INTRODUÇÃO
A lição de
hoje mostrará que uma igreja bíblica tem compromisso com a pregação da Palavra de Deus. Uma
igreja verdadeira valoriza a mensagem das Escrituras e coloca Jesus Cristo no
centro de tudo o que ensina. Veremos três tópicos:
I. A IGREJA QUE PREGA AS ESCRITURAS
II. A IGREJA QUE PREGA NO PODER DO ESPÍRITO
III. A IGREJA QUE PREGA A ESPERANÇA VINDOURA
É por meio da pregação da Bíblia que o mundo conhecerá a
Cristo; “Como, pois,
invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram
falar? E como ouvirão, se não houver quem pregue?” (Romanos 10:14). Além disso, uma igreja bíblica prega no poder do
Espírito Santo. Não
transmite apenas palavras vazias, mas a mensagem viva e transformadora que vem
da inspiração do Espírito de Deus. Por fim, uma igreja bíblica traz
esperança para aqueles que já não enxergam saída. Ela anuncia que há um futuro
de refrigério e renovação na presença do Senhor.
A pregação do Evangelho é a marca
de uma igreja que permanece fiel às Escrituras. Desde o início da Igreja
em Jerusalém, os apóstolos anunciavam com ousadia e no poder do Espírito Santo
a mensagem de Cristo. Em Atos
3, vemos Pedro reafirmando essa missão: Cristo é o centro da fé, o
arrependimento é essencial e há refrigério prometido para os que creem.
Essa é a base de uma igreja bíblica — compromisso com a Palavra, foco em Jesus e dependência do Espírito. Não são palavras vazias, mas uma mensagem viva que confronta, transforma e renova. Uma igreja assim é fonte de esperança para os desesperançados, pois anuncia que, na presença do Senhor, existe restauração verdadeira.
Objetivos da Lição:
Expor a
importância da pregação das Escrituras;
Demonstrar como o
Espírito Santo capacita a Igreja a pregar com poder e autoridade;
Incentivar os alunos
a pregarem uma mensagem de esperança fundamentada na Palavra de Deus.
Palavra-Chave: PREGAÇÃO
TEXTO ÁUREO
“E, quando Pedro viu isto, disse ao povo: Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?” (At 3.12).
Grego Bíblico (Koiné) transliterado
Idōn de ho Petros apekrinato pros ton laon: Andres Israēlitai, ti thaumazete epi toutō, ē hēmin ti atenizete hōs idia dynámei ē eusebeia pepoiēkosi tou peripatein auton?
NOTA: A palavra grega δυνάμει (dynámei) é uma forma flexionada do substantivo δύναμις (dýnamis), que significa “poder”, “força” ou “capacidade”. Este termo é usado para indicar algo feito “pelo poder” ou “em poder”. No contexto bíblico δυνάμει (dynámei) transmite a ideia de uma ação realizada com poder de Deus.
A palavra eusebeia/efséveia (εὐσέβεια) significa: Piedade, reverência, ou devoção sincera.
Eusebeia/efséveia é a santidade
vivida, demonstrada através de uma conduta justa e respeito a Deus.
ἁγιωσύνη – agiosýni) é a palavra mais técnica para “santidade”
no grego, mas eusebeia aparece aqui com sentido de algo que causa
admiração.
Mas Pedro
deixa claro que não foi a santidade
deles que curou o homem.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 3.11-19.
11 — E, apegando-se ele a
Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto deles no alpendre chamado
de Salomão.
12 — E, quando Pedro viu isto,
disse ao povo: Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que
olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade
fizéssemos andar este homem?
13 — O Deus de Abraão, e de
Isaque, e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Filho Jesus, a quem
vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que
fosse solto.
14 — Mas vós negastes o Santo
e o Justo e pedistes que se vos desse um homem homicida.
15 — E matastes o Príncipe da
vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas.
16 — E, pela fé no seu nome,
fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele
deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde.
17 — E agora, irmãos, eu sei
que o fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes.
