Motivação: É impressionante como a esperança cristã fez com que a primeira geração de cristãos, que sofreu grandes aflições, vitupérios, tribulações, espoliação de bens e muitos outros prejuízos por causa de sua fidelidade ao Senhor, não perdesse a capacidade de se alegrar e regozijar-se em Cristo (Hb 10.34). Qual era a causa disso? Porque “eles tinham nos céus uma possessão melhor e permanente” (Hb 10.34).
TEXTO ÁUREO
“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.” (Tt 2.13).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 8.18-25.
18 — Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.
19 — Porque a ardente expectação da criatura
espera a manifestação dos filhos de Deus.
20 — Porque a criação ficou sujeita à
vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a
sujeitou,
21 — na esperança de que também a mesma
criatura será libertada da servidão da corrupção
(cor ruptus), para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
22 — Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora.
NOTA:
A palavra “κτίσις/ktísis” em grego significa “criação” ou “fundação”,
prédio.
Ela tem vários significados, incluindo:
1. Atos de Fundar ou Estabelecer: Em grego antigo, a palavra “κτίσις/ktísis”
era usada para se referir ao ato de fundar, estabelecer ou construir algo,
como um prédio, uma cidade ou uma instituição.
2. Criação Divina: No Novo Testamento, a palavra “κτίσις/ktísis” é
frequentemente usada para se referir à criação divina. Por exemplo:
o Em Romanos 1:20, encontramos “τοῦ κόσμου/toú kósmou” (do
mundo) associado a “κτίσις”, indicando a criação do mundo por
Deus.
o Em Colossenses 1:15, “κτίσις/ktísis” (da
criação) descreve a posição de Jesus como o primogênito sobre toda a criação.
Exemplo Prático: Imagine que você está escrevendo um ensaio sobre a criação do universo. Você pode usar a palavra “κτίσις” para se referir ao ato divino de criar o mundo a partir do nada.
23 — E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também
gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a
redenção do nosso corpo.
24 — Porque, em ESPERANÇA (ἐλπίδι/ elpídi),
somos salvos.
Grego:
τῇ γὰρ ἐλπίδι ἐσώθημεν
Transliterado:
tí gár elpídi esóthimen
Tradução:
pois somos salvos pela esperança
25 — Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos.
NOTA: A palavra “ἐλπίδι” (lê-se “elpidi”) é uma palavra grega que significa “esperança” ou “expectativa”. Representa tanto a confiança em algo certo quanto a expectativa alegre de algo bom. Ela aparece várias vezes no Novo Testamento e tem um significado profundo. Aqui estão algumas ocorrências notáveis:
Romanos 5:2: "Por meio de quem obtivemos acesso pela fé a
esta graça na qual agora estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória
de Deus."
Romanos 8:24: "Porque na esperança fomos salvos. Ora, a
esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera?"
1 Pedro 1:21: "Por meio dele vocês creem em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos e o glorificou, de modo que a fé e a esperança de vocês estão em Deus."
Objetivos da Lição:
Mostrar o alvo da esperança cristã;
Explicitar a doutrina
da esperança cristã;
Enfatizar a esperança
cristã como a âncora da alma do crente.
INTRODUÇÃO
Desde quando o crente nasce de novo,
ele é convocado a viver uma vida de esperança.
NOTA: (Porque todos os objetos
da nossa fé são invisíveis, inclusive Deus).
Nesse sentido, a esperança cristã tem o seu fundamento na ressurreição do Senhor Jesus (1Pe 1.3,21). É uma obra poderosa de Deus que move a Igreja a trabalhar pela causa do seu reino. A lição desta semana tem o propósito de expor o ensino da esperança cristã e o quanto ele é importante em nossa jornada para o céu.
Palavra-Chave: ESPERANÇA
1 - PARA
ONDE APONTA A ESPERANÇA DO CRISTÃO?
1. A
esperança cristã.
2. A
esperança nas cartas do apóstolo Paulo.
3. Deus: o autor da nossa esperança.
1. A esperança cristã.
No Novo Testamento, “esperança” é uma expectativa favorável
fundamentada no que não se vê, em algo que está no futuro (Rm 8.24,25).
