googlefc.controlledMessagingFunction Lição 8 A disciplina na Igreja - Data: 25 de fevereiro de 2024

Lição 8 A disciplina na Igreja - Data: 25 de fevereiro de 2024

 


Hoje vamos ver termos como: hagios, paideuo, katártizo e hagiástheto do grego

E Kadosh, yishrah, towkachath do hebraico e suas aplicações

OBJETIVOS DA LIÇÃO:

I) Mostrar a necessidade de disciplina na igreja;

II) Destacar que a disciplina tem como propósito preservar a honra cristã e repelir a prática do pecado;

III) Apresentar as diferentes formas de disciplina na Bíblia.

Nota:  A disciplina sempre existiu entre o povo de Deus. A disciplina tem sido o método pelo qual o Senhor preserva a santidade e a comunhão com o seu povo. Para isso Deus usou a Lei, os profetas e, por fim, seu próprio Filho anunciando a mensagem do Reino.

A disciplina não é punição, não tem a pretensão de humilhar o pecador, mas de corrigir e manter em comunhão com Deus. O Senhor só repreende e corrige os que Ele ama. Nesse sentido, o crente deve aceitar a disciplina como indispensável para melhorar o seu comportamento e testemunho cristãos.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos sobre a prática da disciplina na igreja. Embora seja muito necessária, a disciplina como prática da Igreja Cristã vem sendo esquecida e negligenciada por muitos. Uma igreja que não corrige seus membros perdeu a sua identidade, e não é mais que um mero grupo social.

O resultado disso são igrejas fracas, anêmicas e sem testemunho cristão.

TÓPICO I. A NECESSIDADE DA DISCIPLINA BÍBLICA

1.           Deus é santo. Santidade é um dos atributos de Deus e, por isso, é uma das causas que justificam a necessidade da disciplina na igreja: “Eu sou santo” “Porque eu sou o SENHOR, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus, e para que sejais santos; porque eu sou santo. (Lv 11.45)”.

Deus é santo e como tal deve ser reconhecido. Jesus mostrou na oração do Pai Nosso a necessidade de reconhecermos a santidade de Deus: “santificado seja o teu nome” (Mt 6.9).

Quando Deus se faz presente, a nossa pecaminosidade se evidencia: “E, vendo isso Simão Pedro, prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, por que sou um homem pecador” (Lc 5.8). Assim, quando o comportamento pecaminoso na vida do crente não é corrigido, a santidade de Deus deixa de ser reconhecida.

2. A Igreja é santa. Deus é santo e a igreja também deve ser: “Sede santos porque eu sou santo” (1Pe 1.16). Ao formar seu povo, tanto na Antiga como na Nova Aliança, o desejo do Senhor é que ele fosse um povo separado. Na verdade, a palavra grega hagios, traduzida como “santo”, possui o sentido de “separado” ou “consagrado”.

3. Quando a igreja não disciplina. Se a igreja, como Corpo de Cristo deve ser santa (1Co 3.16), da mesma forma o cristão, como membro desse Corpo, o deve ser também (1Co 6.19). A santidade faz parte da identidade do cristão (Ef 1.1). Logo, a falta de disciplina acaba embotando essa identidade. Surge, então, a imagem do crente “mundano” ou “carnal”. Na verdade, esses adjetivos revelam de fato um crente indisciplinado. Alguém que não tratou, ou não foi tratado, aquilo que acabou se tornando um hábito pecaminoso. Nesse sentido, a falta de disciplina acaba destruindo o limite entre o sagrado e o profano. Portanto, uma igreja que não disciplina seus membros torna-se mundana (Ap 3.19).

TÓPICO II. O PROPÓSITO DA DISCIPLINA BÍBLICA

1. Manter a honra de Cristo. Quando o pecado não é tratado na vida do crente, Cristo é desonrado: “o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós” (Rm 2.24). Se não corrigido, o comportamento pecaminoso compromete o testemunho cristão. No caso da igreja de Corinto, onde um dos seus membros adotou um comportamento flagrantemente pecaminoso sem, contudo, ter uma resposta enérgica da igreja, condenando essa prática, levou o apóstolo Paulo a censurá-la (1Co 5.2). Não é possível alguém adotar um comportamento pecaminoso sem que com isso incorra em julgamento divino (1Co 11.27-34; Ap 2.14,15).

2. Frear o comportamento pecaminoso. Outro propósito da disciplina cristã está no fato de que ela põe um freio no comportamento pecaminoso. Isso porque o pecado é algo extraordinariamente contagioso que tem poder de se alastrar com grande facilidade. “Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?” (1Co 5.6).

3. Não tolerar a prática do pecado. Em 1 Coríntios 5, o apóstolo Paulo censura os coríntios porque não estavam adotando medida alguma contra a prática do pecado por parte de um de seus membros (1Co 5.1,2). A consequência disso é que esse pecado acabaria enfraquecendo a igreja, pois uma igreja que não pratica a disciplina bíblica fatalmente fracassará. Nesse sentido, não se pode tolerar a prática do pecado, ou o comportamento pecaminoso, na igreja nem fora dela: “Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap 2.20).

“CORREÇÃO” AUXÍLIO TEOLÓGICO

Esta palavra é usada para regenerar, emendar, restaurar, disciplinar. A correção é uma função e uma responsabilidade do pai para com os seus filhos (Pv 23.13; 29.17; Jr 2.30; Hb 12.9) e de Deus para com o seu povo (Jó 5.17; Pv 3.12; Hb 12.7,9). Tanto o termo em hebraico como em grego sugere um significado duplo; instruir, guiar, argumentar; e, também, punir, castigar, reprovar.