18 — Mas Deus assim cumpriu o
que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado: que o Cristo
havia de padecer.
19 — Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor.
I. A IGREJA QUE
PREGA AS ESCRITURAS
1. As Escrituras
revelam Deus. A Igreja deve pregar as Escrituras, pois elas
revelam Deus. A segunda
pregação de Pedro, registrada em Atos 3.11-26, é completamente baseada nas
Escrituras e coloca Deus no centro.
Pedro usa trechos das Escrituras para fundamentar sua
pregação, citando Deuteronômio 18.15-19 (v.23) e Gênesis 22.18 (v.25). Há
também uma conexão como o Salmos 22.1-31 (v.18) e a Daniel 9.26 (cf. v.18). Além
disso, Pedro mostra que Deus sempre esteve presente e agindo na história do seu
povo (At 3.13), da mesma forma que os autores da Bíblia falavam sobre a
revelação de Deus ao longo dos tempos (cf. Gn 26.24; 28.13; 31.42,53; 32.9; Êx
4.5; 1Rs 18.36; 1Cr 29.18; 2Cr 30.6; Sl 47.9).
2. As Escrituras
testemunham de Jesus. As Escrituras apontam para Cristo. Jesus disse que as Escrituras
davam testemunho dEle (Jo 5.39). Cristo é o centro da Bíblia. Essa era
também a compreensão do apóstolo Pedro. Segundo suas palavras, os profetas anunciaram
antecipadamente o sofrimento de Cristo (At 3.18). A pregação de Pedro invocou o testemunho das Escrituras
para mostrar que a rejeição de Jesus e sua morte não foram por acaso — já
haviam sido preditas pelos antigos profetas.
NOTA: Jesus é o
centro das Escrituras
1.
Em Gênesis, ele é o descendente da mulher.
2.
Em Êxodo, ele é o cordeiro pascal.
3.
Em Levítico, ele é o sacrifício expiatório.
4.
Em Números, ele é a rocha ferida (Nm 24.17).
5.
Em Deuteronômio, ele é o profeta.
6.
Em Josué, ele é o capitão dos exércitos do Senhor.
7.
Em Juízes, ele é o libertador.
8.
Em 1 e 2 Crônicas, ele é o rei prometido.
9.
Em Ester, ele é o advogado.
10.
Em Jó, ele aparece como nosso redentor.
11.
Nos Salmos, ele aparece de várias maneiras.
12.
Em Provérbios, ele é a sabedoria de Deus.
13.
Em Cantares, ele é o nosso amado.
14.
Em Eclesiastes, ele é o alvo verdadeiro.
15.
Nos Profetas, ele é o Messias prometido.
16.
Nos Evangelhos, ele já é o salvador do mundo.
17.
Em Atos, ele é o Cristo ressurreto e poderoso.
18.
Nas Epístolas, ele é o cabeça da Igreja.
19. No Apocalipse, ele é o alfa e o ômega, o Cristo que volta para reinar.
3. As Escrituras confrontam o pecado. A verdadeira pregação também mostra o problema do pecado e o confronta (At 3.19). No texto citado, Pedro usa o termo grego metanoéō, traduzido aqui como “arrependei-vos”. Essa palavra, além do já conhecido sentido de “arrependimento”, significa também mudança de mente e mudança interior, especialmente no que diz respeito à aceitação da vontade de Deus. A pregação bíblica deve confrontar o pecado e exige uma mudança radical dos seus ouvintes.
NOTA: textos em grego onde aparece metanoéō.
Mateus 3:2
Grego (Texto Majoritário):
μετανοεῖτε· ἤγγικεν
γὰρ ἡ βασιλεία τῶν οὐρανῶν.
Transliteração:
Metanoeíte·
ēngiken gàr hē basileía tōn ouranōn.
Tradução:
Arrependei-vos,
pois é chegado o Reino dos céus.