24 — Porque, em ESPERANÇA
(ἐλπίδι/ elpídi), somos
salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê,
como o esperará?
25 — Mas, se esperamos o que não
vemos, com PACIÊNCIA/FÉ o esperamos.
Grego: τῇ γὰρ
ἐλπίδι ἐσώθημεν
Transliterado: tí gár elpídi esóthimen
Tradução: pois somos salvos pela esperança
Nesse caso, ela pode antecipar aquilo que é bom (Tt 1.2; 1Pe 1.21). Não por acaso, o apóstolo Paulo escreve que a esperança do cristão foi estabelecida por Cristo, a “esperança da glória” e a “esperança nossa” (Cl 1.27; 1Tm 1.1). Portanto, do ponto de vista bíblico, podemos dizer que a esperança é “a confiança no cumprimento de uma grande expectativa”.
2. A esperança nas cartas do
apóstolo Paulo.
O assunto da esperança cristã está bem presente nas cartas
de Paulo. Nelas, percebemos a esperança na
ressurreição dos mortos em Cristo (At 23.6; 1Ts 4.13,14); a
esperança do cumprimento da promessa/da ressureição dos mortos (At 26.6,7);
NOTA:
A palavra “ἐλπίδος/elpídos” em grego significa “esperança” ou “expectativa”.
Ela aparece várias vezes no Novo Testamento e tem um significado profundo. Por
exemplo, em Atos 23:6, Paulo está sendo julgado por causa da
esperança e da ressurreição. E em Atos 26:7, ele também menciona a
esperança. Portanto, essa palavra representa tanto a confiança em algo certo
quanto a expectativa alegre de algo bom.
a esperança da justiça (Gl 5.5); a esperança do Evangelho
(Cl 1.5); a esperança do arrebatamento da Igreja (1Ts 5.8); a esperança da
vocação (Ef 1.18); a esperança da vida eterna (Tt 1.2; 3.7); e, finalmente, a
esperança do aparecimento da glória de Deus e do Senhor Jesus Cristo (Tt 2.13).
Na Primeira Carta de Paulo aos
Coríntios, a esperança aparece como a segunda virtude mencionada ali (1Co
13.13).
NOTA:
Grego: νυνὶ δὲ μένει πίστις ἐλπίς ἀγάπη τὰ τρία ταῦτα μείζων δὲ
τούτων ἡ ἀγάπη .
Transliterado: nyní dé ménei
pístis elpís agápi tá tría tafta meízon dé toúton i agápi.
Tradução: Agora, pois, permanecem
a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o
amor.
3. Deus: o autor da nossa
esperança.
Essa esperança é uma consequência do Novo Nascimento em
Cristo, de modo que esse processo envolve uma obra plenamente sobrenatural,
espiritual (1Pe 1.23). “Sendo de novo gerados, não
de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que
permanece para sempre.”
Por isso, Deus é o autor da nossa esperança, conforme o
apóstolo Paulo mostra em sua carta (Rm 15.13). “Ora, o Deus de esperança vos
encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela
virtude do Espírito Santo.”
Grego: Ὁ δὲ Θεὸς τῆς ἐλπίδος
Transliterado: O dé Theós tís elpídos
Tradução: E o Deus da esperança
Logo, por meio dessa viva esperança, estamos prontos para suportar perseverantemente todos os dissabores ao longo da nossa jornada ao Céu (Hb 10.32-36). Ora, a nossa fé tem sido provada na história por meio das perseguições cruéis e muitos outros desafios que sempre nos testaram. Entretanto, a Igreja de Cristo nunca sucumbiu a eles, sempre prosperou e floresceu por causa de uma esperança gloriosa que nunca puderam tirar de nós, a confiança na vida eterna com Deus (At 20.24).
SINOPSE I
A Esperança Cristã, que tem Deus como o seu autor, aponta
para o porvir, uma gloriosa realidade.
II. A PERSPECTIVA ESCATOLÓGICA DA
ESPERANÇA CRISTÃ
1. A Bíblia focaliza o futuro
2. A esperança no porvir traz
consolo e alegria ao crente.
