INTRODUÇÃO
As religiões mundiais e os movimentos dissidentes delas
possuem diversos escritos sagrados. No Cristianismo, o Livro Sagrado é a Bíblia Sagrada, e sua
fonte de autoridade deriva
da sua origem em Deus, o que nos permite chamar a Bíblia de a Palavra de Deus.
O fato de a Bíblia ter sua origem em Deus mostra
sua superioridade com plena e total garantia de infalibilidade, mas não
falta quem indevidamente reivindique para si e suas instituições essa mesma
autoridade ou até mais que as Escrituras.
Objetivos da Lição:
I) Mostrar que diante das heresias é preciso ter perseverança;
II) Enfatizar a necessidade de sempre aprender com a Palavra de Deus;
III) Considerar as Escrituras como o fundamento da vida cristã.
Palavra-Chave: Perseverança
Perseverar significa continuar firme em um propósito, mesmo diante de dificuldades, obstáculos ou desafios. É a habilidade de manter o foco e a determinação, não desistindo frente às adversidades. Esse ato está intimamente ligado à paciência, resiliência e força de vontade.
TEXTO ÁUREO
“E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva apareça em vosso coração.” (2 Pe 1.19)
O texto áureo destaca a importância da palavra profética como
fonte de luz e guia para os cristãos, enquanto aguardam a plena manifestação de
Cristo.
Para compreender melhor esse versículo, vamos analisar alguns
pontos:
1. A palavra profética
como luz:
- Pedro
compara a palavra dos profetas a uma "luz que alumia em lugar
escuro". Essa
metáfora ressalta o papel da profecia em revelar a verdade divina em um mundo
obscurecido pelo pecado e pela ignorância.
- No
contexto bíblico, a profecia não se limita a previsões do futuro, mas
abrange a revelação da vontade de Deus, a correção do pecado e o anúncio
da salvação em Cristo.
2. A firmeza da palavra:
- Pedro
afirma que a palavra dos profetas é "mui firme", enfatizando sua
confiabilidade e autoridade. Essa firmeza deriva do fato de que a profecia não provém da vontade
humana, mas do Espírito Santo (2 Pedro 1:20-21).
- Ao
longo das Escrituras, vemos a confirmação da palavra profética através do
seu cumprimento, especialmente em relação à vinda de Jesus Cristo.
3. A espera pela
"estrela da alva":
- A expressão "estrela da
alva" refere-se a Jesus Cristo, que é
a luz do mundo e a esperança da glória (Apocalipse 22:16).
- A
exortação para estar
atento à palavra profética "até que o dia esclareça, e a
estrela da alva apareça em vossos corações" indica a necessidade de
perseverança na fé, enquanto aguardamos a segunda vinda de
Cristo e a plena manifestação do seu reino.
Em resumo, 2 Pedro
1:19 nos convida a valorizar a palavra profética como uma fonte de luz e
orientação, que nos conduz à plena comunhão com Cristo, a "estrela da
alva", que ilumina nossos
corações com a esperança da sua vinda.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – Êx 5.1 A expressão “assim diz o
SENHOR” é o selo da autoridade da Bíblia
Terça – Mc 7.13 As Escrituras Sagradas são a Palavra de Deus
Quarta – Jo 10.35 O Senhor Jesus, a maior autoridade no céu e na
terra, disse que a Bíblia é
inerrante
Quinta – Hb 4.12 A Palavra de Deus é poderosa para alcançar o mais
íntimo do ser humano
Sexta – 1 Pe 1.25 A validade da Palavra de Deus é para sempre
Sábado – 2 Pe 1.20,21 A Bíblia Sagrada foi produzida por homens
movidos pelo Espírito Santo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Timóteo 3.10-17
10- Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé,
longanimidade, amor, paciência,
11- perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio e
em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou.
12- E também todos os que piamente querem viver
em Cristo Jesus padecerão perseguições.
13- Mas os homens maus e enganadores irão de mal a pior, enganando e sendo
enganados.
14- Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado,
sabendo de quem o tens aprendido.
15- E que, desde a tua
meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a
salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16-Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para
redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,
17- para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda
boa obra.