Mateus 3:11
Grego:
Ἐγὼ μὲν ὑμᾶς βαπτίζω ἐν ὕδατι εἰς μετάνοιαν· ὁ δὲ
ὀπίσω μου ἐρχόμενος ἰσχυρότερός μού ἐστιν, οὗ οὐκ εἰμὶ ἱκανὸς τὰ ὑποδήματα
βαστάσαι· αὐτὸς ὑμᾶς βαπτίσει ἐν πνεύματι ἁγίῳ καὶ πυρί.
Transliteração:
Egṓ mén hymâs baptízō en hýdati eis metanoían;
ho dè opísō mou erchómenos ischyróterós mou estin, hoû ouk eimì hikanós tà
hypodḗmata bastásai; autós hymâs baptísei en pneúmati hagiō kaì pyrí.
Tradução:
Eu, em verdade, vos batizo com água, para arrependimento;
mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, do qual não sou
digno de levar as sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.
SINOPSE I
A igreja bíblica fundamenta sua pregação nas Escrituras, que revelam Deus e testemunham de Jesus Cristo.
AUXÍLIO BÍBLICO—TEOLÓGICO
Sobre kerigma assista esses vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=VHEWHiwkTMc
https://www.youtube.com/watch?v=dYAvJKNpjHY
NOTA: A palavra kḗrygma
(κήρυγμα) significa “proclamação” ou “anúncio”. Ela vem do verbo κηρύσσω
(kēryssō), que quer dizer “proclamar como um arauto”. Se
refere a alguém que anuncia publicamente uma mensagem importante.
Etimologia e
significado
- κηρύσσω
(kēryssō) = proclamar, anunciar
- κήρυγμα
(kḗrygma) = aquilo que é proclamado; a mensagem
anunciada.
No Novo
Testamento, kerigma refere-se à mensagem central do Evangelho — a boa nova de Jesus Cristo.
κήρυγμα (kḗrygma) é o
conteúdo essencial da pregação apostólica e tem quatro aspéctos:
- A
vinda de Cristo
- Sua
morte e ressurreição
- A
oferta de salvação
- O
chamado ao arrependimento e à fé
Exemplos
clássicos de kerigma aparecem
em Atos 2 (pregação de Pedro no Pentecostes) e 1 Coríntios 15:1–4,
onde Paulo resume o Evangelho que ele recebeu e transmitiu.
II. A IGREJA QUE
PREGA NO PODER DO ESPÍRITO
1. O Espírito capacita o mensageiro. Não podemos nos esquecer de que Pedro estava cheio do Espírito Santo quando pregou a mensagem registrada em Atos 3. Isso fica evidente no uso do verbo grego atenízō, traduzido como “fixar os olhos” na passagem: “E Pedro, com João, fitando os olhos nele” (At 3.4). O estudioso Strong explica que, no Novo Testamento, esse termo é usado para descrever momentos de revelação, reconhecimento ou atenção especial, geralmente ligados a acontecimentos divinos ou milagrosos.
“E, quando Pedro viu isto, disse ao povo: Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?” (At 3.12).
Grego Bíblico (Koiné) transliterado
Idōn de ho Petros apekrinato pros ton laon: Andres Israēlitai, ti thaumazete epi toutō, ē hēmin ti atenizete hōs idia dynámei ē eusebeia pepoiēkosi tou peripatein auton?
NOTA: O termo “atenizete” do texto áureo está no campo semântico do verbo ἀτενίζω (atenízō), que significa “olhar fixamente” ou “encarar com atenção”. A forma atenizete corresponde à segunda pessoa do plural no presente do indicativo ativo, ou seja, algo como “vocês olham fixamente”.
Etimologia:
- ἀτενίζω (atenízō) é
composto por:
- ἀ-
(prefixo intensificador)
- τενίζω,
derivado de τείνω (teínō), que significa “estender” ou “tensionar”
- Juntas, essas partes sugerem a ideia de dirigir intensamente o olhar, como quem foca ou contempla algo com atenção.
“E, quando Pedro viu isto, disse ao povo: Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?” (At 3.12).
