googlefc.controlledMessagingFunction Lição 13 - O poder de Deus na missão da Igreja

Lição 13 - O poder de Deus na missão da Igreja

A lição de hoje será ministrada nas igrejas dia 31 de Março de 2024 não vai trazer nenhum termo grego, mas eu vou acrescentar alguns para melhorar o nosso comentário aqui já que esse é o diferencial das nossas aulas.

δυναμις - dunamis

Liturgêo - servindo

γλώσσαις - glósseis

Vicário do latim

 

TEXTO ÁUREO

“Mas recebereis a virtude (δυναμις dunamis) do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8).

δυναμις dunamis (Dynamis - você é forte)

1) poder, força, habilidade

1a) poder inerente, poder que reside numa coisa pela virtude de sua natureza, ou que uma pessoa ou coisa mostra e desenvolve

1b) poder para realizar milagres


 LEITURA BÍBLICA EM CLASSE (Atos 13.1-4).

 1 — Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Niger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo.

2 — E, servindo (liturgêo) eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.

3 — Então, jejuando, e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.

4 — E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.

 

προφητης profetes

1) Nos escritos gregos, eram os intérpretes de oráculos ou de coisas ocultas. Oráculos = resposta de uma divindade a quem a consultava.

2) alguém que, movido pelo Espírito de Deus e, como seu instrumento ou porta-voz, solenemente declara aos homens o que recebeu por inspiração, especialmente aquilo que concerne a eventos futuros, e em particular tudo o que se relaciona com a causa e reino de Deus e a salvação humana.

3)Nas assembleias religiosas dos cristãos, foram movidos pelo Santo Espírito para falar, tendo capacidade e autoridade para instruir, confortar, encorajar, repreender, sentenciar e motivar seus ouvintes. 

Eles eram o melhor, em qualidade de ensino (didaskalí, διδάσκαλοι, professores), e dedicação, pois foram escolhidos pelo Espírito Santo. 


1. INTRODUÇÃO

Por meio desta lição, refletiremos nas palavras de Jesus Cristo aos discípulos, de que receberiam a virtude do Espírito Santo como um pré-requisito para serem suas testemunhas até os confins da terra. A doutrina bíblica do Espírito Santo nos mostra que o revestimento do poder do Alto é imprescindível à missão da Igreja, tanto no passado quanto no presente.


Objetivos da Lição:

I) Refletir acerca da doutrina bíblica do Espírito Santo;

II) Analisar as diferentes perspectivas da capacitação do Espírito Santo a sua Igreja; 

III) Pensar no Espírito Santo como o principal impulsionador da obra missionária. 


B) Motivação: Compreendemos que o Espírito de Cristo está presente e atuante em sua Igreja hoje, assim como em todo crente genuíno (Rm 8.9). Contudo, dada a urgência, magnitude da missão, brevidade do tempo e caos no mundo, necessitamos de mais, necessitamos ser cheios do Espírito Santo. 

C) Sugestão de Método: Propomos que, ao longo da lição, você enfatize a obra regeneradora e capacitadora do Espírito Santo na vida do crente e da Igreja. Explique que cada crente precisa passar pela experiência salvífica. Além disso, há outra experiência indispensável ao crente que deseja levar outras pessoas a Cristo: o Batismo no Espírito Santo. 

Palavra-Chave: REVESTIMENTO 

TÓPICO I. A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO SEGUNDO O EVANGELISTA LUCAS 

1.   Um ensino revelado nos escritos de Lucas. Tanto o Evangelho quanto o Livro de Atos, ambos escritos pelo Evangelista Lucas, revelam o ministério do Espírito Santo na vida de Jesus e da primeira Igreja como uma necessidade imperiosa. O Evangelista mostra que sem a ação do Espírito no ministério de Jesus e na vida da igreja, os cristãos não estariam qualificados para ser testemunhas do Senhor. Essa promessa estava associada ao revestimento do poder do Espírito, conforme descrito nas palavras de Jesus como o “poder do alto” (Lc 24.49) e (Atos 1, 8). “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” 

2.   O enchimento do Espírito como experiência necessária. O Senhor Jesus só começou o seu ministério depois de ser cheio do Espírito Santo (Lc 3.21,22).

