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INTRODUÇÃO
Neste trimestre vamos estudar a Igreja de Jerusalém conforme apresentada em Atos dos Apóstolos. Veremos como essa igreja se formou, viveu e expandiu o Evangelho para fora da Judeia. Nesta primeira lição, estudaremos como a Igreja nasceu — de Jerusalém para o mundo — como uma igreja pentecostal. A Igreja nasceu no dia de Pentecostes. Esse evento marcou o início de uma nova era: a era da Igreja. O Pentecostes era uma das festas mais importantes dos judeus e acontecia cinquenta dias depois da Páscoa. Foi nesse dia especial que Deus derramou o Espírito Santo sobre todos os discípulos, batizando-os e o Pentecostes marca o início da Igreja como uma comunidade de profetas, como foi profetizado por Joel (Jl 2.28). No livro de Atos, Lucas ensina que esse acontecimento tinha um significado especial para o fim dos tempos, pois já havia sido anunciado pelos profetas o Antigo Testamento. Além disso, o Pentecostes foi uma prova clara de que Jesus havia ressuscitado. O propósito desse derramamento do Espírito Santo foi dar poder à Igreja para testemunhar de Cristo ao mundo e levá-la à verdadeira adoração. Isso é o que veremos nesta lição.
Palavra-Chave: PENTECOSTES
A lição está dividida em três tópicos:
I. A NATUREZA DO PENTECOSTES BÍBLICO
II. O PROPÓSITO DO PENTECOSTES BÍBLICO
III. CARACTERÍSTICAS DO PENTECOSTES BÍBLICO
Objetivos da
Lição:
Apresentar a
natureza do Pentecostalismo Bíblico
Enfatizar o
propósito do Pentecostalismo Bíblico
Elencar as características do Pentecostalismo Bíblico.
TEXTO ÁUREO
“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras
línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” (At
2.4).
Texto
original:
Atos 2:4 em grego bíblico (texto da Bíblia Grega Bereana):
καὶ ἐπλήσθησαν πάντες πνεύματος ἁγίου, καὶ ἤρξαντο
λαλεῖν ἑτέραις γλώσσαις καθὼς τὸ πνεῦμα ἐδίδου ἀποφθέγγεσθαι αὐτοῖς.
Transliteração:
kai eplēsthēsan pantes pneumatos hagiou, kai
ērxanto lalein heterais glōssais kathōs to pneuma edidou apophthengesthai
autois.
Avaliando
cada palavra no grego:
καὶ ἐπλήσθησαν πάντες πνεύματος ἁγίου
— kai eplēsthēsan pantes pneumatos hagiou
→ “E todos foram cheios do Espírito Santo”
- ἐπλήσθησαν (eplēsthēsan):
foram cheios, preenchidos
- πάντες (pantes):
todos
- πνεύματος
ἁγίου (pneumatos hagiou): do Espírito Santo
καὶ ἤρξαντο λαλεῖν ἑτέραις γλώσσαις
— kai ērxanto lalein heterais glōssais
→ “e começaram a falar em outras línguas”
- ἤρξαντο (ērxanto):
começaram
- λαλεῖν (lalein):
a falar
- ἑτέραις γλώσσαις (heterais glōssais): em outras
línguas
As palavras gregas ἕτερος (heteros) e ἄλλος (allos) são ambas
traduzidas como “outro” ou “diferente”, mas têm nuances
distintas que fazem toda a diferença no Novo Testamento.
ἄλλος (allos) – “outro do mesmo tipo”
- Refere-se
a outro da mesma espécie, natureza ou categoria.
- Exemplo
clássico: João 14:16 — Jesus promete enviar “outro Consolador” (allon
parákleton), indicando alguém como Ele mesmo, da mesma
essência.
ἕτερος (heteros) – “outro de tipo diferente”
- Refere-se
a algo ou alguém de natureza diferente, de outra espécie.
- Exemplo: Gálatas 1:6–7 — Paulo fala de “outro evangelho”
(heteron euangelion), que não é o mesmo
evangelho verdadeiro, mas um diferente em essência.