Grego Bíblico (Koiné) transliterado
Idōn de ho Petros apekrinato pros ton laon: Andres Israēlitai, ti thaumazete epi toutō, ē hēmin ti atenizete hōs idia dynámei ē eusebeia pepoiēkosi tou peripatein auton?
2. “Fixar os olhos”. Essa mesma expressão também é usada para descrever o apóstolo Paulo, cheio do Espírito Santo, quando olhou fixamente para um homem paralítico na cidade de Listra e o curou (At 14.9). Da mesma forma, aparece em Atos 13.9, quando Paulo, cheio do Espírito Santo, fixou os olhos no falso profeta Elimas para repreendê-lo. Retomando o episódio de Pedro, isso nos mostra que ele não apenas estava capacitado para curar, mas também estava ungido para pregar. O Espírito Santo é quem inspira e dá poder à pregação da Palavra. Portanto, pregar não é apenas fazer um discurso! Pregar é anunciar a mensagem de Deus com a autoridade e a unção do Espírito Santo.
NOTA: 8E estava assentado
em Listra certo varão leso dos pés, coxo desde o seu nascimento, o qual
nunca tinha andado. 9Este
ouviu falar Paulo, que, fixando
nele os olhos e vendo que tinha fé para ser curado, 10disse em voz alta:
Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou.
No grego original, o verbo usado é ἀτενίζω (atenízō), que significa “olhar fixamente”, “encarar com atenção”. É o mesmo termo que aparece nos outros momentos bíblicos, como quando Pedro e João olham para o homem coxo na porta do templo (Atos 3:4). A forma verbal usada aqui indica um olhar penetrante, atento — não apenas visual, mas discernidor.
A etimologia
é a mesma, esse verbo vem de:
- ἀ-
(prefixo intensificador)
- τενίζω,
ligado a τείνω (teínō) — “estender”, “tensionar” → Ou seja, é como se o olhar fosse estendido
com intensidade, como quem projeta atenção total sobre alguém.
No contexto do versículo, Paulo não apenas vê o homem — ele percebe algo mais profundo: a fé para ser curado. Esse tipo de olhar é quase espiritual, como se Paulo estivesse lendo o coração do homem. E a resposta é imediata: um milagre.
3. O Espírito glorificará a Jesus. Jesus disse que o Espírito Santo o glorificaria (Jo 16.14). O Espírito nunca chama a atenção para si mesmo, mas sempre aponta para Cristo. Isso é exatamente o que vemos na cura do paralítico na Porta Formosa, em Atos 3. Pedro, cheio do Espírito Santo, não poderia aceitar ser o centro das atenções. Ele deixou claro que o milagre não aconteceu por seu próprio poder ou santidade; “Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem?” (At 3.12). Da mesma forma, qualquer pregação que tira o foco de Cristo e coloca o homem no centro não é uma pregação bíblica. Isso não passa de um discurso humano.
SINOPSE II
A igreja que prega no poder do Espírito tem
mensageiros capacitados, mensagens inspiradas pelo Espírito Santo e glorifica a
Cristo.
III. A IGREJA
QUE PREGA A ESPERANÇA VINDOURA
1. Alerta a uma sociedade indiferente e insensível. O apóstolo Pedro já havia exortado os seus ouvintes na sua primeira pregação a salvarem-se daquela “geração perversa” (At 2.40). Agora, ele reconhece que aquela era também uma geração “ignorante” (At 3.17). Era uma cultura indiferente e insensível para a realidade espiritual. Era, portanto, uma geração sem esperança (1Ts 4.13). A insensibilidade às coisas espirituais é a marca daqueles que não conhecem a Deus (1Ts 4.5). É a essas pessoas que a mensagem da cruz deve ser pregada.
NOTA: Geração
Apateísta
Apateísta é alguém que adota uma
postura de indiferença diante da existência ou inexistência de divindades. O termo
vem da junção de “apatia” com “teísmo” ou “ateísmo”, e descreve uma atitude que
não nega nem afirma a existência de Deus, simplesmente não considera essa
questão relevante para a vida cotidiana.
