INTRODUÇÃO
O
Evangelho de João apresenta Jesus como o Pão da Vida, destacando sua missão de
oferecer sustento espiritual e vida eterna ao pecador. Assim como o pão físico
é indispensável para a sobrevivência do corpo, o Senhor Jesus é essencial para
a saúde da alma, pois somente Ele pode saciar a nossa fome de Deus.
Hoje vamos compreender o significado de depender de Jesus como
nosso alimento espiritual diário e como sua obra nos garante a vida eterna.
O Senhor multiplicou pães
e peixes para saciar a fome de uma grande multidão. No entanto, Ele notou que
as pessoas estavam focadas apenas nas suas necessidades materiais, se preocupando
unicamente em satisfazer a sua fome imediata.
A lição desta semana visa demonstrar que somos dependentes de Deus. Essa dependência não se limita às necessidades materiais, mas, acima de tudo, à nossa necessidade espiritual, que só o “Pão da Vida” pode satisfazer plenamente.
Objetivos da Lição:
Instruir a classe a respeito do Milagre da
Multiplicação;
Refletir a respeito aos desafios da fé;
Correlacionar a necessidade do ser humano com Jesus como o Pão do Céu.
Palavra-Chave: VIDA
TEXTO ÁUREO
ARC: “Eu sou o pão da vida.” (Jo
6.48).
Grego: Ἐγώ εἰμι ὁ ἄρτος τῆς ζωῆς (João
6:35) é:
Transliterado: Egó eimi ho ártos tés zoés.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - João 6.1-14.
1 — Depois disso, partiu Jesus para o outro
lado do mar da Galileia, que é o de Tiberíades.
2 — E grande multidão o seguia, porque via os sinais que
operava sobre os enfermos.
3 — E Jesus subiu ao monte e assentou-se ali
com os seus discípulos.
4 — E a Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima.
5 — Então, Jesus, levantando os olhos e vendo
que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?
6 — Mas dizia isso para o experimentar;
porque ele bem sabia o que havia de fazer.
7 — Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão não lhe bastarão, para que cada um deles tome um
pouco.
Quanto
foi Gasto na Multiplicação dos Pães? https://www.youtube.com/watch?v=iG_d4oHnVjg
8 — E um dos seus discípulos, André, irmão de
Simão Pedro, disse-lhe:
9 — Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois
peixinhos; mas que é isso para tantos?
O
Segredo da Multiplicação
https://www.youtube.com/watch?v=sMBEc5QnOyE
10 — E disse Jesus: Mandai assentar os
homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco
mil.
11 — E Jesus, tomou os pães e, havendo dado
graças, repartiu-os pelos
discípulos, pelos que estavam assentados; e igualmente também os peixes,
quanto eles queriam.
12 — E quando estavam saciados, disse aos seus discípulos:
Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.
13 — Recolheram-nos, pois, e encheram doze cestos de pedaços
dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido.
14 — Vendo, pois, aqueles homens o milagre
que Jesus tinha feito, diziam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir
ao mundo.
VÍDEOS SUGERIDOS
1. Onde você guarda seu dinheiro?
https://www.youtube.com/watch?v=PKXG6qcONF8
2.
Qual
era a moeda aceita no Beit HaMikdash, o Templo de Deus?
https://www.youtube.com/watch?v=odo-jCH7LMU
3.
Dez Tipos de Dinheiro na Bíblia
https://www.youtube.com/watch?v=uRY8sHIrYfI)
4.
A Oferta da Viúva Pobre - qual moeda ela
ofertou?
https://www.youtube.com/watch?v=8pPyq4f28JU
5.
Quanto foi Gasto na Multiplicação dos
Pães?
https://www.youtube.com/watch?v=iG_d4oHnVjg
6.
Quanto o Servo Incompassivo de Mt 18 23 a
35 devia
https://www.youtube.com/watch?v=dF-chYpIrOw
I. JESUS, A MULTIDÃO, E O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO
1. A
multiplicação de pães e peixes. O Evangelho de João relata um
dos mais impressionantes milagres de Jesus, quando Ele conseguiu alimentar quase cinco mil homens
com “cinco pães e dois
peixinhos” (v.9).