Versão
Almeida Revista e Corrigida (ARC) (Gálatas 1:6)
6 Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à
graça de Cristo para outro
evangelho,
Grego
Bíblico Transliterado
6 Thaumázō hóti hoútōs tachéōs metatíthesthe apò toû kalésantos humâs en chári Christoû eis héteron euangélion
Em Atos 2:4, os discípulos falam em ἑτέραις γλώσσαις (heterais glōssais) — “outras línguas”. O uso de (ἑτέραις heterais) aqui indica que eram línguas diferentes das que eles normalmente falavam, ou seja, idiomas estrangeiros, não apenas variações do mesmo idioma.
καθὼς τὸ πνεῦμα ἐδίδου ἀποφθέγγεσθαι αὐτοῖς
— kathōs to pneuma edidou apophthengesthai autois
→ “conforme o Espírito lhes concedia que falassem”
- καθὼς (kathōs):
conforme
- τὸ
πνεῦμα (to pneuma): o Espírito
- ἐδίδου (edidou):
concedia, dava
- ἀποφθέγγεσθαι (apophthengesthai):
que falassem, pronunciassem solenemente
- αὐτοῖς (autois): a eles
Aqui em Atos 2:4,
o texto nos mostra que os discípulos falaram em outras línguas (heterais glōssais) “conforme o
Espírito lhes concedia que falassem”. Mas o que impressiona é o que vem
logo depois: pessoas de
várias nações ouviram cada um em sua própria língua materna (At 2:6–11).
Ou seja, eram idiomas humanos reconhecíveis, não línguas
angelicais. Portanto, no
Pentecostes, as línguas faladas foram idiomas humanos sobrenaturalmente
concedidos, com o propósito de evangelização e testemunho,
como prometido em Atos 1:8.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 2.1-14.
1 — Cumprindo-se o dia de Pentecostes,
estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2 — e, de repente, veio do
céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que
estavam assentados.
3 — E foram vistas por eles
línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4 — E todos foram cheios do
Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo
lhes concedia que falassem.
5 — E em Jerusalém estavam
habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do
céu.
6 — E, correndo aquela voz,
ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua
própria língua.
7 — E todos pasmavam e se
maravilhavam, dizendo uns aos outros: Pois quê! Não são galileus todos esses
homens que estão falando?
8 — Como, pois, os ouvimos,
cada um, na nossa própria língua em que somos nascidos?
9 — Partos e medos, elamitas
e os que habitam na Mesopotâmia, e Judeia, e Capadócia, e Ponto, e Ásia,
10 — e Frígia, e Panfília,
Egito e partes da Líbia, junto a Cirene, e forasteiros romanos (tanto judeus
como prosélitos),
11 — e cretenses, e árabes,
todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus.
12 — E todos se maravilhavam e
estavam suspensos, dizendo uns para os outros: Que quer isto dizer?
13 — E outros, zombando,
diziam: Estão cheios de mosto.
14 — Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras.
NOTA: Pentecostes era originalmente
uma festa judaica,
chamada de Festa das Semanas (Shavuot), celebrada 50 dias após
a Páscoa. No contexto do Antigo Testamento, ela marcava o fim da colheita do trigo e era
uma ocasião de ação de graças pelos primeiros frutos da terra.
Com o tempo, essa festa também passou a lembrar a entrega da Lei a
Moisés no Monte Sinai, tornando-se uma celebração espiritual e histórica
para os judeus.
No Novo
Testamento, o Pentecostes ganhou um novo significado: foi nesse dia que o Espírito Santo desceu sobre os
discípulos, como narrado em Atos 2. Por isso, para os cristãos, o Pentecostes
é considerado o nascimento da Igreja, quando os apóstolos começaram a pregar com poder e
milhares se converteram. Pentecostes também cumpre a promessa de Jesus
de enviar o Consolador (João 14:16).
I. A NATUREZA DO
PENTECOSTES BÍBLICO
1. De natureza
divina. Lucas relata que, por ocasião do
derramamento do Espírito no dia de Pentecostes, foi ouvido do céu “um
som, como de um vento veemente e impetuoso” que
“encheu toda a casa em que estavam assentados” (At 2.2) e que “foram
vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo” (At 2.3).