O
apateísmo não é uma crença religiosa, nem uma descrença — é uma abstenção do
debate religioso.
Exemplo
famoso: O filósofo Denis Diderot, ao ser acusado de ateísmo, respondeu:
“É muito importante não confundir cicuta com salsinha, mas acreditar ou não acreditar em Deus não é de todo importante.”
2. A promessa da Segunda Vinda. Concluindo a sua pregação, Pedro deixa uma mensagem de esperança: “e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor” (At 3.19). Os ouvintes de Pedro já podiam experimentar a bênção prometida a Abraão, que fora trazida por Jesus, o Messias. Por outro lado, essas palavras de Pedro olham para o futuro, apontando para um “refrigério” dos últimos dias que fora prometido a Israel. Trata-se da futura “restauração de todas as coisas”. A Igreja, portanto, tem uma mensagem de esperança para aqueles que estão sem esperança. É uma realidade que, no tempo de Deus, se cumprirá.
NOTA: O que
são os “tempos do refrigério”?
No grego original, o termo usado é ἀνάψυξις (anápsuxis/anápsyxis), que significa alívio, refresco,
renovação.
Refere-se a uma intervenção
divina de restauração, tanto espiritual quanto histórica, que ocorre
após o arrependimento e conversão.
É uma promessa de que, ao voltarmos para Deus, experimentamos renovação interior e esperança futura.
Esse refrigério tem três dimensões:
Pessoal: Um tempo
de paz e comunhão com Deus, onde o Espírito Santo traz consolo, cura e direção após
o arrependimento e conversão.
Comunitária: Uma renovação
coletiva, como o derramamento do Espírito em Atos 2, que transforma
comunidades inteiras como fez com o Israel crente.
Escatológica: Aponta
para a segunda vinda de Cristo e a restauração final de todas as
coisas, como descrito nos versículos seguintes (Atos 3:20-21).
Em resumo, os “tempos do refrigério” são tanto uma realidade presente — vivida por quem se arrepende e se volta para Deus — quanto uma esperança futura, ligada à vinda gloriosa de Cristo e à restauração do mundo.
SINOPSE III
A igreja que prega a esperança vindoura alerta uma
sociedade indiferente à realidade espiritual, proclamando a promessa da Segunda
Vinda de Cristo.
VERDADE PRÁTICA
A verdadeira pregação bíblica consiste em dar testemunho de Cristo no
poder do Espírito.
CONCLUSÃO
Chegamos ao fim de mais uma lição. Nela, vimos a grande importância que a pregação bíblica tem e como devemos ser fiéis na exposição do texto sagrado. Pedro, mesmo sendo um simples pescador, com uma gramática e conhecimentos limitados, sabia expor com maestria as Escrituras Sagradas. Assim como ele, devemos nos render totalmente ao Espírito Santo, sendo cheios dEle, para sermos exitosos no ministério da Palavra de Deus. Uma igreja bíblica é uma igreja que vive e sabe expor as Sagradas Escrituras.
Minha leitura da conclusão: Encerramos esta lição refletindo sobre a importância vital da pregação bíblica e da fidelidade na exposição das Escrituras. Pedro, mesmo sem formação teológica sofisticada, foi usado poderosamente por Deus porque se rendeu ao Espírito Santo. Isso nos mostra que o sucesso no ministério da Palavra não depende apenas de conhecimento técnico, mas de uma vida cheia do Espírito. Assim, uma igreja realmente bíblica é aquela que vive o que ensina, exalta as Escrituras com clareza e profundidade, e anuncia com ousadia a verdade transformadora do Evangelho.
Aplicação: Que a mensagem desta lição nos impulsione a viver e pregar a Palavra com a mesma fidelidade e poder do Espírito demonstrados por Pedro, para que outros encontrem esperança e transformação em Cristo.
