googlefc.controlledMessagingFunction Como Adão e Eva poderiam sair da presença de Deus, sendo Deus onipresente?

Como Adão e Eva poderiam sair da presença de Deus, sendo Deus onipresente?

 

GÊNESIS 3: 8 diz: “E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim”.

Como Adão e Eva poderiam sair da presença de Deus, sendo Deus onipresente?



O problema que temos aqui é que a Bíblia diz que Deus está em todo lugar ao mesmo tempo, isto é, que ele é onipresente (Sl 139:7-10; Jr 23:23); e se Deus está em toda parte, então como Adão e Eva puderam esconder-se "da presença do Senhor Deus"?

A solução para esta questão está em entendermos que este versículo não está abordando o atributo da onipresença de Deus, mas está falando de uma visível manifestação dele (cf. v. 24). Este versículo fala da presença pessoal de Deus, a presença do rosto de Deus, (Panêh/rosto). Vamos repercutir isso mais pra frente nesse artigo.

Deus está em toda parte em sua onipresença, mas ele se manifesta de tempos em tempos, em certos lugares e por certos meios, tais como numa sarça ardente (Êx 3), numa coluna de fogo (Êx 13:21), na fumaça no Templo (Is 6) e assim por diante. É nesse sentido restrito que alguém pode sair "da presença do Senhor Deus"; quando  se refere à sua presença pessoal ou teofânica.

A questão do nosso artigo de hoje é: como Adão e Eva poderiam sair da presença de Deus, sendo Deus onipresente? A onipresença de Deus é um conceito complexo e muitas vezes mal compreendido. Acredita-se que Deus está presente em todos os lugares ao mesmo tempo, o que significa que ele está presente em todos os lugares do universo ao mesmo tempo.

Em teologia chamamos essa capacidade de Deus de: Imensidão e Onipresença.

Imensidão: é a infinidade de Deus em relação ao espaço.

Imensidão é a perfeição de Deus pela qual Ele transcende, (ultrapassa) todas as limitações espaciais e temporais podendo estar presente em todos os pontos do espaço com todo o seu Ser PESSOAL, sem necessidade de ser invocado, Ele pode estar onde quer.

Mesmo estando presencialmente em todos os lugares isso não quer dizer que Deus seja parte do universo como entendido no panteísmo.

O panteísmo é uma corrente filosófica que afirma que tudo o que existe no universo é Deus, e que Deus é tudo o que existe no universo. Os panteístas acreditam que Deus é imanente, e que está presente em todas as coisas e em todas as partes do universo.

A palavra "panteísmo" vem da junção dos termos gregos "pan" (todo) e "theos" (Deus). O panteísmo não acredita num Deus pessoal, antropomórfico ou criativo, mas considera que tudo o que existe é uma manifestação/parte de Deus. O panteísmo foi popularizado na era moderna tanto como teologia quanto como filosofia baseada na obra de Baruch de Espinosa, que escreveu o tratado ético, uma resposta à famosa teoria de Descartes sobre a dualidade do corpo e do espírito.

O outro conceito que tem relação com Deus poder estar presente pessoalmente em toda parte do universo da existência é a onipresença.

Onipresença é quase sinônimo de imensidão. 

A imensidade denota a transcendência de Deus no espaço enquanto que a onipresença denota a imanência de Deus no espaço. Imanência tem a ver com percepção, pois é a “capacidade que Deus tem de ser percebido na obra que criou” (Pastor Luiz Antonio).

Deus é imanente em todas as suas criaturas e em toda a criação.

Esta imanência não deve ser confundida com a do panteísmo onde Deus é parte da Natureza, (tudo é Deus).

No livro de Gênesis, capítulo 3, versículo 8, é dito que Adão e Eva se esconderam da presença do Senhor Deus. Isso pode parecer contraditório com a ideia de que Deus é onipresente. No entanto, é importante lembrar que a onipresença de Deus não significa que ele se manifesta visivelmente em todos os lugares ao mesmo tempo. Em vez disso, a onipresença de Deus significa que ele está presente em todos os lugares ao mesmo tempo, mas pode escolher se manifestar ou não visivelmente em um lugar específico.

Além disso, é importante lembrar que a Bíblia é uma coleção de histórias e parábolas que foram escritas em um contexto cultural específico. Portanto, é importante interpretar essas histórias dentro de seu contexto cultural e histórico.

Vale a pena uma olhadinha no contexto etimológico do Livro do Gênesis capítulo 3, versículo 8 que diz: “...e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.”

O termo “presença” nessa passagem em hebraico é: “panêh” conforme você pode ver na legenda abaixo. Adão e Eva se esconderam da presença de Deus (Mipeney – da presença).


O termo “panêh” está no mesmo campo semântico de “panav” rosto; o que implica dizer que a presença da qual fala "Gênesis 3, 8" é a presença pessoal de Deus, a presença do seu rosto; aquela mesma presença concedida na “Birkat Kohanin”, a “Benção Sacerdotal” encontrada na Escritura de Números 6. 23-27:

Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel e dir-lhes-eis:

O Senhor te abençoe e te guarde - יְבָרֶכְךָ יְהוָה, וְיִשְׁמְרֶךָ  

Yevarechecha Adonai veishmerecha

O Senhor faça resplandecer o seu ROSTO sobre ti e tenha misericórdia de ti - יָאֵר יְהוָה פָּנָיו אֵלֶיךָ, וִיחֻנֶּךָּ  

Ya'er Adonai PANAV eleicha vichunecha

O Senhor sobre ti levante o seu ROSTO e te dê a paz - יִשָּׂא יְהוָה פָּנָיו אֵלֶיךָ, וְיָשֵׂם לְךָ שָׁלוֹם

Yissa Adonai PANAV eleicha veyasem lecha shalom

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