Nosso Senhor fez a obra de Deus e a fez no poder do Espírito Santo. Ele foi capacitado pelo Espírito Santo (Lc 4.18,19) e dependeu dEle para exercer o ministério (Lc 5.17; Mt 12.28). Da mesma forma, a Igreja só deveria iniciar o trabalho missionário quando fosse revestida desse mesmo poder, (Atos 1, 8). Por isso, podemos afirmar que, no contexto literário do evangelista Lucas, especialmente no Livro dos Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo aparece como uma necessidade, não como opção. 

3.   O enchimento do Espírito como uma experiência concreta. Se por um lado Lucas apresenta o Espírito Santo como uma necessidade na vida da Igreja, por outro, ele mostra que o enchimento do Espírito ocorre como uma experiência concreta na vida do crente. Nesse sentido, o Livro de Atos retrata a experiência pentecostal como um acontecimento objetivo, não subjetivo. Ela podia ser “vista” e “ouvida” (At 5.32). Havia manifestações físicas que se tornavam reais para quem as tinha e visíveis para quem as presenciava. Em outras palavras, quem recebeu sabia que havia recebido (At 11.15-17). Dentre os muitos sinais, um se sobressaía sobre os demais — o falar em línguas desconhecidas (At 2.4; 10.44-46; 19.1-6). (γλώσσαις glóssais – línguas) 

NOTA:

O "falar em línguas" de (Atos 2, 4) é igual ao de (Atos 10, 46), as línguas são as mesmas? ou uma é língua terrena e a outra língua estranha?

Os eventos descritos em (Atos 2:4) e (Atos 10:46) são semelhantes no sentido de que ambos envolvem o dom do Espírito Santo permitindo que as pessoas falem em línguas que não conheciam anteriormente. No entanto, os contextos são um pouco diferentes. 

Em Atos 2:4, durante o Pentecostes, os Apóstolos receberam o Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, que eram línguas humanas conhecidas, pois eram entendidas pelas pessoas de várias nações que estavam presentes. Isso serviu como um sinal para a pregação do Evangelho e para a inclusão de todas as nações na Igreja. 

Já em Atos 10:46, o dom de falar em línguas foi um sinal para Pedro e os outros judeus de que os gentios também haviam recebido o Espírito Santo. As línguas faladas aqui não foram destinadas à pregação, mas sim como uma manifestação do Espírito para magnificar a Deus, portanto eram língua estranha. 

Então, embora ambos os eventos mostrem o dom de falar em línguas como um sinal do Espírito Santo, o propósito e o contexto são distintos. Em Atos 2, as línguas eram terrenas e compreensíveis para os ouvintes, enquanto em Atos 10, as línguas são uma forma de louvor a Deus, não necessariamente destinadas à compreensão humana (língua estranha). É chamada estranha, porque ninguém na Terra conhece. 


4.   A doutrina pentecostal clássica. Desde seus primórdios, a doutrina pentecostal clássica afirma que “o falar em línguas desconhecidas” é a evidência física inicial do batismo no Espírito Santo. Em três ocasiões no Livro de Atos, a manifestação das línguas está presente e, em todas elas, chama a atenção o fato de “todos” terem experimentado o fenômeno de falar em outras línguas.

“4E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. (At 2.4) 

“44E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. 45E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. 46Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus.” (Atos 10.44-46)             

OS OUVIAM FALAR EM LÍNGUAS

  1. Partos
  2. Medos
  3. Elamitas 
  4. Mesopotâmia
  5. Judeia
  6. Capadócia
  7. Ponto
  8. Ásia
  9. Frígia
  10. Panfília
  11. Egito
  12. Líbia
  13. Cirene
  14. Romanos
  15. Judeus
  16. Cretenses
  17. Árabes 

 “E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam.” (Atos 19.6). 

