googlefc.controlledMessagingFunction Lição 8 - Uma lição de humildade - Data: 25 de maio de 2025

Lição 8 - Uma lição de humildade - Data: 25 de maio de 2025

 

INTRODUÇÃO 

O tema e a Palavra-Chave do nosso estudo de hoje é a humildade. Nesta lição, vamos analisar a narrativa do capítulo 13 do Evangelho de João. Este episódio é conhecido como “Lava-Pés”, onde Jesus ensina, através do seu exemplo, a relevância da humildade para aqueles que o seguem. Este capítulo nos ensina que a verdadeira grandeza do cristão está no serviço humilde.

Os três tópicos desta lição abordarão

 1) O exemplo prático e histórico de humildade dado por Cristo;

2) Fará a relação entre humildade e autoconhecimento, reconhecendo os próprios limites;

3) Promoverá um contraste entre humildade e ostentação. Essa lição nos encoraja a refletir sobre como essa mensagem desafia nossa postura diante de Deus e do próximo, preparando os nossos corações para aprender e aplicar esse exemplo em nossas próprias vidas. 

A) Objetivos da Lição: 

Abordar o exemplo prático e histórico de humildade dado por Cristo;

Correlacionar a humildade com o autoconhecimento;

Promover contraste entre humildade e ostentação.

 

TEXTO ÁUREO

Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.” (Jo 13.15).

 A palavra "exemplo" vem do latim exemplum, que significa "modelo, padrão, ilustração".

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 13.1-10. 

1 — Ora, antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.

2 — E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse,

3 — Jesus, sabendo que o Pai tinha depositado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus, e que ia para Deus,

4 — Levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se.

5 — Depois, pôs água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxuga-los com a toalha com que estava cingido.

6 — Aproximou-se, pois, de Simão Pedro, que lhe disse: Senhor, tu lavas-me os pés a mim?

7 — Respondeu Jesus e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois.

8 — Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.

9 — Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça.

10 — Disse-lhe Jesus: Aquele que está lavado não necessita de lavar senão os pés, pois no mais todo está limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos.

I. UMA HISTÓRIA REAL SOBRE A HUMILDADE 

1. O lava-pés. Nesta passagem do Evangelho de João, quando Jesus lavou os pés dos Discípulos, Ele utiliza o exemplo de um servo da casa para transmitir uma lição sobre a humildade dentro do Reino de Deus. O capítulo menciona que este episódio ocorreu pouco antes da Páscoa (13.1), quando Ele celebrou a última Ceia Pascal com os seus discípulos. Nesta ceia, Jesus instituiu o que viria a ser conhecido como Santa Ceia ou Ceia do Senhor, um encontro solene que realizamos atualmente. Durante essa ocasião, Jesus rompeu o protocolo tradicional da Ceia Pascal, conferindo-lhe um significado único: ao lavar os pés dos seus discípulos, Ele ilustra a humildade como uma virtude essencial para os seus seguidores na expansão da Igreja pelo mundo.

NOTA: O ato de lavar os pés tem raízes na cultura judaica e no contexto do Oriente Médio antigo. Na tradição judaica, lavar os pés era um gesto de hospitalidade e respeito, especialmente porque as pessoas costumavam caminhar longas distâncias em terrenos poeirentos e arenosos. Quando um convidado chegava a uma casa, era comum que o anfitrião providenciasse água para que ele lavasse os pés, ou que um servo realizasse essa tarefa.

No relato bíblico do Lava-pés de Cristo, Jesus lavou os pés dos discípulos durante a Última Ceia, um gesto que surpreendeu seus seguidores porque era algo normalmente feito por servos. Esse ato simbolizou humildade, serviço e amor ao próximo, valores que já estavam presentes na tradição judaica, mas que Jesus enfatizou de maneira ainda mais profunda.

Embora a lavagem dos pés não fosse um ritual religioso formal no judaísmo, ela carregava um significado de purificação e preparação para momentos importantes, como estar na presença de Deus ou de pessoas de grande importância. Esse simbolismo foi resgatado por Jesus para ensinar sobre humildade e serviço mútuo.