Os estudiosos da Bíblia explicam que esses sinais são manifestações da presença de Deus, chamadas de “teofanias”. Isso significa que Deus se revelou de maneira visível e audível, assim como fez no Monte Sinai, quando entregou a Lei a Moisés. Naquela ocasião, houve trovões, relâmpagos e um som forte, e o povo ouviu a voz de Deus e viu um grande fogo (Êx 19.16). Moisés depois lembrou ao povo desse momento, dizendo: “desde os céus te fez ouvir a sua voz, para te ensinar, e sobre a terra te mostrou o seu grande fogo, e ouviste as suas palavras do meio do fogo” (Dt 4.36).
NOTA: O que são as “línguas repartidas, como que de
fogo”?
Em Atos 2:3, Lucas descreve um fenômeno visual que acompanhou o derramamento do
Espírito Santo no dia de Pentecostes:
“E foram vistas
por eles línguas
repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um
deles.”
1. “Línguas repartidas”:
A palavra grega usada aqui é “diamerizomenai”, que significa “divididas” ou “distribuídas”. Ou seja, não era uma única chama, mas várias, que se repartiram e
pousaram sobre cada pessoa presente. Isso significa que o dom do Espírito Santo foi concedido
individualmente a cada crente, não apenas a um líder ou grupo seleto.
2. “Como que de fogo”:
Não eram literalmente
feitas de fogo, mas tinham a aparência de chamas. O fogo, na Bíblia, é
frequentemente símbolo da presença de Deus (como na sarça ardente em Êxodo 3:2
ou na coluna de fogo em Êxodo 13:21). Aqui, o fogo representa purificação,
poder e a presença divina que agora habita nos crentes.
3. Significado espiritual e racional:
Esse fenômeno não foi
apenas um espetáculo visual. Ele marcou o início de uma nova era: o
Espírito Santo agora habitava em todos os crentes, capacitando-os a falar em
outras línguas (idiomas humanos reconhecíveis, como vemos nos versículos
seguintes) para que o evangelho fosse compreendido por pessoas de várias
nações.
Em resumo:
As “línguas
repartidas, como que de fogo” foram uma manifestação visível do Espírito Santo,
simbolizando:
- A
presença e o poder de Deus.
- A
distribuição do Espírito a cada crente.
- A
capacitação sobrenatural para comunicar o evangelho a todas as nações.
NOTA 2:
Teofania é uma
palavra formada pela junção de dois termos gregos:
θεός (theós) —
significa “Deus”
φαίνω (phaínō) —
significa “manifestar” ou “fazer aparecer”.
A junção dessas raízes forma a palavra θεοφάνεια (theopháneia),
“manifestação de Deus”,
“Deus se manifesta” ou “Deus aparece”.
Na Bíblia, teofanias são momentos em que Deus se revela de forma perceptível aos sentidos humanos — seja por meio de fogo, nuvem, som, ou até mesmo em forma humana.
O evento de Atos
2 pode ser considerado como teofania?
Em Atos 2, temos:
- Um som do céu como de um vento impetuoso (perceptível ao ouvido),
- Línguas
como de fogo que pousaram sobre os discípulos (visível),
- E a ação
direta do Espírito Santo, capacitando-os a falar em outras línguas.
Esses
elementos: som, fogo e manifestação
sobrenatural, podem ser considerados teofanias bíblicas, no mesmo
teor da:
- A
sarça ardente com Moisés (Êxodo 3),
- O
monte Sinai com trovões, fogo e nuvem (Êxodo 19),
- A
nuvem que encheu o templo (1 Reis 8:10-11).
Diferença
importante:
As teofanias do Antigo Testamento geralmente envolviam Deus Pai ou o Anjo do Senhor/Malach Adonai. Já em Atos 2, a manifestação é do Espírito Santo. E, como o Espírito é Deus, considero que Atos 2 se trata de uma teofania trinitária, marcando a nova era da habitação de Deus no ser humano.
2. Um evento paralelo ao Sinai. Assim como no Sinai, onde a presença de Deus se tornou real, como uma das experiências mais marcantes na história do antigo povo de Deus, de uma forma muito mais gloriosa e profunda, o Pentecostes marcou o Encontro do Espírito de Deus com a Igreja. Pentecostes, portanto, é a experiência do Espírito Santo. Lá no Sinai, a letra da Lei foi escrita em tábuas de pedras (Dt 9.10,11); aqui, no Pentecostes, a Palavra de Deus foi escrita nos corações (Jr 31.33; 2Co 3.3)!