3. Por que uma doutrina da esperança?
1 A Bíblia focaliza o futuro.
A história da Criação se inicia com Deus. O primeiro livro
da Bíblia, Gênesis, nos revela isso. (Gênesis 1:2-5)
NOTA:
1No princípio, criou Deus os céus e a terra. 2E a terra era
sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e
o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
3E disse Deus: Haja luz. E houve luz. 4E viu
Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. 5E
Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã:
o dia primeiro.
(Gênesis 1:2-5) em hebraico transliterado, com a
tradução em português logo abaixo de cada versículo:
1. בְּרֵאשִׁית (Bëreshit) - No princípio בָּרָא (Båra) - criou אֱלֹהִים (Elohim) - Deus (Elohim) אֵת הַשָּׁמַיִם (Et hashamayim) - os céus וְאֵת (Vëet) - e הָאָרֶץ (Ha’arets) - a terra.
2. וְהָאָרֶץ (Vëha’arets) - E a terra הָיְתָה (Hayëtah) - era תֹהוּ
וָבֹהוּ (Tohu vavohu)
- sem forma e vazia; וְחֹשֶׁךְ (Vëchoshekh) - e havia trevas עַל-פְּנֵי (Al-pëney) - sobre a face תְהוֹם (Tëhom) - do abismo; וְרוּחַ (Vëruach) - e o Espírito de אֱלֹהִים (Elohim) - Deus מְרַחֶפֶת (Mërachefet) - se movia עַל-פְּנֵי הַמָּיִם (Al-pëney hamayim) - sobre a face das águas.
3. וַיֹּאמֶר אֱלֹהִים (Vayomer Elohim) - E disse Deus: יְהִי
אוֹר (Yëhy or) -
Haja luz. וַיְהִי-אוֹר (Vayëhy-or) - E houve luz.
4. וַיַּרְא אֱלֹהִים (Vayar Elohim) - E viu Deus אֶת-הָאוֹר (Et ha’or) - a luz; כִּי-טוֹב (Ki-tov) - que (era) boa וַיַּבְדֵּל
אֱלֹהִים (Vayavëdel Elohim)
- e fez separação בֵּין הָאוֹר וּבֵין הַחֹשֶׁךְ (Bein ha’or uvein hachoshekh) - entre a luz e as
trevas.
5. וַיִּקְרָא אֱלֹהִים (Vayiqërå Elohim) - E Deus chamou לָאוֹר
יוֹם (La’or yom)
- à luz Dia; וְלַחֹשֶׁךְ קָרָא לָיְלָה (Vëlachoshekh qårå layëlåh) - e às trevas chamou Noite.
וַיְהִי-עֶרֶב וַיְהִי-בֹקֶר יוֹם אֶחָד (Vayëhy-erev vayëhy-voqer yom echad)
Infelizmente, ao se desdobrar os acontecimentos do início de
Gênesis, o pecado provocou desarmonia na Criação. Entretanto, Deus age para que
tudo volte a ser perfeito, equilibrado e harmônico. Isso
que o apóstolo Paulo revela com a menção que faz da abrangência cósmica da
morte de Jesus Cristo (Ef 1.10). “de tornar
a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da
plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as
que estão na terra;”
Essa promessa se originou no Éden, com o descendente da
mulher, e se revela hoje por meio de Cristo como fio condutor das Sagradas
Escrituras (Gn 3.15; Ap 12.9).
2 A esperança no porvir traz consolo e alegria
ao crente. A doutrina das
últimas coisas, denominada de Escatologia, estuda as coisas futuras. Muitos vivem com medo do futuro, do que pode acontecer com
eles, mas os cristãos se consolam e se alegram no que a Bíblia diz a respeito
do futuro (Rm 15.4). Nesse aspecto, o que a Palavra de Deus diz a
respeito do que nos aguarda na eternidade com Cristo é glorioso e incomparável,
e as aflições do tempo presente não podem ser comparadas com a glória a ser
revelada em nós (Rm 8.18). “Porque para mim tenho
por certo que as aflições deste tempo presente não são para
comparar com a glória que em nós há de ser revelada.”
