INTRODUÇÃO
Na lição desta semana, vamos estudar o episódio de João
11, sublinhando o milagre da ressurreição de Lázaro como uma prova
do poder de Jesus sobre a morte e a validação da sua identidade divina como a “Ressurreição
e a Vida”.
Para entender melhor este tema,
a lição foi organizada em três tópicos principais:
1.
O objetivo de Jesus ao realizar o milagre da ressurreição de
Lázaro, que vai além das circunstâncias imediatas para manifestar a glória de
Deus;
2.
O encontro transformador de Marta com Jesus, que reforça a sua
fé;
3.
A doutrina bíblica da Ressurreição do Corpo, que nos ensina
sobre a esperança futura na superação da morte.
NOTA: Além de Jesus, outros
personagens bíblicos também realizaram milagres de ressurreição. Aqui estão
alguns exemplos:
- Elias ressuscitou o filho da viúva de
Sarepta (1 Reis 17:22).
- Eliseu trouxe de volta à vida o filho da
sunamita (2 Reis 4:34) e, de forma surpreendente, um homem ressuscitou ao
tocar em seus ossos (2 Reis 13:21).
- Pedro ressuscitou Tabita (Dorcas) em Jope
(Atos 9:40).
- Paulo ressuscitou Êutico, que havia caído de uma janela e morrido (Atos 20:9-10).
Objetivos da Lição:
Identificar o propósito de Jesus no milagre
da ressurreição de Lázaro, evidenciando a glória de Deus;
Analisar de que forma o diálogo entre Jesus e
Marta reforçou e solidificou a fé da irmã de Maria;
Apresentar a doutrina bíblica da Ressurreição
do Corpo, evidenciando a sua importância para a esperança cristã na vida
eterna.
Palavra-Chave: VIDA (Veja o vídeo sobre Vida)
TEXTO ÁUREO
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá;” (Jo 11.25).
Grego Bíblico: εἶπεν α ὐτῷ ὁ Ἰησοῦς· ἐγώ εἰμι ἡ ἀνάστασις
καὶ ἡ ζωή· ὁ πιστεύων εἰς ἐμὲ, κἂν ἀποθάνῃ, ζήσεται. (João 11:25)
Transliteração: Eipen autō ho Iēsous: egō eimi hē anastasis kai hē zōē; ho pisteuōn eis eme, kan apothanē, zēsetai.
NOTA: Vamos aprofundar o
significado das palavras ἀνάστασις (anástasis) e ζωή (zōē) no
contexto bíblico.
ἀνάστασις (anástasis) –
Ressurreição
A palavra anástasis significa
literalmente "levantar-se
novamente" ou "ficar de pé novamente". No Novo Testamento, ela é usada para descrever a
ressurreição dos mortos, tanto a de Jesus Cristo quanto a futura ressurreição dos crentes.
A ressurreição é um dos pilares da fé cristã, pois representa a vitória sobre a
morte e a promessa da vida eterna. Em João 11:25, Jesus declara que Ele próprio
é a ressurreição (egō eimi hē anastasis), enfatizando que aqueles que
creem Nele terão vida, mesmo após a morte. (egō eimi hē anastasis kai hē zōē)
ζωή (zōē) – Vida
A palavra zōē refere-se à vida, especialmente à
vida eterna em Cristo. No Novo Testamento, essa palavra é frequentemente
usada para descrever a
vida que Deus concede aos que creem Nele. Em João 10:10, Jesus diz: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham em
abundância" (Egō ēlthon hina zōēn
echōsin kai perisson echōsin), destacando que a vida em Cristo
não é apenas existência, mas uma vida plena e significativa.
A conexão entre ressurreição e
vida
Quando Jesus diz "Eu sou a ressurreição e a vida", Ele está afirmando que Nele há poder para vencer a morte e conceder vida eterna. Essa declaração não apenas conforta aqueles que enfrentam a perda, mas também reforça a esperança cristã na ressurreição futura.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João
11.14,15,17-21,23-27.
14 — Então, Jesus
disse-lhes claramente: Lázaro está morto,
15 — e folgo, por
amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis.
17 — Chegando, pois,
Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura.
