EM TEOLOGIA a lição de hoje se enquadra na matéria Eclesiologia (estudo da Igreja).
Palavra-Chave:
NATUREZA da Igreja
A palavra natureza
pode ser substituída por estrutura
Estrutura: organização, disposição e ordem dos
elementos essenciais que compõem um corpo (concreto ou abstrato).
A) Objetivos da Lição: (Pra começar bem comece declarando seu objetivo).
I) Destacar a natureza
bíblica da Igreja, fundamentada na doutrina dos apóstolos e
conduzida pelo Espírito Santo;
II) Apresentar os
aspectos naturais visíveis e invisíveis da Igreja;
III) Listar a unidade da
Igreja como aspecto central que revela a sua identidade cristã neste
mundo.
INTRODUÇÃO
A aula desta semana tem como
propósito apresentar a natureza da Igreja. Nesse sentido, a intenção é mostrar
a sua NATUREZA, essência, dimensão, propósito e razão
de existir.
Nesta lição,
veremos que a natureza da Igreja está fundamentada nas dimensões confessional, local, universal e
comunitária.
Faça essas perguntas pra começar sua aula:
1. O que define uma igreja genuinamente cristã?
2. Quais as características que mostram o que é uma verdadeira
igreja.
Responda: Uma igreja genuinamente cristã é
confessional,
ou seja, ela
se fundamenta na Palavra de Deus.
Uma igreja genuinamente
cristã tem uma dimensão local e universal, existe tanto na forma
visível
como invisível e, finalmente, a
igreja genuinamente cristã é una, pois sem unidade não
há Igreja.
A dimensão confessional indica que a Igreja está fundamentada nas Sagradas Escrituras. Logo, o manual e regra de fé e prática da Igreja é a Palavra de Deus.
No que diz respeito à
dimensão local, considera-se o aspecto geográfico, isto é, a localidade onde a igreja
se reúne para adorar, servir ao Senhor e atuar pela salvação de almas.
No seu contexto universal,
a igreja existe também na dimensão invisível. Ela é formada por todos os crentes regenerados,
presentes em todos os lugares e diferentes épocas. Este será o povo que fará
parte do grande encontro com o Senhor nos ares quando Ele vier buscar a sua Igreja
(1Ts 4.15-17).
Por fim, a igreja possui
caráter comunitário em razão da sua indivisibilidade. É incrível a capacidade da
Igreja de comportar pessoas, de diferentes temperamentos, culturas e etnias,
porém sem perder as qualidades espirituais, morais e éticas.
Além
dos aspectos dimensionais da Igreja, a Igreja existe neste mundo em razão da
sua existência missional.
(Mc 16, 15 - Mt 28.19,20).
TÓPICO I. A NATUREZA DA IGREJA NA SUA DIMENSÃO CONFESSIONAL
1.
Fundamentada
na Palavra. Uma
igreja verdadeiramente bíblica é firmada na Palavra de Deus. Nesse aspecto,
primeiramente, temos Cristo como a Palavra Encarnada, a Palavra Viva.
No princípio era a Palavra (Jo 1.1).
En arché en ho Logos kay ho Logos em pros ton Theon
kay Theos em ho Logos.
A igreja bíblica possui Jesus Cristo como seu fundamento (Ef
2.20).
Uma igreja verdadeiramente bíblica é centrada em Jesus.
Em segundo lugar, uma igreja bíblica é fundamentada nas
Escrituras Sagradas, a Palavra Inspirada.
Se não existe igreja verdadeira sem Jesus, da mesma forma
não há igreja verdadeira sem fundamentação bíblica (2Tm 3.15).
A heterodoxia, o desvio doutrinário e
a apostasia vêm pelo distanciamento e abandono da Palavra de Deus.
Heterodoxia é um termo que se refere ao caráter
daquilo que se opõe aos padrões tradicionais, à doutrina ortodoxa. É a condição
da pessoa contrária às regras, aos dogmas e às opiniões estabelecidas por um
grupo.
A
heterodoxia busca questionar e desafiar as ideias estabelecidas pela ortodoxia,
e valoriza a integração de diferentes disciplinas e campos do conhecimento.
2. Habitada pelo Espírito. A Igreja é habitada pelo Espírito, dirigida e capacitada por Ele. O Espírito Santo é a força-motriz da Igreja. Na verdade, a obra do Espírito começa no seu trabalho de convencimento do pecador. É o Espírito quem convence o ser humano do pecado (Jo 16.8-11). É o Espírito Santo quem produz a obra da regeneração. Quando o evangelista Lucas diz que o Senhor abriu o coração de Lídia (At 16.14), aí vemos uma obra poderosa do Espírito Santo trazendo o convencimento para a salvação.