I- DIANTE DAS HERESIAS É PRECISO PERSEVERANÇA
1- Os falsos mestres. As duas epístolas a Timóteo, classificadas com justiça
como
“Epístolas Pastorais” juntamente com a epístola a Tito, destacam-se também pelo
seu caráter apologético. São refutações às heresias contra as “fábulas
ou as genealogias intermináveis” (1 Tm 1.4; 4.7; Tt 3.9), e a expressão, “falsamente
chamada ciência” (1 Tm 6.20), sem dúvida, é um combate ao pensamento
gnóstico, que começou a surgir e chegou ao ápice no século 2.
Irineu de Lião (135-204) combateu o tal sistema em sua obra Contra as
Heresias. O apóstolo Paulo está combatendo dois principais grupos heréticos em sua geração: os gnósticos e as heresias judaicas, defendida
pelos falsos “doutores da lei” (1 Tm 1.7), da “circuncisão” (Tt 1.10) e as
“fábulas judaicas” (Tt 1.14).
2- A experiência apostólica - 2 Timóteo 3. 10,11).
10- Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção,
fé, longanimidade, amor, paciência,
11- perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em
Icônio e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou.
O apóstolo elogia a perseverança de Timóteo na fé e na doutrina em tempos tão difíceis (v. 10). As perseguições são uma referência à experiência da primeira viagem missionária juntamente com Barnabé (At 13.8-12,50; 14.5-7,19). É verdade que Timóteo se integrou à comitiva de Paulo em Listra na sua segunda viagem missionária (At 16.1-3). Isso aconteceu depois dessas perseguições, e Timóteo, nessa época, ainda não fazia parte da comitiva paulina, contudo deve ter sido testemunha ocular de algumas dessas perseguições, pois vivia na região e a sua mãe era crente, sem dúvida, membro da igreja.
3- Entendendo o “querer” (v.12). O verbo “querer” em “todos os que piamente querem/thélontes viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” é mais que um simples desejo, é uma resolução, um propósito de coração, é uma vida com propósito. Sofrer pela causa do Evangelho é motivo para glorificar a Deus “porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus” (1 Pe 4.14). É isso que Deus espera de cada um de nós na atualidade.
NOTA: 12- E
também todos os que piamente querem
viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.
Texto grego (original): καὶ πάντες οἱ θέλοντες ζῆν εὐσεβῶς
ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ διωχθήσονται.
Transliteração: Kaí pántes hoi thélontes zên eusebôs en Christôi Iēsou diôchthēsontai.
A palavra thélontes é o particípio presente ativo do verbo thélô, que significa "querer" ou "desejar". No contexto de 2 Timóteo 3:12, thélontes se refere àqueles que têm a intenção ou o desejo contínuo de viver de maneira (piedosa/eusebôs) em Cristo Jesus (en Christôi Iēsou). Este particípio implica um desejo ou uma escolha deliberada, indicando que os indivíduos mencionados não apenas "vivem piedosamente", mas têm essa aspiração como parte integral de sua vida.
4- Características dos enganadores (v.13). O termo usado pelo apóstolo para “enganadores” ou “impostores” é goēs, uma palavra que aparece uma só vez no Novo Testamento e nenhuma na Septuaginta, usado na antiga literatura grega como “embusteiro, impostor, feiticeiro, charlatão, encantador”, então, essas pessoas denunciadas por Paulo pertencem ao campo religioso. Isso indica que o apóstolo está se referindo a ensinadores e doutrinadores de mentiras, a falsos mestres, que em nada diferem dos falsos doutores. Nenhum deles teve futuro promissor (2 Pe 2.1-3).
NOTA: No grego
moderno, as palavras que podem ser traduzidas como "enganadores" ou
"impostores" variam dependendo do contexto. Por exemplo:
- "Πλάνοι"
(plánoi): Pode
significar enganadores
ou pessoas que
desviam outras do caminho correto, sendo frequentemente usado em contextos religiosos ou
filosóficos.
- "Απατεώνες"
(apateónes): Refere-se a impostores, trapaceiros ou fraudadores, usado
em contextos de engano
intencional.
- "Ψευδείς"
(psevdís): Refere-se a falsos ou mentirosos, que também pode ser aplicado a pessoas enganadoras.