A narrativa do milagre dos pães e peixes está presente nos
quatro Evangelhos (Mt 14.13-21; Mc 6.32-44; Lc 9.10-17). No capítulo 6,
versículo 1, João começa com a expressão: “Depois
disso”. Esta frase refere-se aos acontecimentos que se seguiram às
palavras de Jesus dirigidas aos judeus em Jerusalém, durante a provável Festa
da Páscoa mencionada no capítulo 5.
2. O
milagre. Como o único milagre
mencionado nos quatro Evangelhos, o evangelista procura mostrar a multiplicação
de pães e peixes neste capítulo como uma manifestação do poder ilimitado de
Jesus. Por esta razão, ele destaca a imagem de Jesus ao alimentar uma
imensa multidão composta por homens, mulheres, jovens e crianças que o seguiam.
Na sua narrativa, João
revela o poder criador e divino que é capaz de trazer à existência aquilo que
anteriormente não existia (Jo 6.11-13). Assim, o milagre da multiplicação
de pães e peixes distingue-se dos milagres de cura e de outros tipos.
3. Qual
era o interesse da multidão? Jesus percebeu que a multidão o seguia por causa dos
milagres e curas que realizava, mas não para escutar a sua mensagem. Em Jerusalém, os líderes religiosos judeus não
apenas rejeitavam-no como o Messias,
como também procuravam a sua morte. Ao deixar Jerusalém, Jesus quis
afastar-se para estar a sós com os discípulos, mas a presença da multidão
frustrou este desejo (Jo 6.2). Ele notou que as pessoas não estavam interessadas em ouvir a sua
palavra como Filho de Deus. No dia seguinte, encontrou novamente a multidão
que queria mais pão e confrontou-a ao mostrar que buscava apenas alimento
material, ignorando o verdadeiro pão do céu para as suas almas 26Jesus respondeu e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos
digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e
vos saciastes. 27Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que
permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o
Pai, Deus, o selou. (Jo 6.27, 28). A situação não é muito diferente
hoje em dia, quando muitos se apressam atrás de milagres, mas poucos demonstram
interesse pela Palavra de Deus. Jesus compreende as necessidades humanas, mas Ele sabe que não são os
grandes milagres que resolverão os problemas das pessoas, pois é preciso algo
mais profundo para alimentar as almas.
SINOPSE I
No episódio do milagre da Multiplicação, Jesus percebeu
que a multidão o seguia por outros interesses.
AUXÍLIO TEOLÓGICO - “SINAIS OU MILAGRES”
(1) O que são milagres?
(a)
São obras de origem e poder
sobrenaturais (dynamis: δύναμις/força) veja At 8.13; 19.11).
(b)
Eles funcionam como um sinal
ou uma marca (σημεῖον
sēmeion/apontar)
da autoridade de Deus (veja 2.11, nota; Lc 23.8; At 4.16,30,33). O maior milagre, que é o milagre central do Novo Testamento,
é a ressurreição de Jesus Cristo (1Co 15).
NOTA: A palavra grega que normalmente é usada nos Evangelhos para se referir
a "sinais", especialmente os realizados por Jesus, é σημεῖα (sēmeia),
que é o plural de σημεῖον (sēmeion). Esses sinais não eram apenas eventos miraculosos,
mas também tinham um significado espiritual profundo, apontando para a
divindade de Jesus e sua missão redentora.
(2) Os milagres servem, pelo
menos, a três propósitos no reino de Deus,
(a) Honram a Jesus Cristo, comprovando a veracidade de sua
mensagem, e provam sua identidade como Filho de Deus e nosso Salvador (2.23;
5.1-21; 10.25; 11.42).
(b) Expressam o amor compassivo de Cristo (Mc 8.2; Lc
7.12-15; At 10.38).
(c) Significam a oportunidade da salvação (Mt 11.2ss), a
vinda do reino de Deus [...].
II.
JESUS DESAFIA A FÉ DOS DISCÍPULOS
1. “E
Jesus subiu ao monte”. Que monte seria
este? Não existe uma designação específica para a localidade deste monte.