3. Centrada em
Cristo e nos tempos finais. Na sua
pregação no dia de Pentecostes, Pedro deixou claro que esse evento estava
totalmente ligado a Jesus. Ele mostrou que o derramamento do Espírito
Santo estava diretamente relacionado à morte, ressurreição e ascensão de Cristo
(At 2.23,24,32,33). Isso significa que, embora o
Pentecostes seja uma manifestação do Espírito Santo, ele também é
cristocêntrico. Sem a cruz de Cristo, o Pentecostes perderia seu
verdadeiro significado, pois não há Pentecostes sem a cruz. Além disso, Pedro explicou que o Pentecostes
foi o cumprimento da profecia de Joel (Jl 2.28), que anunciava que Deus
derramaria o seu Espírito sobre toda a humanidade. Quando Pedro usou a expressão “nos últimos dias”
(At 2.17), ele mostrou que esse evento tinha um significado escatológico,
ou seja, estava ligado ao plano de Deus para os tempos finais.
SINOPSE I
O Pentecoste Bíblico é um evento de natureza divina, centrado em Cristo e nos “tempos finais”.
II. O PROPÓSITO
DO PENTECOSTES BÍBLICO
1. Promover a
verdadeira adoração. As manifestações
externas ocorridas no Pentecostes em Jerusalém — como o som de um vento
impetuoso e línguas como de fogo — tiveram um propósito marcante:
promover a verdadeira adoração. Isso fica evidente na reação das pessoas
presentes, que disseram: “os temos ouvido em
nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2.11).
Logo, o Pentecostes no qual não há adoração não é bíblico, pois quando os gentios experimentaram o Pentecostes, eles também “magnificavam” a Deus (At 10.46). O Apóstolo Paulo diz que um crente pentecostal, cheio do Espírito, dá “bem as graças” (1Co 14.17). O fogo pentecostal promove o verdadeiro louvor.
2. Poder para
testemunhar. O Pentecostes tem uma dimensão escatológica,
pois aconteceu “antes de chegar o grande e glorioso
Dia do Senhor” (At 2.20). No entanto, essa realidade dos últimos tempos
não significa que a Igreja deve desejar fugir do mundo a qualquer custo. O Pentecostes não foi dado para
que os crentes se isolassem, mas para que fossem capacitados a testemunhar e
viver no mundo até a volta de Cristo. A
Igreja deve aguardar com esperança, mas também cumprir sua missão até o fim.
Para cumprir essa missão ela necessita de poder para testemunhar (Lc 24.49; At
1.8). E é isso o que acontece depois do Pentecostes “E
os Apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor
Jesus, e em todos eles havia abundante graça. (Atos 4:33).
SINOPSE II
O propósito do Pentecostes Bíblico é promover a
verdadeira adoração e capacitar os crentes para testemunhar.
III.
CARACTERÍSTICAS DO PENTECOSTES BÍBLICO
1. Uma
experiência específica. Em Atos dos Apóstolos, o derramamento do Espírito no dia de Pentecostes é
mostrado como o “batismo no Espírito Santo” dos crentes (At 1.5,8).
Naquele dia o Senhor Jesus
batizou quase 120 pessoas no Espírito Santo (At 1.15; 2.4). O Pentecostes bíblico é distinto
da salvação.
Essas pessoas já eram regeneradas, eram salvas, já estavam limpas pela Palavra (Jo 15.3); e seus nomes estavam escritos nos céus (Lc 10.20). Contudo, Jesus as mandou esperar pela experiência pentecostal, isto é, o batismo no Espírito Santo (At 1.5). Na verdade, a obra salvífica de Cristo na Cruz proveu a bênção pentecostal (At 2.33).
2. Uma
experiência definida e contínua. Como resultado do enchimento do Espírito Santo, os
crentes “começaram a falar em outras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4). A Escritura é clara ao mostrar que a evidência inicial do
batismo no Espírito Santo foi os crentes falarem em outras línguas, não o
sentir grande alegria ou amor afetuoso. O que deixou os crentes judeus
convencidos de que os gentios haviam recebido o batismo no Espírito Santo foi
falar em outras línguas.
44E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. 45E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. 46Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus. (At 10.44-46).