No Antigo Testamento, vemos referências à lavagem dos pés como um gesto de hospitalidade e respeito. Por exemplo, quando Abraão recebeu três visitantes em sua tenda, ele ofereceu água para que lavassem seus pés (Gênesis 18:4). Da mesma forma, no livro de 1 Samuel, Abigail lava os pés dos servos de Davi como um ato de humildade e submissão (1 Samuel 25:41).

Nos tempos de Jesus, era comum que os anfitriões oferecessem água para os convidados, e em casas de pessoas mais ricas, um servo realizava esse serviço. No entanto, Jesus inverteu os papéis ao lavar os pés dos discípulos, algo que normalmente seria feito por um subordinado.

Pedro quase recusou o Lava-pés – Quando Jesus se ajoelhou para lavar os pés de seus discípulos, Pedro inicialmente recusou, dizendo que isso não deveria acontecer (João 13:6-8). Porém, quando Jesus explicou que esse gesto era necessário, Pedro mudou de ideia e, empolgado, pediu que Jesus lavasse não apenas seus pés, mas também suas mãos e cabeça! Isso mostra o impacto profundo do momento.

“Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu te não lavar, não tens parte comigo.” (João 13: 8).

Hebraico Transliterado: "Amar lo Kefa: Le'olam lo tirechabes et ragelai. Aná lo Yeshua: Im lo achabes otach, ein lecha chelek imi."

"Disse-lhe Simão Pedro: Senhor, não só os meus pés, mas também as mãos e a cabeça." (João 13: 9).

Hebraico Transliterado: "Amar lo Shimón Kefa: Adoni, lo rak ragelai, ela gam yadai ve-roshi."

O contraste com Judas – Jesus lavou os pés de todos os discípulos, incluindo Judas, que já havia decidido traí-lo. Esse detalhe é poderoso porque mostra que o amor e a humildade de Jesus se estendiam até mesmo aos que iriam traí-lo. 

2. O desenvolvimento da história. No capítulo 13, o Mestre tomou uma bacia com água e uma toalha, levantou as pontas das suas vestes e atou-as à cintura. Pegou nas mangas longas e largas das suas roupas masculinas típicas da época e amarrou-as atrás do pescoço. Este gesto era uma forma de “cingir-se” para realizar trabalho, permitindo que tivesse as mãos e as pernas livres para realizar a tarefa do ato de “Lava-Pés”. Este costume nos tempos bíblicos fazia parte dos cuidados prestados aos convidados por parte do senhor da casa. Ao chegar à residência designada para a Ceia, Jesus verificou que não havia nenhum servo disponível para lavar os pés dos convivas.

3. A mudança de paradigma. Uma mudança de paradigma é uma transformação profunda na maneira como se entende ou interpreta um conceito, uma ciência ou até mesmo um modelo social.

NOTA: A palavra "paradigma" vem do grego antigo παράδειγμα (parádeigma), que significa "modelo, exemplo" ou "padrão".

Esse termo é formado por: "pará" (παρά) – que indica proximidade, comparação ou algo colocado ao lado; e "deigma" (δεῖγμα) – que significa "amostra, exemplo" ou "demonstração".

No latim, o termo foi adaptado para "paradigma", mantendo a ideia de modelo ou referência. Na filosofia e na ciência, "paradigma" passou a representar um conjunto de conceitos ou padrões que orientam o pensamento dentro de uma área específica

Como anfitrião daquela ceia, após o encerramento dessa reunião única e tradicional — surpreendendo os discípulos - Jesus começou a ensinar através do Lava-Pés, que o caminho do Reino de Deus é trilhado com humildade (Jo 13.2,4). Ele mostrou que a humildade representa a verdadeira grandeza espiritual do seguidor do Evangelho. Por isso, utilizou um gesto cotidiano para exemplificar esta atitude humilde. É evidente, neste episódio, que o Cristianismo só se tornará eficaz e alcançará o propósito do Reino de Deus se os valores ensinados pelo Mestre forem realmente praticados pelos seus seguidores. Entre esses valores destaca-se a humildade genuína interiorizada nos corações dos discípulos, recebendo especial atenção do divino Mestre, que era manso e humilde de coração (Mt 11.29).

