TEXTO ÁUREO
“Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos
dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino.” (Hb 1.8)
Objetivos da Lição:
I) Mostrar a doutrina bíblica da relação entre Deus Pai e o Filho
Unigênito;
II) Refutar biblicamente a
heresia do Subordinacionismo;
III) Exemplificar como o
Subordinacionismo está presente na atualidade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Sl
8.4 O termo “filho” na Bíblia indica, muitas
vezes, “a mesma espécie”
Terça – Am 7.14 A expressão
bíblica “os filhos dos profetas” equivale a expressão “os profetas”
Quarta – Mt 23.30, 31 A
palavra “filho” indica também “a mesma índole”
Quinta – Jo 5.18 Jesus
falava da sua divindade quando se disse Filho de Deus
Sexta – Jo 16.28 Jesus como
Filho refere-se à sua origem divina, à mesma essência e natureza do Pai
Sábado – 1 Jo 4.15 Quem
confessa que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele
Hinos Sugeridos: 154, 277,
400 da Harpa Cristã
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE João 10.30-38
30- Eu e o Pai somos um.
31- Os judeus pegaram, então,
outra vez, em pedras para o apedrejarem.
32- Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de
meu Pai; por qual dessas obras me apedrejais?
33- Os judeus responderam,
dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia,
porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.
34- Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: sois deuses?
35- Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a
palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada),
36 àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas,
porque disse: Sou Filho de Deus?
37 Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis.
38 Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras, para que conheçais e
acrediteis que o Pai está em mim, e eu, nele.
NOTAS LEITURA BÍBLICA EM CLASSE JOÃO 10.30-38
Eu e o Pai somos um. egó kaí o
patír én esmen (João 10, 30)
Grego: ἐγὼ καὶ ὁ πατὴρ ἕν ἐσμεν. Transliteração:
Egō kai ho patēr hen ésmen.
Esta passagem é curta mas
profunda, enfatizando a unidade entre Jesus e o Pai.
A palavra "ἐσμεν" (esmen) é uma
forma do verbo grego "εἰμί" (eimi/eu sou), que
significa "ser" ou "estar". "ἐσμεν/esmen"
é a primeira pessoa do plural do presente do indicativo, traduzida como "somos" ou "estamos".
Os Judeus
pegaram em pedras para o apedrejarem porque ele usou o termo “ECHAD”, e com
isso se fez igual a “DEUS”. “Elohim Echad”.
Argumentação em hebraico
João 10:30 foi escrito em
grego, portanto,
não há um texto original
em hebraico para este versículo. No
entanto, na Bíblia
Hebraica Stuttgartensia, uma das edições mais respeitadas e amplamente
utilizadas de manuscritos hebraicos consta:
Eu e o Pai somos um. (João 10, 30)
Hebraico: אני והאב אחד אנחנו.
Transliteração: Ani ve-haAv echad anachnu.
Tradução literal:
- אני
(Ani) - Eu
- והאב
(ve-haAv) - e o Pai
- אחד
(echad) - um
- אנחנו
(anachnu) - somos
Portanto, a tradução literal
seria "Eu e o Pai somos um."
Doutrinas presentes na
aula de hoje:
Subordinacionismo: é uma doutrina teológica que afirma que o Filho
(Jesus Cristo) e o Espírito Santo são subordinados ao Pai em termos de sua
essência ou natureza. Em outras palavras, essa doutrina propõe que, embora o
Filho e o Espírito Santo sejam divinos, eles são inferiores ao Pai. Essa
visão foi defendida por alguns dos primeiros teólogos cristãos, mas foi rejeitada como heresia pelas igrejas cristãs
ortodoxas, principalmente durante o Concílio de Niceia em 325 d.C.
O Concílio de Niceia
reafirmou a igualdade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, declarando que o
Filho é "consubstancial" ao Pai (isto é, da mesma essência ou
natureza). Esta posição é conhecida
como a doutrina da Trindade, que afirma a igualdade e unidade das três pessoas
divinas.
Trindade: A
Trindade é a doutrina cristã que descreve Deus como sendo uma única Natureza comportando
três pessoas distintas: o Pai, o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo. Essas três pessoas
são coiguais, coeternas e consubstanciais, ou seja, compartilham a mesma
essência divina, mas permanecem distintas em suas relações e funções.