18 — (Ora, Betânia
distava de Jerusalém quase quinze estádios.)
19 — E muitos dos
judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão.
20 — Ouvindo, pois,
Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada em
casa.
21 — Disse, pois,
Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
23 — Disse-lhe
Jesus: Teu irmão há de ressuscitar.
24 — Disse-lhe
Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último Dia.
25 — Disse-lhe
Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto,
viverá;
26 — e todo aquele
que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu isso?
27 — Disse-lhe ela: Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.
I. O PROPÓSITO DE JESUS
1. Recebimento da notícia sobre Lázaro. Nos
Evangelhos, Jesus realizou diversos milagres de ressurreição, incluindo o do filho da viúva de Naim (Lc 7.11-15) e o da filha de Jairo (Mc 5.22,23,35-42). O milagre da ressurreição de Lázaro é o que estamos abordando. Este
é o último dos sete sinais (milagres) encontrados no Evangelho de João e
representa a manifestação final de Jesus como Filho de Deus antes da sua
crucificação. O capítulo 11 liga-se ao contexto do capítulo 10, em que Jesus se
afasta de Jerusalém após uma tentativa de prisão e se dirige para além do
Jordão (Jo 10.40-42). Ao ser informado sobre a doença de Lázaro, Jesus estava
já a leste do Jordão (Jo 10.40) e levaria alguns dias até chegar a Betânia,
onde encontrou Lázaro morto há quatro dias (Jo 11.17).
NOTA: Porque
Jesus só chegou no quarto dia?
Há interpretações que sugerem que Jesus esperou quatro dias para ressuscitar Lázaro porque, segundo uma crença judaica popular da época, acreditava-se que o espírito da pessoa falecida permanecia próximo ao corpo por três dias antes de partir definitivamente. Assim, ao realizar o milagre no quarto dia, Jesus demonstrou que a ressurreição de Lázaro era um ato divino e não apenas uma recuperação natural. Além disso, essa demora também serviu para fortalecer a fé dos discípulos e das pessoas ao redor, mostrando que o poder de Deus transcende qualquer crença humana sobre a morte.
2. O desapontamento de Maria e Marta. O
versículo 3 expressa a esperança de Maria e Marta em relação à chegada de Jesus
para ajudá-las. Pelo
carinho e amizade que o Mestre tinha por sua família, elas desejavam
ardentemente que Jesus chegasse rapidamente (Jo 11.5). No entanto, a
visita dEle no tempo de Maria e Marta não se
concretizou. É fundamental destacar que a vontade soberana de Deus não está
sujeita às circunstâncias humanas, por mais difíceis que estas sejam. Contudo,
Jesus nunca chega atrasado nem adiantado no cumprimento da vontade do Pai. Ele
chegou a Betânia no momento
certo(Kairós), ainda que após o sepultamento de Lázaro.
NOTA: Kairós é o "momento oportuno" ou "tempo certo". Na filosofia grega, Kairós representa um tempo qualitativo, um instante ideal para que algo aconteça, diferente de Chronos, que é o tempo cronológico e mensurável. Na Bíblia, Kairós é frequentemente associado ao "tempo de Deus", um período determinado para que eventos importantes ocorram. As irmãs de Lázaro como todo humano, regidas pelo Chronos, esperavam que Jesus chegasse logo, antes do sepultamento, mas Ele chegou no Kairós, no momento oportuno.
3. O tempo divino. Maria e Marta acreditavam que, se Jesus estivesse em Betânia, Ele poderia realizar um milagre na vida de Lázaro. Elas tinham plena consciência de que Ele era o Filho de Deus. No entanto, o plano do Pai não coincidia com o delas. Apesar da desilusão e da tristeza, Maria e Marta iriam vivenciar uma experiência extraordinária de espera, que envolveria a perda do ente querido, a ausência temporária de Jesus e a chegada aparentemente tardia do Senhor (Jo 11.14,17-22). Contudo, Jesus Cristo estava prestes a realizar um magnífico milagre, que glorificaria a Deus e traria consolo àquela família.
SINOPSE I
O propósito de Jesus no milagre
da ressurreição de Lázaro era revelar a glória de Deus e fortalecer fé dos
discípulos.