Até mesmo a narrativa de Atos 8.14-25, onde não há menção de ocorrência de línguas, o evangelista parece deixar subtendido que as línguas estiveram presentes ali (At 8.18; cf. At 9.17).

18E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, (At 8.18). 

17E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. (At 9.17). 

Em teologia nós chamamos isso de inferência.

Inferência textual é um processo de interpretação que envolve deduzir informações que não estão explicitamente apresentadas em um texto. Ao ler, utilizamos nosso conhecimento prévio e as pistas fornecidas pelo texto para compreender significados que vão além do que está diretamente escrito.

Por exemplo, se um texto diz: João passa todo dia pela minha casa ao ir para o trabalho.

“João não passou pela minha casa hoje”, podemos inferir que ele pode não ter ido trabalhar, mesmo que isso não esteja dito diretamente.

A inferência textual é essencial para a compreensão profunda de textos, pois permite captar subtextos, ironias, metáforas e outras nuances que não são imediatamente óbvias. Ela requer que o leitor seja ativo na construção de significados, conectando informações do texto com o que já sabe e com o contexto mais amplo. Mas não pode conjecturar, só deduzir. 

Assim, que o uso de expressões como: “Batismo no Espírito Santo” ou “ser cheio do Espírito Santo” que o evangelista faz no seu Livro e em Atos dos Apóstolos tem a ver com a experiência do derramamento do Santo Espírito acompanhada de línguas desconhecidas como evidência inicial. 

SINOPSE I

A Doutrina bíblica do Espírito Santo assegura que o seu poder é imprescindível ao cristão e à Igreja. 

TÓPICO II. O ESPÍRITO SANTO CAPACITANDO AS TESTEMUNHAS

 1.   Capacitando as testemunhas. No Livro de Atos, é possível perceber o ensino da capacitação do Espírito Santo sob diferentes perspectivas.

Primeiramente, o Espírito capacitando líderes para o desempenho da obra de Deus (At 4.33). Nesse sentido, vemos o apóstolo Pedro sendo “cheio do Espírito Santo” quando foi confrontado pelos sacerdotes (At 4.8); o apóstolo Paulo quando é cheio do Espírito Santo para resistir a Elimas, o mágico (At 13.9). Depois, vemos também que não eram só os que faziam parte do colégio apostólico que eram cheios do Espírito. Pessoas “comuns” também eram revestidas do poder do alto. Na verdade, o que se observa em Lucas é que o revestimento do Espírito veio sobre “toda carne” (At 2.17). 

NOTA: “E ser-me-eis testemunhas...” O que caracteriza essas testemunhas bíblicas?

As características das testemunhas bíblicas, conforme descrito na Bíblia, incluem:

Fidelidade à verdade: Testemunhas são chamadas a testemunhar a verdade, mesmo em circunstâncias desafiadoras.

Coragem: Elas devem ter a coragem de testemunhar sobre suas crenças e experiências, apesar da oposição ou perseguição.

Consistência: Suas declarações e ações devem ser coerentes e alinhadas com os ensinamentos bíblicos.

Influência: Através do testemunho, elas influenciam outras pessoas a se aproximarem de Deus e a entenderem melhor o evangelho.

Poder do Espírito Santo: Recebem poder para testemunhar eficazmente através do Espírito Santo.

Essas características são fundamentais para que as testemunhas cumpram seu papel conforme o propósito divino. 

2. Pessoas simples capacitadas pelo Espírito. Vemos isso claramente quando Ananias, até então, um ilustre desconhecido, é convocado por Deus para impor as mãos naquele que seria o maior apóstolo de todos os tempos, Paulo (At 19.10,11). Assim também Estevão e Filipe, que haviam sido escolhidos para “servirem as mesas”, fazendo sinais e prodígios (At 6.8; 8.6). Fica patente que Deus não tinha uma classe privilegiada para fazer a sua obra. Ele possuía testemunhas capacitadas pelo Espírito Santo. 