SINOPSE I

O exemplo histórico de humildade que nosso Senhor deu aos discípulos é prático, atual e atemporal.

 

II. HUMILDADE IMPLICA AUTOCONHECIMENTO 

1. Conhecendo a própria natureza. Conforme (Jo 13.3), Jesus tinha plena consciência de quem era, entendia o seu papel e a sua relevância como Senhor e Mestre: “Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado nas suas mãos todas as coisas, e que havia saído de Deus, e que ia para Deus” (Jo 13.3). Por isso, Ele deliberadamente trocou o seu papel de Senhor pelo de um simples servo para ensinar aos seus discípulos a importância da humildade. Dessa forma, é essencial que conheçamos a nossa natureza. Por causa do pecado, temos dificuldade de nos submetermos aos outros e de nos humilharmos; frequentemente preferimos olhar de cima para baixo, raramente de baixo para cima. Assim sendo, Jesus Cristo, na sua posição de Senhor e Mestre, ensina-nos a virtude da humildade: “Eu vos dei o exemplo” (Jo 13.15).

2. O exemplo deixado por Jesus. Pense no Verbo Divino, repleto de glória e poder, que abdica da sua majestade para vivenciar a experiência humana. Como menciona o Evangelho: “não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai, que me enviou” (Jo 5.30). Assim sendo, Ele tornou-se carne e experimentou a nossa condição. Esta compreensão doutrinária sobre a encarnação de Jesus confere um significado ainda mais profundo ao episódio do lava-pés, onde estava o Deus Encarnado lavando os pés de pessoas comuns. À luz deste exemplo, não deveria ser tão difícil servir aos outros ou submeter-nos à liderança dos nossos irmãos; desviar a nossa própria vontade em favor da vontade divina deveria ser algo natural. No entanto, a nossa natureza pecaminosa torna árdua a prática do serviço e o cultivo da humildade. Por isso mesmo, o Apóstolo Paulo faz este apelo: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus” (Fp 2.5,6).

3. O maior no Reino de Deus. O nosso Senhor percebia que existiam momentos em que os seus discípulos se preocupavam com quem seria considerado o maior (Lc 22.25-27). Contudo, Ele — sendo Deus e não reivindicando igualdade com Deus (Fp 2.5) — ensinava aos discípulos qual deveria ser o verdadeiro espírito entre eles; especialmente após sua partida: no Reino de Deus prevalece sempre a ideia de “o primeiro serve o último”. Portanto, no Reino de Deus deve haver humildade como verdadeira motivação para o serviço; nunca egoísmo ou interesses pessoais. 

SINOPSE II

A virtude da humildade possibilita-nos reconhecer as nossas limitações e, dessa forma, evitar a armadilha da soberba. 

III. HUMILDADE X OSTENTAÇÃO 

1. Uma competição silenciosa. Jesus estava ciente de que, entre os seus discípulos, existia uma competição discreta em busca de proeminência e liderança, como é retratado nos Evangelhos (Lc 9.46,47; Mc 9.34). Já havia preocupações entre eles sobre quem ocuparia o lugar mais destacado num eventual reino de Jesus. O que Jesus demonstra é que tal espírito não deve prevalecer entre seus seguidores. Os líderes na causa do Mestre não podem iniciar a sua jornada de forma errada.

2. O caminho humilde de Jesus. 

NOTA: Jesus sofreu três grandes humilhações:
Da Divindade para a humanidade
Da vida para a morte
Da Terra para o sheol/hades

E no episódio em estudo de Senhor pra servo. 