Consubstancialidade: é um termo teológico que se refere à doutrina
de que o Pai, o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo possuem a mesma
essência ou substância divina. Eles são três pessoas distintas, mas
compartilham a mesma natureza divina. Esta doutrina é um aspecto central da
crença na Trindade, que afirma que Deus é um em essência, mas três em pessoas.
Motivação: Jesus disse: “ninguém conhece o Filho, se não
o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser
revelar” (Mt 11.27). Conhecer aqui significa
conhecer intimamente, e só Jesus como participante da natureza conhece Deus
assim. Nós conhecemos por figura, sombra, informação textual e por uma
experiência empírica infinitamente menor que a de Jesus.
INTRODUÇÃO
O Evangelho de JOÃO 10.30-38 é
uma das passagens mais contundentes em mostrar que o Filho é igual ao Pai. Afirmar que Jesus é o Filho de
Deus, mas não o próprio Deus/Pai, é uma contradição. O embate de Jesus
com os religiosos do templo de Jerusalém revela essa verdade. É isso que a lição de hoje pretende mostrar e explicar com
sólidos fundamentos escriturísticos.
Palavra-Chave: Unidade
I – A DOUTRINA
BÍBLICA DA RELAÇÃO DO FILHO COM O PAI
1- Ideia de filho. O conceito de filho no pensamento judaico implica a igualdade
com o pai (Mt 23.29-31). Uma das ideias de filho na Bíblia é a identidade de natureza, isso
pode ser visto no paralelismo poético do salmista: “que é o homem mortal para que te
lembres dele? E o filho do
homem, para que o visites?” (Sl 8.4). Esse paralelismo é sinonímico em
que o poeta diz algo e em seguida repete esse pensamento em outras palavras. A ideia de “homem mortal” é
repetida em “filho do homem”. Outro exemplo encontramos nas palavras de
Jesus: “Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os
profetas” (Mt 23.31). Isso porque os escribas e fariseus consideravam os
matadores dos profetas como seus pais (Mt 23.29,30).
2- Significado teológico. Indica igualdade de natureza, ou
seja, mesma substância. É o que acontece com Jesus, Ele é chamado Filho de Deus no
Novo Testamento porque Ele é Deus e veio de Deus. Jesus mesmo disse: “eu saí e vim de Deus” (Jo 8.42); “Saí do Pai e vim ao mundo; outra vez, deixo o mundo e vou
para o Pai” (Jo 16.28). Quando Jesus declarou: “Meu
Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17), estava
declarando que Deus é seu Pai; no entanto, os seus interlocutores entendem com
clareza meridiana que Jesus estava reafirmando a sua deidade, pois: “dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”
(Jo 5.18).
3- O Filho é Deus. Filho de Deus é uma expressão bíblica para referir-se
à relação única do Filho Unigênito com o Pai.
"Jesus, filho unigênito de Deus"
Grego: Ἰησοῦς, ὁ μονογενὴς υἱὸς τοῦ Θεοῦ
Transliteração: Iēsous, ho monogenēs huios tou Theou
A expressão “Filho de Deus”
revela a divindade de Cristo. Essa verdade está mais clara na Bíblia que o sol
do meio-dia. Por isso, é estranho como pode haver tantos debates sobre o tema.
O texto sagrado: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu
trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu
reino” (Hb 1.8) é o mais crucial, pois é uma citação direta de Salmos 45.6,7. É importante prestar
melhor atenção naquelas passagens conhecidas dos crentes: “O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu
reino é um cetro de equidade. Tu amas a justiça e aborreces a impiedade; por
isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus
companheiros” (Sl 45.6,7). Que história é essa de o Deus do versículo 7 estar ungindo o Deus do
versículo 6? Isso tem intrigado alguns rabinos desde a antiguidade. Mas,
a Epístola aos Hebreus traz a explicação e revela que Deus nessa passagem é uma
referência a Jesus. A explicação está em Hebreus 1.8, trata-se do
relacionamento entre o Pai e o Filho e que a unidade de Deus é plural.
SINOPSE I
A doutrina bíblica mostra a
relação de unidade entre Deus Pai e seu Filho Unigênito.