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Em que a pregação do
apóstolo Pedro é baseada?
A pregação do apóstolo Pedro é baseada nas Escrituras. O apóstolo usou trechos das Escrituras para fundamentar sua pregação.
2. O que a pregação de Pedro
invocou?
A pregação de Pedro invocou o testemunho das Escrituras para mostrar que a rejeição de Jesus e sua morte não foram por acaso, mas já haviam sido preditas pelos antigos profetas.
3. Como a expressão “fixar os
olhos” é usada para descrever o apóstolo?
A expressão “fixar os olhos” é usada para descrever o apóstolo em momentos de revelação, reconhecimento ou atenção especial, geralmente ligados a acontecimentos divinos ou milagrosos, mostrando que Pedro não apenas estava capacitado para curar, mas também ungido para pregar.
4. Como podemos identificar uma
pregação não bíblica?
Podemos identificar uma pregação não bíblica quando ela tira o foco de Cristo e coloca o homem no centro, não passando de um discurso humano.
5. De quem é a marca da
insensibilidade espiritual?
A insensibilidade espiritual é a marca daqueles que não conhecem a Deus.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
UMA IGREJA FIEL À PREGAÇÃO DO EVANGELHO
Caro(a) professor(a), a paz do Senhor. Uma das características mais
peculiares da igreja do primeiro século era a sua fidelidade ao ensinamento
sagrado de nosso Senhor Jesus Cristo. Os primeiros anos da igreja são marcados
por uma pregação cristocêntrica, que consistia no chamado ao arrependimento e
no testemunho público de que a Salvação podia ser alcançada mediante a fé no
sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo. Diferente dos dias atuais, em que o
apelo de muitas pregações tem sido para as necessidades materiais e emocionais,
a igreja primitiva prezava pelo ensino vivo e transformador das Escrituras
Sagradas, inspirada pelo Espírito de Deus.
A mensagem genuinamente pregada pelos nossos primeiros irmãos trazia
consigo o poder de convencer o ser humano do pecado, da justiça e do juízo (Jo
16.8). Os testemunhos da Lei e dos Profetas fundamentaram a teologia apostólica
e subsidiaram os discípulos na pregação a respeito de Jesus ser o Messias
prometido. Ao analisarmos a primeira pregação de Pedro à multidão,
identificaremos aspectos essenciais que ratificam a natureza cristocêntrica da
pregação primitiva (At 2.14-41). Conforme discorre Lawrence O. Richards
no Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento (CPAD),
“os elementos essenciais são, simplesmente, aquelas verdades que definem Jesus
e sua obra e, sem elas, o Evangelho estaria enfraquecido. Quais são essas
verdades essenciais das quais depende a nossa salvação? [...] O núcleo do
Evangelho e da base de nossa fé é simplesmente isto: o Jesus histórico morreu
por nós, ressuscitou e assim se estabelece tanto como Senhor quanto como
Salvador. Estas verdades são confirmadas por predições nas Escrituras do Antigo
Testamento. Somente por meio de Jesus, e da fé em seu nome, a salvação pode ser
encontrada. Quando testificamos, são estas verdades essenciais que deveremos
ter em mente — e comunicá-las a todos tão claramente quanto pudermos” (2007,
p.257).
Partindo dessa premissa, a igreja atual precisa refletir se está
pregando o genuíno evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Muitas
pregações mais se parecem com discursos de autoajuda ou confissão positiva. A
pregação genuína do Evangelho deve ser, primeiramente, bíblica, fiel à
exposição do texto sagrado. O que, de fato, consolida uma vida cristã saudável
é o conhecimento da Palavra de Deus. Seus princípios são inspirados pela ação
do Espírito e, uma vez observados, servem de alimento espiritual indispensável
para o crescimento e amadurecimento da fé cristã. Que Deus nos ajude, enquanto
professores da Escola Dominical, a preservarmos o compromisso com os
ensinamentos da santa e única Palavra de Deus. Ela é suficiente!