II. O ENCONTRO DE MARTA COM JESUS
1. O encontro.
- 20 — Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa.
- 21 — Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
O versículo 20 descreve o momento
em que Marta se encontra com Jesus. Assim que soube que
o Senhor estava na cidade, Marta foi ao encontro dele. Ao vê-lo, expressou a
sua convicção de que, se o Mestre estivesse presente quando Lázaro ainda estava
doente, o seu irmão não teria falecido (Jo 11.21). Jesus afirmou que
Lázaro iria “ressuscitar” (v.23). Embora Marta acreditasse que Jesus poderia
realizar um milagre extraordinário (v.22), ela não percebeu que o Senhor falava
sobre a ressurreição de Lázaro naquele momento específico (Jo 11.24). Na realidade, viver entre a
promessa do Senhor Jesus e as circunstâncias da vida é um grande desafio para a
fé. No entanto, aquEle que é a ressurreição e a vida estava ali diante
dela (vv.25,26).
2. Quando Lázaro ressuscitará? O diálogo
entre Marta e Jesus revela que ela cria na doutrina da ressurreição dos mortos,
tal como era ensinada no Judaísmo: “Eu sei que há de
ressuscitar na ressurreição do último Dia” (Jo 11.24). Mas, Jesus não se referia à
Ressurreição do Último Dia, como ela pensava, mas à realidade daquele instante
presente. Para ilustrar essa verdade, Ele declara: “Eu sou a
ressurreição e a vida” (v.25). Enquanto Marta
apresentava uma doutrina defendida pelos fariseus, embora correta e verdadeira,
nosso Senhor revelou a doutrina da Ressurreição
associada à sua própria Pessoa ao trazer Lázaro de volta à vida de maneira
concreta (vv.43,44).
3. Promessa de vida. Na resposta de Jesus à Marta, quando Ele afirma ser a “ressurreição e a vida” (Jo 11.25), encontramos pelo menos duas lições valiosas. Primeiro, a soberania do Filho sobre a morte e a vida; ao se identificar como a “ressurreição”, Ele coloca-se como fonte de toda vida, tanto no plano material quanto espiritual. Segundo, existe uma gloriosa promessa de vida para “quem crê em Cristo” (v.26) nos sentidos — tanto material quanto espiritual — pois uma vida entregue a Cristo é uma vida plena.
SINOPSE II
O diálogo entre Jesus e Marta fortaleceu sua fé e revelou verdades profundas sobre quem Ele é.
III. A DOUTRINA BÍBLICA DA RESSURREIÇÃO DO CORPO
1. A Ressurreição do Corpo. O milagre da ressurreição física
de Lázaro, realizado por Jesus, não foi o único (Jo 11.23,24). Outros
milagres semelhantes estão registrados nos Evangelhos. No entanto, ao contrário
do que aconteceu com Lázaro, que voltou a morrer, em
João 5 o nosso Senhor menciona a Ressurreição do Corpo para os últimos dias,
quando os salvos não experimentarão mais a morte (Jo 5.28,29). A
doutrina da Ressurreição do Corpo é um elemento essencial do Cristianismo
Bíblico. O apóstolo Paulo refere-se à mesma ressurreição que abrange todos os
mortos, justos e injustos, diferenciando os tempos (1Co 15). Assim sendo, os justos ressuscitarão quando a
trombeta tocar durante o Arrebatamento da Igreja; os mortos voltarão à vida e
seus corpos serão gloriosamente transformados junto com os justos (1Co 15.42;
1Ts 4.13-17); por outro lado, os injustos ressuscitarão no Juízo Final e receberão um corpo inglório destinado à condenação eterna
(2Ts 1.9; Ap 20.11-15).
NOTA: Durante o
ministério terreno de Jesus, a Bíblia registra que Ele ressuscitou três
pessoas:
- A filha de Jairo – Uma menina de 12 anos que
havia falecido antes de Jesus chegar à sua casa. Ele disse: "Menina,
levante-se!" e ela voltou à vida.
- O filho da viúva de Naim – Um jovem que
estava sendo levado para o sepultamento quando Jesus interrompeu o cortejo
e ordenou que ele se levantasse.