AUXÍLIO
BIBLIOLÓGICO - “FILIAÇÃO DE CRISTO”
Três principais pontos de vista são apresentados quanto à
filiação de Cristo:
1-
Criação em uma época passada. Esse foi o ponto de vista de Ário ao
argumentar que Jesus Cristo foi criado em uma época passada, à semelhança de
Deus Pai, e é homoioitsios com Ele (isto é, de substância similar).
Grego: ὁμοιούσιος
Transliteração: (homoiousios/omiússios)
Significado: "De substância semelhante"
2- Geração eterna. Orígenes e outros que
sustentaram essa opinião consideravam a palavra grega monogenes como derivada
de gen-nao, ‘gerar’ (vários
tradutores seguiram os seus passos), e traduziram o termo como “Unigênito” (Jo 1.14,18;
3.16,18; Hb 11.17; 1 Jo 4.9). No entanto, trata-se na verdade de um derivado de
genos e, portanto,
significa ‘único’
ou ‘único do seu gênero/monogenes’.
Por causa disso, a Bíblia Francesa o traduz
como ‘Son Fils Unique’, o que significa ‘o seu único Filho’ (veja NASB marg. em
João 3.16,18). Em Hebreus 11.17, com referência a Isaque, “monogenes”
deve significar “único”, porque Abraão teve outros filhos
(Ismael e os filhos de Quetura).
3- O
Filho Único de Deus. Esta opinião tem o apoio dos argumentos acima. Exemplos desse uso podem ser encontrados na expressão
hebraica do Antigo Testamento: ‘filhos de…’,
que significa ‘da ordem de…’ em frases como ‘filhos dos profetas’ (1 Rs 20.35;
2 Rs 2.3,5,7,15; 4.38; 5.22 etc.); ‘filho de um dos
boticários’ (Ne 3.8); ‘filhos dos cantores’ (Ne 12.28). A partir daí pode-se compreender como os
contemporâneos do Senhor Jesus Cristo no Novo Testamento entenderam a sua
declaração de que Ele era o Filho de Deus, significando que Ele afirmava
ser igual a Deus, ou o próprio Deus.
II – A HERESIA DO
SUBORDINACIONISMO
1- Orígenes. O Subordinacionismo é toda doutrina que declara ser o Filho
subordinado ao Pai ou um deus secundário ou menos divino que o Pai. Os monarquianistas dinâmicos, ou
acionistas, e os arianistas são os principais representantes dessa heresia.
Mas Orígenes (185-254), foi o
seu principal mentor. Há, na vastíssima e complexa
produção literária de Orígenes, ideias de acordo e contrárias à ortodoxia da
igreja, como também ideias neoplatônicas e obscuras de modo que, desde a
antiguidade, os estudiosos do assunto estão divididos. Ele
exerceu grande influência no Oriente por mais de 100 anos. Nas
controvérsias em Nicéia, havia os que apoiavam Ário usando Orígenes como base;
como também os que apoiavam Alexandre, opositor de Ário, também se baseando no
mesmo Orígenes. Segundo
seus críticos, parece que a Trindade defendida por ele era subordinacionista: o
Filho subordinado ao Pai e o Espírito Santo subordinado ao Filho. No
entanto, a Bíblia revela a igualdade das três pessoas da Trindade (Mt 28.19; 2
Co 13.13).
2- No período pré-niceno. O Subordinacionismo foi, nos
Séculos II e III, uma tentativa, ainda que equivocada, de preservar o
monoteísmo, mas que negou a divindade absoluta de Jesus. Seus expoentes consideravam Cristo como Filho de Deus,
inferior ao Pai. Eles afirmavam que o próprio Cristo declarava a sua
inferioridade, e isso eles o faziam com base numa exegese ruim e numa
interpretação fora do contexto de algumas passagens dos Evangelhos.
NOTA: A Hierarquia é apenas de funções. Pai, Filho e Espírito Santo é só aqui
na Terra. Na eternidade, antes e depois da Criação são três pessoas distintas
que participam da mesma natureza.