Tal como em toda a região montanhosa, havia algumas elevações de terreno que,
embora não fossem particularmente altas, podiam servir como um local adequado
para Jesus se dirigir aos seus discípulos e à multidão. Assim, Ele subiu ao monte e sentou-se
com os seus discípulos. Do monte Jesus podia ver
melhor a multidão que se dirigia ao seu encontro. Por isso, decidiu
testar um dos seus discípulos, Filipe, perguntando-lhe: “Onde compraremos pão para que estes comam?” (Jo 6.5,6).
Todo o relacionamento de Jesus com os seus discípulos estava sempre
fundamentado em um ensinamento.
2. O
desafio para os discípulos. O Senhor utilizou a situação de uma
multidão necessitada para transmitir aos seus discípulos uma valiosa lição. Nesse momento,
os discípulos compreenderiam
que muitos dos desafios da missão evangélica não podem ser superados apenas com
o esforço humano. Filipe foi colocado à prova
por Jesus para enfrentar a dificuldade de alimentar essa multidão faminta (Jo
6.7-10). Aqui, o Senhor estava demonstrando a limitação humana em
resolver problemas complexos. Naquele local, não havia comida suficiente nem
possibilidade de compra para satisfazer as necessidades da multidão. O Senhor
desafiava assim a fé dos discípulos, sempre com o intuito de promover o seu
crescimento espiritual (Jo 6.6,14).
3. Uma
lição de provisão. Os
discípulos descobriram um menino que trazia consigo o lanche da tarde, contendo
em seu alforje “cinco pães pequenos de cevada e dois peixinhos” (Jo 6.9). Jesus
pegou esses pães e peixes, deu graças ao Pai e, por meio das suas mãos,
realizou um milagre de multiplicação. A quantidade foi tão grande que
precisaram buscar alguns cestos para distribuir os pães e os peixes à multidão
e guardar o que restou. Assim, todos comeram até se saciar. A lição que tiramos
deste episódio é que Deus nos surpreende com soluções extraordinárias. Ele
manifesta o seu poder de provisão para aqueles que acreditam nEle.
NOTA:
Em Gênesis 22:14 Deus providenciou um carneiro para substituir Isaque no
sacrifício de "Jeová Jiré" (Yahweh Yir'eh), que significa "O
Senhor proverá". Aqui está a transliteração do versículo:
Gênesis 22:14 - Vayikra Avraham shem-hamakom hahu Adonai Yir'eh asher
ye'amer hayom behar Adonai yera'eh.
Tradução: "E Abraão chamou aquele lugar de 'O Senhor proverá'. Por
isso, até hoje se diz: 'No monte do Senhor se proverá'."
SINOPSE II
No episódio do milagre da Multiplicação, nosso Senhor
desafiou a fé de seus discípulos.
III.
JESUS — O PÃO QUE DESCEU DO CÉU
1. Qual
é o real interesse da multidão? No dia
seguinte ao milagre da multiplicação dos pães e peixes, a multidão que havia participado buscava Jesus na região de Cafarnaum, conforme
indicado em João 6.22 e 6.24. Ao encontrá-la, Jesus transmitiu uma mensagem
clara e “disse-lhes: Na
verdade, na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas
porque comestes do pão e vos saciastes” (Jo 6.26). O Senhor compreendia que a percepção daquela multidão sobre
Ele era puramente social; desejavam um líder que satisfizesse as suas
necessidades materiais. No entanto, para além do pão físico, nosso Senhor queria oferecer-lhes
o pão que desceu do céu (Jo 6.32,33). O povo não
percebia que a multiplicação dos pães era apenas uma representação do
verdadeiro pão da vida que Jesus tinha para dar. Nosso Senhor é o pão
que realmente apazigua a fome do ser humano (Jo 6.27).
2. O Pão
do Céu. Não é preciso debater a respeito da identidade do “pão
do céu”, pois trata-se do próprio Jesus. Nosso
Senhor confirma a sua identidade divina quando diz: “Eu
Sou”. Há, pelo menos, sete declarações somente no Evangelho de João que
autenticam essa identidade divina: 1) “Eu sou o pão da vida” (6.35,48,51); 2) “Eu sou a luz do mundo” (8.12; 9.5); 3) “Eu sou a porta das ovelhas” (10.7,9); 4) “Eu sou o Bom Pastor” (10.11,14); 5) “Eu sou a ressurreição e a vida” (11.25); 6) “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (14.6); 7) “Eu sou a videira verdadeira” (15.1,5).