- Lázaro – Um amigo próximo de Jesus que já
estava morto há quatro dias quando Jesus o chamou para fora do túmulo.
Além das três pessoas que Jesus
ressuscitou diretamente, há relatos de ressurreições
que ocorreram de forma indireta durante Seu ministério. Um exemplo notável é a ressurreição de muitos santos após a
morte de Jesus. O Evangelho de Mateus menciona que, quando Jesus
entregou Seu espírito, houve um grande terremoto e muitos corpos de santos que haviam morrido
foram ressuscitados e apareceram para muitas pessoas em Jerusalém (Mateus
27:51-53). Embora essa ressurreição tenha ocorrido após
a crucificação, ela está diretamente ligada ao ministério de Jesus e ao impacto
de Sua obra redentora.
2. Da morte para a vida. Na conversa entre
Jesus e Marta também se evidenciava a perspectiva da doutrina da Ressurreição
do Corpo (Jo 11.26). “e
todo aquele que vive e crê em mim nunca morrerá. Crês tu isso?” A expressão “nunca morrerá”,
mencionada no versículo 26, indica que embora o salvo em Cristo experimente a
morte física, nunca enfrentará a morte espiritual. Aqui Jesus fala de algo que vai
além da compreensão humana e distingue entre vida natural e vida eterna.
Assim sendo, conforme diz “ainda que esteja morto
viverá” (v.25), para o crente a morte não representa um fim sem esperança.
Pelo contrário, sob uma ótica bíblica e segundo os ensinamentos de Jesus, a
morte é uma transição para a vida eterna, onde a Ressurreição do Corpo marca o
início de uma nova realidade e natureza espiritual.
3. Uma viva esperança. O relato sobre a ressurreição de Lázaro demonstra como Jesus Cristo abordou o tema da morte de entes queridos. Ele sentiu compaixão, chorou e manifestou preocupação porque sabia das dores causadas pela morte (Jo 11.35-39). Ao declarar Lázaro: “Lázaro, vem para fora” (v.43), nosso Senhor revela aquilo que o Deus Todo-Poderoso realizará na vida de todos aqueles que morreram em Cristo (Jo 14.3). Ao ressuscitar Lázaro, Ele evidencia concretamente que também ressuscitará dentre os mortos aqueles que foram salvos; esta é a nossa viva esperança!
SINOPSE III
A doutrina bíblica da Ressurreição do Corpo mostra relevância para a esperança da vida eterna na vida do cristão.
VERDADE PRÁTICA
O Senhor Jesus Cristo é a
ressurreição e a vida, e por essa razão, temos a garantia de que um dia teremos
um corpo glorioso como o dEle.
CONCLUSÃO
Esta lição explorou o diálogo entre Jesus e Marta, onde se manifestaram as dúvidas da irmã de Maria juntamente com as questões referentes à doutrina da Ressurreição do Corpo. O milagre realizado na ressurreição de Lázaro ilustra uma verdade muito mais ampla e profunda: haverá um tempo em que aqueles que morreram em Cristo ressuscitarão e terão seus corpos gloriosamente transformados. Esta doutrina pode ser ilustrada por meio do episódio da ressurreição de Lázaro.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. O que é que João
11.3 revela?
João 11.3 expressa a esperança de
Maria e Marta em relação à chegada de Jesus para ajudá-las.
2. Qual é a primeira
lição encontrada na resposta de Jesus a Marta?
Primeiro, é a soberania do Filho sobre a morte e a vida; ao se identificar como a “ressurreição”.
3. Qual é a segunda
lição contida na resposta de Jesus a Marta?
Segundo, existe uma gloriosa
promessa de vida para “quem crê em mim” (v.26). Assim sendo, aqueles que creem
em Cristo recebem uma abundância de vida em todos os sentidos.
4. O que indica a
expressão “nunca morrerá”?
A expressão “nunca morrerá”,
mencionada no versículo 26, indica que embora o salvo em Cristo experimente a
morte física, nunca enfrentará a morte espiritual.
5. Qual é a nossa
esperança viva?
Ao ressuscitar Lázaro, Ele
evidencia concretamente que também ressuscitará dentre os mortos aqueles que
foram salvos; esta é a nossa viva esperança!