Assim, a Bíblia é um livro de profecia que produz alegria e
consolo ao coração do crente. Nela, encontramos um Deus soberano, que governa
as nossas vidas e age em favor de seu povo.
3 Por que uma doutrina da esperança? A razão de termos uma doutrina da esperança é porque confiamos na promessa da ressureição dos que morreram em Cristo, da transformação dos que estiverem vivos por ocasião de sua volta (1Ts 4.13-18). Trata-se de uma promessa gloriosa para reinar com Cristo. Como ainda não alcançamos essa promessa, vivemos na esperança de que brevemente tudo se cumpra, pois quem fez a promessa é fiel para cumprir (Hb 10.23).
SINOPSE II
A esperança bíblica traz consolo e alegria ao crente ao
longo de sua carreira.
III. A ESPERANÇA CRISTÃ COMO
ÂNCORA DA ALMA
1. Nossa esperança como âncora. Podemos
2. Por que a esperança do crente
é a melhor?
3. Mantendo firme a esperança.
1. Nossa esperança como âncora.
Podemos descrever a âncora
como uma pesada peça de ferro presa a uma corrente grossa e lançada ao fundo do
mar com o propósito de manter um navio parado (At 27.29). O escritor aos
Hebreus descreve a esperança cristã como uma “âncora da alma segura e firme” durante a jornada com
Cristo (Hb 6.18,19). Ela representa tudo o que sustenta e estabiliza a alma do
crente em tempos de incertezas.
2. Por que a esperança do crente
é a melhor?
Essa esperança que traz certeza à alma do salvo não pode ser
comparada com esperança dos ímpios (vídeo quem o
ímpio?). O apóstolo Paulo afirma que, sem Cristo, não há esperança para
o ser humano (Ef 2.12). Dessa forma, trata-se de uma esperança vã. Por
consequência, há diversas esperanças presentes na cultura humana. Por exemplo, há religiões que expressam sua esperança em uma história
cíclica, como no Hinduísmo, em que a vida é vista de acordo com o ciclo de
nascimento, morte e reencarnação; outros
povos buscam pautar a sua esperança em astrologia, quiromancia, dentre várias
práticas pagãs que a Bíblia proíbe; na política,
muitos fundamentam suas esperanças em ações revolucionárias que não passam de
ilusão. Resumindo, podemos dizer que toda esperança fora de Cristo é
vazia, sem sentido; já a esperança em Cristo é segura, consoladora e com
propósito (Cl 1.27).
3. Mantendo firme a esperança. À luz do Novo Testamento, afirmamos que a Segunda Vinda de Cristo é o grande motivo para o crente permanecer firme e manter sua esperança, de modo que isso requer uma vida de pureza para desfrutar da promessa de ser como Jesus é (1Jo 3.2,3). Naqueles dias, os discípulos de Cristo entendiam que a sua vinda seria iminente (que ameaça se concretizar, que está a ponto de acontecer; próxima, imediata), isto é, poderia acontecer a qualquer momento (Mt 25.1-13). Semelhantemente, devemos estar em prontidão, aguardando o dia em que o nosso Senhor arrebatará a sua Igreja. Não sabemos o dia nem a hora que o Senhor virá, mas a nossa parte é manter a nossa esperança viva e firme (Lc 18.8).
SINOPSE III
A Esperança é uma âncora da alma, pois traz firmeza e solidez em tempos incertos.
CONCLUSÃO
Lutas, dissabores, provações, morte, dentre outas coisas, o salvo em Cristo poderá enfrentar tudo isso firmado na esperança verdadeira que é Cristo Jesus. Assim, seguiremos a nossa jornada sem temor e sem perder a fé. A história testemunhou que o Cristianismo cresceu e prosperou porque os cristãos entenderam que essa vida é provisória, sendo apenas uma parte de um todo muito maior: a eternidade com Cristo. Portanto, mantenhamos firme a confissão da nossa esperança, pois o que prometeu é fiel (Hb 10.23).
VERDADE PRÁTICA
A esperança cristã é a âncora que mantém a alma do crente
firme diante dos dissabores em nossa jornada de fé.