No grego antigo, a palavra
γόης (goēs)
tem uma conotação mais específica e rica em história. Tradicionalmente, ela é
usada para descrever um
"feiticeiro", "encantador" ou "mágico", alguém
que pratica feitiçaria ou engana as pessoas por meio de truques ou ilusões.
Na literatura antiga, muitas vezes tinha uma conotação
negativa, associada a engano ou manipulação.
A raiz desta palavra também está conectada ao conceito de lamento ou canto mágico, refletindo práticas de encantamento ou rituais.
SINOPSE I
A perseverança na fé e na doutrina é fundamental diante das heresias.
II- APRENDENDO, SENDO INTEIRADO E SABENDO
1- De quem Timóteo aprendeu as Sagradas Letras? (v. 14). O contexto em 2 Timóteo 3.10-17 mostra que a fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo são “as sagradas letras”, as Escrituras Sagradas, que são inspiradas por Deus. Interessante que no versículo 14 o apóstolo emprega o pronome relativo, “de quem”, em “sabendo de quem o tens aprendido”, no plural grego, tinōn, literalmente, “dos quais”, isso permite as seguintes traduções: “Você sabe quem foram os seus mestres na fé cristã” (NTLH); “pois conhece aqueles de quem aprendeu” (NVT) Nova Versão Transformadora; “confiar naqueles de quem você aprendeu” (NBV) Nova Bíblia Viva. Desde a infância (v. 15) seria uma referência natural à sua mãe Eunice e à sua avó Lóide (2 Tm 1.5) e ao próprio apóstolo Paulo (2 Tm 2.2).
NOTA: Timóteo
aprendeu principalmente com o apóstolo Paulo, que o considerava um filho
na fé (1 Timóteo 1:2). No entanto, sua educação também
foi influenciada por sua mãe, Eunice, e sua avó, Loide, que lhe
ensinaram as Escrituras desde a infância (2 Timóteo 1:5; 3:15).
Aqui estão os principais pontos sobre quem Timóteo aprendeu:
- Paulo:
Paulo foi o mentor de Timóteo,
guiando-o no ministério e ensinando-o os princípios da fé cristã.
As cartas de Paulo a Timóteo (1 e 2
Timóteo) revelam o profundo relacionamento entre os dois e a instrução que
Paulo deu a Timóteo.
- Eunice
e Loide:
A mãe e a avó de Timóteo
desempenharam um papel fundamental em sua formação, ensinando-lhe as Escrituras
desde a infância.
Essa base nas Escrituras preparou
Timóteo para o ministério e o serviço a Deus.
Portanto, Timóteo foi moldado por uma combinação da instrução
bíblica de sua família e do discipulado de Paulo.
a) porque sabia de quem tinha aprendido;
b) porque são as “sagradas letras”, os escritos
sagrados, a Bíblia.
O que ele aprendeu de sua mãe e de sua avó era uma herança espiritual muito útil para o exercício de seu ministério sob a orientação de Paulo. Aprendemos com isso a importância da educação nos caminhos do Senhor desde a infância no lar (Dt 6.4-8; Pv 22.6). O ensino cristão deve começar em casa, no lar (Dt 6.6-9). A igreja, por meio da Escola Bíblica Dominical, apoia e complementa essa formação. Esse princípio vale para os nossos dias.
3- A Bíblia é divinamente inspirada. Está escrito que “toda a Escritura é inspirada por Deus” (v.16 NAA) Nova Almeida Atualizada. O termo grego theopneustos/ theópnefstos, “inspirada por Deus, divinamente inspirada”, vem das palavras Theos, “Deus”, e pneo, “respirar, soprar”. É importante notar a abrangência da inspiração do texto sagrado “toda Escritura” e, também, seus autores humanos, pois, “os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” ou: “movidos pelo Espírito Santo” (2 Pe 1.21 – TB, NAA). Esse caráter especial e único da “palavra dos profetas” a torna única no gênero. Ela pode fazer qualquer pessoa sábia para a salvação em Jesus e é proveitosa para ensinar, repreender, corrigir, instruir em justiça (vv.15-17). Nenhuma literatura no mundo possui essa prerrogativa.
SINOPSE II
Quem aprende da Palavra de Deus persevera e permanece na verdade.