2. Quem faz parte da Igreja anda no Espírito. Quando alguém responde à mensagem da cruz, o Espírito de Deus produz nele a certeza da salvação (Rm 8.16). Agora, regenerado, o cristão passa a andar ou ser dirigido pelo Espírito (Rm 8.14). O fracasso na vida espiritual está no fato de não andarmos na esfera do Espírito (Gl 5.16,17). O Espírito, portanto, habita o crente; capacitando-o (At 1.8). Sem a capacitação do Espírito, a igreja é inoperante e perde a sua essência.
TÓPICO II. A NATUREZA DA IGREJA NAS SUAS DIMENSÕES LOCAL E UNIVERSAL
1. Local e visível. Biblicamente, podemos falar da
Igreja em relação à sua dimensão espacial, isto é, em relação ao local ou ao
espaço geográfico. Ela pode
ser vista e sentida. Nesse aspecto, a Igreja existe localmente. Assim,
vemos os Apóstolos escrevendo suas cartas a determinadas igrejas, situadas em diferentes
locais: “à igreja de Deus que está em Corinto” (1Co 1.2); “aos estrangeiros
dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1Pe 1.1). Nesses textos
vemos as Escrituras se referindo à ekklesia, à comunidade de crentes, situada
em diferentes locais. (Assista o vídeo da AULA 01 para a explicação de ekklesia)
2. As particularidades das igrejas locais. Pelo teor das cartas neotestamentárias, observamos que essas igrejas locais possuíam suas particularidades. Os problemas encontrados em uma não eram necessariamente os mesmos da outra (Fp 4.2,3 cf. 2Ts 3.11,12). De igual modo, as virtudes. Por outro lado, embora estivessem todas sob a supervisão apostólica, observamos que eram autônomas uma em relação às outras. Assim possuíam sua dinâmica própria. Um método que funciona em determinada igreja pode ser inadequado em outra.
Assim a
Igreja universal e invisível é formada por todos os cristãos regenerados que
estão em todos os lugares e por aqueles que já estão também na glória (Hb 12.23), não se limitando
somente à dimensão terrena. Aqui, é importante se
diferenciar “Igreja” de “denominação”. Numa cidade, por exemplo, pode
haver várias denominações; contudo, somente uma Igreja. A igreja é divina, as
denominações são humanas. As denominações podem ser temporárias, a Igreja não.
As denominações podem desparecer, mas a Igreja é indestrutível (Mt 16.18).
Convém dizer que nem todo grupo que se diz cristão pode ser visto como fazendo
parte da Igreja Cristã. Há grupos que se autodenominam “igrejas”, contudo, são
sinagoga de Satanás (Ap 3.9). Entretanto, o que fará com que uma igreja ou
denominação seja cristã, é a sua fidelidade a Cristo e às Escrituras Sagradas.
TÓPICO III. A IGREJA NA SUA DIMENSÃO COMUNITÁRIA
1.
A igreja é una. Isso
significa que a igreja é indivisível. Na analogia onde se compara a Igreja ao
corpo humano, Paulo deixa bem claro que uma igreja verdadeiramente cristã é
unida porque não pode haver divisão no corpo (1Co 12.12). Jesus disse que um
reino dividido não subsistirá (Mt 12.25). Esse princípio se aplica à Igreja
também. O que o Diabo não consegue contra a Igreja por meio da perseguição, ele
consegue por intermédio da divisão. Devemos evitar, a todo custo, o
partidarismo, as preferências e os exclusivismos, se quisermos preservar a
unidade da igreja local (Ef 4.3).
2. Unidade na Igreja. Paulo escreveu à igreja de Filipos: “completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa” (Fp 2.2). Esse texto mostra o anseio do apóstolo pela unidade da igreja que, como Corpo de Cristo em sua forma coletiva, deve zelar pela unidade e, da mesma forma, cada crente deve buscar isso.
4. Diversidade na unidade. Isso fala da unidade dos seus discípulos (Jo 17). Ali há o que os teólogos chamam de “unidade de essência”. Na Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas diferentes, com uma mesma essência, possuindo a mesma substância e um só propósito. (Vou deixar vários vídeos pra vocês sobre esse assunto)