3. Capacitando a igreja. No contexto literário e doutrinário de Lucas, a Igreja do Novo Testamento é vista como portadora de uma missão profética. Nela, há um ministério profético de todos os crentes (At 2.17/promessa de Joel). Nesse sentido, conforme o contexto de Atos, o testemunho não é apenas individual, como mostrado nesta lição, mas também de toda a igreja descrita em Atos. Assim, essa comunidade de crentes, capacitada pelo Espírito Santo, ganhava a confiança e a admiração das pessoas ao seu redor (At 2.47). Portanto, o crescimento das igrejas em Atos estava associado ao testemunho dado pelos grupos de crentes capacitados pelo Espírito Santo (At 9.31). 

SINOPSE II

A capacitação do Espírito Santo é evidenciada na vida de suas testemunhas, repercutindo ao seu redor. 

TÓPICO III. O ESPÍRITO SANTO COMO FONTE GERADORA DE MISSÕES

1. O envio missionário. O capítulo 13 do livro de Atos dos apóstolos narra o envio dos primeiros missionários da igreja em Antioquia. O que chama a atenção nessa narrativa é a participação ativa do Espírito Santo no envio missionário. Nesse texto, Lucas menciona que havia alguns profetas na igreja que estava em Antioquia (13.1). É bem possível que essa observação do autor sagrado fosse para explicar como se deu a participação do Espírito Santo no comissionamento de Paulo e Barnabé para a primeira viagem missionária. Lucas mostra que, por intermédio dos dons do Espírito (inferência de “separai-me a Saulo e a Barnabé), os dois obreiros foram separados para uma grande obra de maneira clara e audível. O foco do evangelista é que o Espírito Santo é a fonte geradora de missões, pois Ele é quem vocaciona e envia (At 13.2). 

2. A estratégia missionária. Em um mundo multicultural, a questão da estratégia missionária deve ser levada em conta. (Assista nossa Série Missiologia). Não somente enviar, mas quem enviar, quando enviar e como enviar. Por exemplo, Paulo e Barnabé poderiam ter adotado a estratégia errada na obra missionária quando intentaram pregar na Ásia e Bitínia, mas foram impedidos pelo Espírito Santo (At 16.6,7). Foi o Espírito Santo que decidiu quem deveria ouvir o Evangelho naquela circunstância (At 16.9). Ponderamos aqui que, muitas vezes, é possível que agências missionárias e igrejas adotem uma estratégia errada no envio de missionários. Não basta só o desejo de fazer missões, mas é preciso buscar a orientação do Espírito Santo a respeito de como isso deve ser feito. 

SINOPSE III

O poder do Espírito Santo impulsiona-nos no cumprimento da Grande Comissão. 

AUXÍLIO TEOLÓGICO
ESPÍRITO SANTO: IMPULSO E FORÇA MISSIONAL DA IGREJA 

O Espírito Santo não é uma peça calada e meramente simbólica de Cristo. Ele é o Vicário, ou seja, Ele veio para substituir a pessoa de Cristo na terra e na Igreja de maneira factual. 

VERDADE PRÁTICA

O Espírito Santo é a força-motriz que movimenta a Igreja. Sem o poder do Espírito, a Igreja é incapaz de cumprir a sua missão. 

CONCLUSÃO

Encerramos esta lição e, consequentemente, este trimestre, mostrando que o Pentecostes faz toda a diferença no cumprimento da vocação missionária da Igreja. Sem a ação do Espírito Santo, a igreja local está desabilitada para cumprir sua missão. O Espírito Santo é a força-motriz do Corpo de Cristo em sua dimensão local. Sem o Espírito Santo, a igreja não vai a lugar algum.

 

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