3. As línguas e
o amor. A evidência física e o sinal do batismo no Espírito Santo foi o
falar em outras línguas. Mas em Romanos 5:5
Paulo disse que “o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito
Santo que nos foi dado” (Rm 5.5). O apóstolo escreveu para uma igreja Pentecostal e o
amor aparece aqui não como uma evidência de enchimento, mas de crescimento e
maturidade em Cristo.
A palavra grega usada em Romanos
5:5 para "derramado"
é ἐκκέχυται (ekkéchytai), que vem do verbo ἐκχέω (ekchéō).
A palavra grega ἐκκέχυται (ekkéchytai)
é a forma perfeita passiva do verbo ἐκχέω (ekchéō), que significa derramar,
verter, espalhar, conceder generosamente.
- Definição literal:
derramar (líquido ou sólido), verter.
- Uso figurado:
conceder ou distribuir de forma abundante e liberal.
- Traduções comuns: derramar,
espalhar, conceder, verter, transbordar.
No contexto de Romanos 5:5, o termo transmite a ideia de que o amor de
Deus foi generosamente derramado em nossos corações — não de forma contida, mas
como uma torrente abundante, com liberalidade e plenitude por meio do Espírito
Santo.
SINOPSE III
O Pentecostes Bíblico é caracterizado por uma
experiência definida e contínua, na qual as línguas são a evidência do
enchimento do Espírito.
VERDADE PRÁTICA
A Igreja nasce no Pentecostes capacitada pelo Espírito para cumprir sua missão.
CONCLUSÃO
O Pentecostes marcou o nascimento
da Igreja, quando Jesus, glorificado, batizou os crentes com o Espírito Santo (At
2.4), e o Espírito os inseriu no Corpo de Cristo (1Co 12.13). Ali começou uma nova era: uma
Igreja viva, cheia do Espírito e chamada para uma missão global.
Esse evento revelou que Deus deseja uma Igreja capacitada, não apenas para falar do Evangelho, mas para vivê-lo com poder. E essa missão só pode ser cumprida com êxito pelo poder do Espírito Santo.
NOTA- Quando
nasce a Igreja?
A chamada dos 12 apóstolos por Jesus foi, sem dúvida, um
momento fundamental na formação do que viria a ser a Igreja. Mas eles
representam o alicerce da futura Igreja, como afirma Efésios 2:20: “edificados sobre o fundamento dos
apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular.”
Contudo a Igreja como comunidade visível e espiritualmente habitada
pelo Espírito Santo nasceu no Pentecostes (Atos 2). Foi ali que:
- O
Espírito Santo desceu sobre os discípulos.
- A
pregação pública começou com poder e clareza.
- Milhares
se converteram e foram batizados.
- A
comunhão, o ensino dos Apóstolos, a oração e a partilha passaram a
caracterizar a nova comunidade (Atos 2:42-47).
Portanto,
podemos dizer que:
- A
semente da Igreja foi plantada com a chamada dos 12.
- Mas
ela nasceu e floresceu no Pentecostes, com a vinda do Espírito Santo
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Quais fenômenos registrados
em Atos 2.2,3 são considerados teofânicos?
“Um som, como de um vento veemente e impetuoso” e “línguas repartidas, como que de fogo”.
2. Segundo o apóstolo Pedro,
qual profecia do Antigo Testamento se cumpriu no Pentecostes, e como isso
demonstra o aspecto escatológico desse evento?
Pedro explicou que o Pentecostes foi o cumprimento da profecia de Joel (Jl 2.28), que anunciava que Deus derramaria o seu Espírito sobre toda a humanidade.
3. Cite um dos propósitos
marcantes do Pentecostes em Jerusalém, conforme Atos 2.11.
Um dos propósitos marcantes do Pentecoste em Jerusalém foi promover a verdadeira adoração: “temos ouvido em nossas próprias línguas falar das grandezas de Deus” (At 2.11).
4. Segundo Atos 1.8, para que a
Igreja necessita do poder do Espírito Santo?
Para cumprir essa missão ela necessita de poder para testemunhar (Lc 24.49; At 1.8).
5. Por que o Pentecostes
bíblico é distinto da salvação, segundo Atos 1.5 e Atos 2.33?
Porque, na verdade, a obra salvífica de Cristo na Cruz proveu a bênção
pentecostal (At 2.33).