A correção é visível em todo o processo de criação dos filhos, como sugere o termo grego mais comum paideuo, ‘educar um filho’, envolvendo tanto a orientação positiva, como a disciplina negativa, no caso de má conduta.

παιδευω paideuo

de 3816; TDNT - 5:596,753; v

1) treinar e educar crianças

1a) ser instruído ou ensinado

1b) levar alguém a aprender

2) indica a ação de Deus que pune os que ama   

2a) punir ou castigar com palavras, corrigir

2a1) indica a ação daqueles que moldam o caráter de outros pela repreensão e admoestação

2c1) indica a ação de um pai que pune seu filho

2c2) indica a ação de um juiz que ordena que alguém seja açoitado

 

3809 παιδεια paideia

1)    todo o treino e educação infantil

2)    (diz respeito ao cultivo de mente e moralidade,

e emprega ordens, admoestações, repreensão e punição).

Também inclue o treino e cuidado do corpo

3)    Em adultos indica aquilo que cultiva a alma,

pela correção de erros e contenção das paixões.

2a) instrução que aponta para o crescimento em virtude

2b) castigo, punição, (fala dos males com os quais

Deus visita homens para sua correção)

 

EM HEBRAICO o TERMO CORREÇÃO É:

 

03483 ישרה yishrah

1) correção

08433 תוכחה towkechah e תוכחת towkachath

1) repreensão, correção, censura, punição, castigo

2) argumento, reprimenda

2a) argumento, contestação

2b) reprimenda, desaprovação

2c) correção, repreensão

 

TÓPICO III. AS FORMAS DE DISCIPLINA BÍBLICA

1. A disciplina como modo de correção. As Escrituras mostram a necessidade de sermos corrigidos. A correção contribui para o crescimento e formação do caráter cristão: “Porque que filho há a quem o pai não corrija?” (Hb 12.7). Todos os crentes, de alguma forma, tiveram a necessidade de ser corrigidos em algum momento. Se alguém não é corrigido quando erra, então, segundo a Bíblia, trata-se de um bastardo e não de filho (Hb 12.8). Pedro, por exemplo, teve que ser corrigido por Paulo quando adotou uma atitude visivelmente errada em relação aos gentios (Gl 2.11-14). Quando o crente comete alguma falta e não é corrigido, a tendência é que isso acabe se tornando um hábito. O comportamento errado é reforçado. Dessa forma, o alvo da disciplina é levar aquele que pecou, ou vive na prática do pecado, à restauração e reconciliação (Gl 6.1).

2.           A disciplina como forma de restauração. A palavra grega katartizo, traduzida aqui como “encaminhai o tal” significa na verdade “restaurar”. É usada em Mateus 4.21 para se referir aos “reparos” (remendos) das redes de pescas.

καταρτιζω katártizo

restituir, preparar, emendar,

reparar o que estava quebrado ou rachado

No sentido ético: fortalecer, aperfeiçoar,

completar, tonar-se no que se deve ser

O sentido, portanto, é fazer com que a pessoa atingida pelo pecado seja restaurada ao seu anterior estado de bem-estar com Deus, da mesma forma que uma rede de pesca volta à sua utilidade após ser consertada. Nesse aspecto, dizemos que a disciplina cumpre o importante papel de restaurar o ferido, conforme a instrução do apóstolo Paulo à igreja de Corinto para que restaurasse o faltoso à comunhão (2Co 2.5-8).

3. A disciplina como modo de exclusão. Esse tipo de disciplina é também conhecido como “cirúrgica”. Isto porque o membro é cortado do Corpo de Cristo: “Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo” (1Co 5.13). Nesse caso, há um desligamento e não apenas um afastamento da comunhão: “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu” (Mt 18.18). Assim, o indivíduo perde a condição de membro pelo desligamento, já que o Senhor disse que ele passa a ser considerado “gentio” e “publicano” (Mt 18.17). Esse desligamento corta o vínculo da comunhão entre o membro e a igreja. Não há, portanto, mais vínculo entre o crente excluído por esse processo disciplinar e a igreja da qual fazia parte.

AUXÍLIO TEOLÓGICO

“DEUS DISCIPLINA SEUS FILHOS (Hb 12.4-15)

A correção de Deus é dirigida à produção de justiça e paz (Hb 12.10b,11). O autor revela o fim para o qual se destina a disciplina ou a correção de Deus. Não importa o quanto possam ser desagradáveis as experiências difíceis das nossas vidas, ou dolorosos os nossos sofrimentos, nós podemos obter consolo do fato de que ‘mais tarde’ tais experiências produzirão ‘um fruto pacífico de justiça’. O resultado, entretanto, não é automático. A palavra traduzida como ‘exercitados’ no versículo 11 é gegymnasmenois, que deriva do atletismo, onde ela significa um exercício contínuo.

O atleta diz: ‘sem esforço não há resultados’, (No Pain No Gayn), querendo dizer que somente rompendo o tecido muscular e reconstruindo tecidos mais fortes é que ele pode atingir e seu objetivo. A correção que Deus impõe nos dá oportunidades cada vez mais novas para nos exercitarmos espiritualmente.

CONCLUSÃO

Nesta lição, vimos o valor da disciplina cristã sob diferentes aspectos. A disciplina se mostra necessária quando sabemos que Deus é santo e exige que seu povo seja santo. Por outro lado, a disciplina também cumpre os propósitos de Deus quando ela conduz o cristão a se conformar com o caráter de Cristo. Uma igreja indisciplinada, portanto, perdeu o bom cheiro de Cristo (2Co 2.14).

 

 

 

 

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