3- Métodos usados pelos
subordinacionistas. Já estudamos, até agora, o
ensino bíblico sobre Jesus
como o verdadeiro homem e ao mesmo tempo o verdadeiro Deus. Somente Ele
é assim, e ninguém mais no céu e na terra possui essa característica (Rm 1.1-4;
9.5). No entanto, os subordinacionistas pinçam as Escrituras aqui e ali se
utilizando das passagens do Novo Testamento que apresentam o Senhor Jesus como
homem e descartam e desconsideram as que afirmam ser Jesus o Deus igual ao Pai.
SINOPSE II
O Subordinacionismo afirma ser o
Filho subordinado ao Pai, sendo, portanto, um deus secundário.
AUXÍLIO TEOLÓGICO - “A PALAVRA/VERBO NA ETERNIDADE (JOÃO 1.1-5)
Veja a “aula exclusiva
para membros”.
III – COMO O
SUBORDINACIONISMO SE APRESENTA HOJE
1- No contexto islâmico. O Islamismo não considera Jesus como o Filho de Deus, mas como
messias e profeta, e coloca Maomé acima dele. Nenhum cristão tem
dificuldade em detectar o erro de doutrina (Ef 1.21; Fp 2.8-11). O Alcorão afirma que é blasfêmia
dizer que Jesus é o Filho de Deus, isso com base numa péssima interpretação,
pois significaria uma relação íntima conjugal entre Deus e Maria. O mais grave é que seus líderes
afirmam que os cristãos pregam esse absurdo (Jd 10). Lamentamos dizer
que até mesmo Satanás e os seus demônios reconhecem que
Jesus é o Filho do Deus Altíssimo (Mc 5.7). A expressão “Filho de Deus”
no Novo Testamento significa a sua origem e a sua identidade (Jo
8.42) e não segue o mesmo padrão de reprodução humana. Jesus foi concebido
pelo Espírito Santo (Mt
1.18, 20; Lc 1.35).
2- O movimento das
Testemunhas de Jeová. Este confessa publicamente
que crê na existência de vários deuses: o Deus
Todo-poderoso, Jeová; depois o deus poderoso,
Jesus; e em seguida outros deuses menores,
incluindo bons e maus. Mas a fé cristã não admite a existência de outros
deuses. É verdade que a Bíblia faz menção de deuses
falsos. Se são falsos, não podem ser Deus (Gl 4.8).
O apóstolo Paulo declara:
“todavia, para nós há um
só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus
Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele” (1 Co 8.6). Eis
uma boa pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová: “Jesus
Cristo é uma divindade falsa ou verdadeira?” Se a resposta for positiva,
elas são obrigadas a reconhecer a divindade de Jesus e a Trindade; mas, se a
resposta delas for negativa, elas estão admitindo que são seguidoras de um deus
falso.
SINOPSE III
O Subordinacionismo se apresenta
no contexto islâmico e das Testemunhas de Jeová.
CONCLUSÃO
O termo “filho” em relação a
Jesus tem sido assunto de debate teológico desde o período dos Pais da Igreja.
A interpretação bíblica que se faz é: Jesus é Filho
Unigênito não porque foi gerado, mas sim porque é da mesma substância do Pai.
REVISANDO O
CONTEÚDO
1- Por que Jesus é
chamado “Filho de Deus” no Novo Testamento?
Jesus é chamado Filho de Deus no Novo Testamento porque Ele
é Deus e veio de Deus.
2- O que revela a expressão “Filho de
Deus” em relação a Jesus?
A expressão “Filho de Deus” revela a divindade de Cristo.
3- O que é Subordinacionismo?
O Subordinacionismo é toda doutrina que declara ser o Filho subordinado
ao Pai ou um deus secundário ou menos divino que o Pai.
4- Por que o Alcorão afirma que é
blasfêmia dizer que Jesus é o Filho de Deus?
O Alcorão afirma que é blasfêmia dizer que Jesus é o Filho de Deus, isso
com base numa péssima interpretação, pois significaria uma relação íntima
conjugal entre Deus e Maria.
5- Qual a pergunta que incomoda as
Testemunhas de Jeová?
Eis uma boa pergunta que incomoda as Testemunhas de Jeová: “Jesus Cristo
é uma divindade falsa ou verdadeira?”
VERDADE PRÁTICA
O termo teológico “Filho de
Deus” é título, sendo assim, a existência de Jesus é desde a eternidade junto
ao Pai.