Há uma comparação, no versículo 32, entre “o maná” na
peregrinação de Israel, no deserto, sob a liderança de Moisés, com o “verdadeiro pão que desce do
céu”, ou seja, o próprio Cristo, que afirma que quem se alimentar desse
pão “viverá para sempre” (Jo 6.50,51). Disse-lhes,
pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo que Moisés não vos deu o pão do
céu, mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Porque o pão de Deus é
aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. (Jo 6.32).
3. O que é “comer o pão”? Observamos uma mudança nas palavras de Jesus ao passar de “o pão vivo que desceu do céu” para “o pão que eu der é a minha carne” (Jo 6.51). Mais tarde, o apóstolo Paulo fez uma associação simbólica entre o pão da Ceia do Senhor e a carne de Jesus, afirmando: “Isto é o meu corpo”; “isto é o meu sangue” (1Co 11.24,25). De forma evidente, ao mencionar a partilha da sua carne, o nosso Senhor refere-se à sua morte na cruz, onde oferece a sua vida pelos pecadores que se arrependem e creem no Evangelho, proporcionando-lhes salvação e vida eterna.
NOTA:
Essas duas afirmações de Jesus em João 6:51 têm significados profundos e estão
interligadas no contexto espiritual e teológico.
"O
pão vivo que desceu do céu": Aqui, Jesus se apresenta como o
verdadeiro alimento espiritual enviado por Deus. Ele faz uma analogia com o
maná que os israelitas receberam no deserto, mas destaca que Ele é superior,
pois oferece vida eterna. Essa frase enfatiza a origem divina de Jesus e sua
missão de trazer sustento espiritual e salvação.
"O
pão que eu der é a minha carne": Essa declaração aponta para o
sacrifício de Jesus na cruz. Ele entrega sua própria vida (sua
"carne") para a redenção da humanidade. Essa frase também antecipa a
instituição da Ceia do Senhor, onde o pão simboliza o corpo de Cristo entregue
por nós.
SINOPSE III
No dia seguinte ao milagre da Multiplicação, nosso Senhor afirmou ser o verdadeiro alimento espiritual do ser humano.
VERDADE PRÁTICA
Jesus é o Pão da Vida que sacia a fome espiritual de todo
ser humano.
CONCLUSÃO
Nesta lição, compreendemos que Jesus é o Pão da Vida e se
ofereceu por nós. Assim, aqueles que se alimentam de sua Palavra satisfazem a
sua fome espiritual e recebem a vida eterna. O nosso Senhor é o pão que veio do
céu, um alimento inextinguível que nos nutre para sempre. Por conseguinte, não
devemos limitar-nos ao alimento material, que tem uma função fisiológica
relevante, porém, passageira; aspiremos, portanto, ao alimento celestial que
proporciona vida em abundância eternamente!
REVISANDO O CONTEÚDO
1. Em quais dos Evangelhos se encontra o relato
do episódio da multiplicação?
A narrativa do milagre dos pães e peixes está presente nos
quatro Evangelhos.
2. O que Jesus notou em relação à multidão?
Jesus percebeu que a multidão o seguia devido aos milagres e
curas que realizava, mas não para escutar a sua mensagem.
3. Que ensinamento podemos extrair do episódio da multiplicação?
A lição que tiramos deste episódio é que Deus nos surpreende
com soluções extraordinárias. Ele manifesta o seu poder de provisão para
aqueles que acreditam nEle.
4. Qual foi a mensagem clara que Jesus transmitiu à multidão?
Ao encontrá-la, Jesus transmitiu uma mensagem clara e
“disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais
que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes” (Jo 6.26).
5. Que alteração é visível nas palavras de Jesus em João 6.51?
Observamos uma mudança nas palavras de Jesus ao passar de “o
pão vivo que desceu do céu” para “o pão que eu der é a minha carne” (Jo 6.51).