao longo do Novo Testamento. Esse significado aparece em Atos
6.2. Da mesma forma, o substantivo grego (διακονία) diakonía,
ocorre 34 vezes no texto neotestamentário. Ele também aparece com esse sentido
de “servir” em Atos 6.1.
À luz do
contexto de Atos 6, observamos que o diaconato era um serviço dedicado mais à
esfera social da igreja. Por outro lado, o (πρεσβύτερος) presbyteros, traduzido como
“presbíteros”, ocorre 66 vezes no texto grego do Novo Testamento. Em Atos
14.23, o termo é usado para se referir aos anciãos que presidiam as igrejas.
Esse mesmo sentido é usado por Lucas em Atos 20.17, quando Paulo se encontra
com os presbíteros de Éfeso. Dessa forma, o presbítero era alguém que
supervisionava, presidia ou ainda exercia alguma função pastoral.
TÓPICO III. AS
QUALIFICAÇÕES PARA O MINISTÉRIO
1. Qualificações de
natureza moral. O
apóstolo Paulo expõe as qualificações para o exercício ministerial nas suas
cartas pastorais (1Tm 3.1-15; Tt 1.5-9). Aqui listamos apenas algumas delas:
Não apegado ao dinheiro, ou seja, não avarento (1Tm 3.3); ser irrepreensível
(1Tm 3.2; Tt 1.6), ou seja, alguém que não possua nenhuma acusação válida (1Tm
3.10), o que não significa ausência de pecado, mas uma vida pessoal ilibada,
acima de qualquer acusação legítima e de algum escândalo público.
2. Qualificações de
natureza social. Ao
longo das cartas pastorais verificamos também a necessidade de qualificações de
natureza social, tais como: o aspirante ao ministério não pode ser soberbo,
isto é, arrogante e orgulhoso (Tt 1.7), uma pessoa de difícil convívio social,
alguém que, devido à sua soberba, mantém-se obstinado em sua própria opinião,
age com teimosia e arrogância; o aspirante também não pode ser irascível (Tt
1.7), truculento, violento, aquele que possui um temperamento mais colérico,
uma pessoa que não pensa duas vezes antes de agir de forma descontrolada contra
outro, desqualificando-o para ser ministro do Senhor.
3. Qualificados para o
ministério. De
acordo com as cartas pastorais, podemos afirmar que há qualificações claras
para o exercício do ministério da Igreja de Cristo. Nesse sentido, os ministros
do Corpo de Cristo têm como requisitos inegociáveis para o exercício do
ministério as qualificações morais e sociais conforme estudados aqui.
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos o ministério sob diferentes aspectos.
Vimos que a doutrina do sacerdócio universal dos crentes é inteiramente
bíblica. Todo crente tem o privilégio de apresentar a si mesmo e a outros
diante de Deus, sem a necessidade de mediadores terrenos. Vimos também que Deus
pôs na Igreja alguns para o exercício de determinadas funções específicas. Esses
ministérios devem ser vistos como dons de Deus à Igreja.