III- TENDO AS ESCRITURAS COMO O FUNDAMENTO
1- A autoridade apostólica. A
Igreja se submete inquestionavelmente à autoridade dos apóstolos do Novo
Testamento. Sabemos que essa é a vontade de Deus. Se os Evangelhos de Mateus e
Lucas, ou pelo menos um deles, são colocados no mesmo nível do Antigo
Testamento (1 Tm 5.18; Dt 25.4; Mt 10.10; Lc 10.7), e da mesma forma as
epístolas paulinas (2 Pe 3.15,16), isso é uma forma de reconhecer
definitivamente o Novo Testamento como Escritura inspirada. Assim, todos
os livros da Bíblia têm o mesmo grau de inspiração e a mesma autoridade; logo,
devemos dar a mesma atenção e credibilidade tanto aos profetas do Antigo
Testamento como aos apóstolos do Novo.
NOTA: De forma
geral, os judeus não reconhecem o Novo Testamento como Escritura ou como
inspirado por Deus. Para o judaísmo, as Escrituras divinamente inspiradas são
compostas pelo Tanakh,
que corresponde ao que os cristãos chamam de Antigo Testamento. O Tanakh inclui a Torá (Lei),
os Nevi'im (Profetas) e
os Ketuvim (Escritos).
O Novo Testamento é visto como uma coleção de textos cristãos e, portanto, não faz parte da tradição ou da teologia judaica. No entanto, muitos judeus reconhecem a importância cultural e histórica do Novo Testamento no contexto do cristianismo, mas não o consideram parte de suas Escrituras sagradas.
2- Abrangência do termo “Escritura”. Em muitas passagens no Novo Testamento, o termo “Escritura” ou no plural, “Escrituras”, se refere ao Antigo Testamento algumas dezenas de vezes (Mt 21.42; Mc 12.10; Lc 24.27; Jo 2.22; 5.39). Mas o contexto da expressão paulina “toda Escritura é inspirada por Deus” não se restringe apenas ao Antigo Testamento e sabemos disso porque a intenção do Espírito Santo é mostrar que se trata de todos os 66 livros da Bíblia: “para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante os vossos apóstolos” (2 Pe 3.2), Antigo e Novo Testamento.
3- O manual de Deus (vv. 16b, 17). A Bíblia é o manual de Deus para nós, além de ser valiosa para os quatro propósitos pastorais: pois, é “proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”, e não somente para os obreiros, mas para equipar para “toda a boa obra” (v.17) qualquer pessoa que leia as Escrituras. Estaríamos à deriva no mundo sem essas palavras, pois elas nos levam à luz de Cristo (Sl 119.105).
SINOPSE III
Toda a Palavra de Deus é autoritativa e regra fundamental para a nossa vida.
VERDADE PRÁTICA
A Bíblia Sagrada é o único instrumento moral e espiritual
estabelecido por Deus para aferir a nossa conduta diante do Criador, da
sociedade, da pátria e da família.
A Bíblia é um guia seguro
para toda a humanidade, e não somente para a Igreja. Ela é a única revelação de Deus escrita para o ser humano e a
fonte de autoridade espiritual para aferir a nossa conduta diante de Deus,
da sociedade e da família. Trata-se de uma orientação segura
para a vida humana, a nação de Israel e a Igreja, bem como as exortações para o
mundo, incluindo o aspecto político, social e religioso das nações.
REVISANDO O CONTEÚDO
1- Quais os dois principais grupos heréticos que o apóstolo
Paulo combatia?
O apóstolo Paulo está combatendo dois principais grupos heréticos em sua
geração: os gnósticos de sua geração, como combateu as heresias judaicas,
também de sua época, os falsos “doutores da lei” (1 Tm 1.7), da “circuncisão”
(Tt 1.10) e as “fábulas judaicas” (Tt 1.14).
2- Qual a fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo?
A fonte de autoridade do aprendizado de Timóteo são “as sagradas letras”,
as Escrituras Sagradas, que são inspiradas por Deus.
3- Onde deve começar o ensino cristão?
O ensino cristão deve começar em casa, no lar (Dt 6.6-9).
4- Qual a abrangência da inspiração do texto sagrado?
Antigo e Novo Testamento.
5- Como estaríamos no mundo sem a Bíblia?
Estaríamos à deriva no mundo sem essas palavras, pois elas nos levam à luz
de Cristo (Sl 119.105).