Através do episódio do lava-pés, Jesus revelou que o caminho dos seus discípulos não tem como base a busca do sucesso material, notoriedade ou ambição, mas sim a capacidade de servir o próximo de maneira humilde. Desta forma, a Igreja de Cristo estaria em desacordo com a dinâmica mundana da ostentação e da presunção. O serviço amoroso e humilde é característico da Igreja de Cristo. Assim, não haveria espaço para disputas, a fama seria deixada de lado e a ambição afastada. Por meio do exemplo modesto de Jesus no episódio do lava-pés, as consciências dos discípulos foram despertadas (Jo 13.13,14).

3. Um convite à humildade. A vida e os ensinamentos do nosso Salvador constituem um convite para aprendermos com Ele sobre mansidão e humildade (Mt 11.29). Nesse sentido, somos convidados por Jesus a cultivar um coração humilde, desprovido das armadilhas da ambição, da ostentação e do egoísmo. Somos chamados a partilhar dos mesmos sentimentos que pautaram a sua vida e ministério terreno (Fp 2.5-8). Assim sendo, a lição do lava-pés é um apelo para vivermos uma existência de humildade diante de Deus em todas as circunstâncias da vida.

NOTA: AmbiçãoVem do latim ambitio, o latim ambitio originalmente significava "ato de ir ao redor" ou "circundar". Esse sentido vem do verbo ambire, que significa "circular, rodear". Na Roma Antiga, ambitio estava ligado à prática dos políticos que percorriam as ruas buscando apoio para suas candidaturas, o que gerou a ideia de "busca por reconhecimento ou votos". Com o tempo, a palavra adquiriu um significado mais amplo e passou a representar o desejo intenso por sucesso, poder ou conquista—o que hoje chamamos de "ambição".

OstentaçãoDeriva do latim ostentatio, que vem do verbo ostentare, significando "mostrar, exibir". Inicialmente, tinha o sentido de demonstração evidente de algo, mas evoluiu para significar exibição exagerada de riqueza ou poder.

Egoísmo – Originado do latim ego, que significa "eu", combinado ao sufixo - ismo, que indica doutrina ou atitude. O termo passou a designar a atitude de priorizar excessivamente os próprios interesses, sem considerar os outros. 

SINOPSE III

A humildade não compete, ela coopera; a humildade não busca notoriedade, ela busca o servir; a humildade não obriga, ela convida.

VERDADE PRÁTICA 

A submissão e o serviço são características de maturidade e grandeza no percurso do crescimento espiritual do cristão.

CONCLUSÃO

Nesta lição, abordamos a relevância da virtude da humildade para um melhor autoconhecimento. Deste modo, começamos a perceber os nossos limites e aquilo que nos diz respeito ou não. Compreendemos que a humildade se opõe a uma cultura de ostentação, à busca desenfreada pela fama e a outros objetivos que nada têm a ver com a simplicidade do Evangelho. Dessa forma, podemos seguir o caminho humilde do nosso Senhor.

REVISANDO O CONTEÚDO

1. Segundo João 13, como se manifestava o ato de “cingir-se”?

No capítulo 13, o Mestre tomou uma bacia com água e uma toalha, levantou as pontas das suas vestes e atou-as à cintura. Pegou nas mangas longas e largas das suas roupas masculinas típicas da época e amarrou-as atrás do pescoço.

2. Conforme a lição, o que a humildade representa?

A humildade representa a verdadeira grandeza espiritual do seguidor do Evangelho.

3. Por qual razão Jesus trocou os papéis de Senhor e Servo em João 13, segundo a lição?

Ele deliberadamente trocou o seu papel de Senhor pelo de um simples servo para ensinar aos seus discípulos a importância da humildade.

4. O que Jesus percebia sobre os discípulos, conforme abordado na lição?

O nosso Senhor percebia que existiam momentos em que os seus discípulos se preocupavam com quem seria considerado o maior (Lc 22.25-27).

5. Para quê propósito a vida e os ensinamentos de Jesus nos convidam?

A vida e os ensinamentos do nosso Salvador constituem um convite para aprendermos com Ele sobre mansidão e humildade (Mt 11.29).

 

 


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