O Conhecimento de Deus tem 8 características
1. É onisciente
2. É arquétipo
3. É inato e imediato
4. É simultâneo
5. É completo
6. É necessário
7. É livre
8. É presciente
É o atributo
pelo qual Deus, de maneira inteiramente única, conhece-se a Si mesmo e todas as
coisas possíveis e reais num só ato eterno e simples.
Referências bíblicas na versão Almeida Revista e Corrigida (ARC):
Senhor, tu
me sondaste e me conheces. Tu conheces o meu
assentar e o meu levantar; de longe
entendes o meu pensamento. Cercas o meu
andar e o meu deitar; e conheces todos os
meus caminhos. Sem que haja uma palavra
na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces. (6 itens da nossa
intimidade)
Grande é o nosso Senhor e de grande
poder; o seu entendimento é infinito.
Provérbios 2:6:
Porque o Senhor dá a sabedoria; da
sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento.
Isaías 40:28:
Não sabes, não ouviste que o eterno
Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? Não há
esquadrinhação do seu entendimento.
Romanos 11:33:
Ó profundidade
das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são
os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
O conhecimento de Deus tem suas características; ele é: arquétipo,
inato e imediato, simultâneo,
completo, necessário, livre, presciente.
2. É arquétipo:
Deus conheceu o universo como ele existe hoje antes de ele vir à existência como realidade finita no tempo e no espaço; e este conhecimento de Deus não é obtido de fora, como o nosso. (Rm.11:33,34).
Em teologia o “conhecimento arquétipo de Deus” é um conceito que se refere ao conhecimento perfeito e absoluto que Deus tem sobre todas as coisas.
A palavra “arquétipo” vem do grego
“archetypos”, que significa “modelo original” ou “primeiro molde”.
O termo é derivado das palavras
“arché” (origem) e “typos” (modelo). Em um sentido geral, um arquétipo é um
modelo ou padrão original do qual outras coisas são copiadas ou no qual são
baseadas.
Assim, o conhecimento arquétipo de
Deus é visto como o conhecimento original e perfeito que Deus tem de todas as
coisas, antes mesmo de elas existirem.
Na filosofia, Platão usou o
conceito de arquétipo para descrever ideias perfeitas e eternas que existem na
mente divina e servem como modelos para a criação do mundo real.
Referências Bíblicas:
Isaías 46:9-10: “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; 10que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade;”
almos 139:16: “Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia.”
3. Conhecimento inato e imediato:
Não resulta de
observação ou de processo de raciocínio (Jó.37:16)
4. Conhecimento simultâneo:
Não é sucessivo,
pois Deus conhece as coisas de uma vez em sua totalidade, e não de forma
fragmentada uma após outra (Is.40:28).
5. Conhecimento completo:
Deus não conhece
apenas parcialmente, mas plenamente consciente (Sl.147:5).
6. Conhecimento necessário:
Conhecimento que
Deus tem de Si mesmo e de todas as coisas possíveis, um conhecimento que
repousa na consciência de sua onipotência. É chamado necessário porque não é
determinado por uma ação da vontade divina. (Por exemplo: O conhecimento do mal
é um conhecimento necessário porque não é da vontade de Deus que o mal lhe seja
conhecido (Hc.1:13) Deus não pode nem quer ver o mal, mas o conhece, não por
experiência, que envolve uma ação de Sua vontade, mas sim por simples
inteligência, por ser ato do intelecto divino (veja IICo.5:21 onde o termo
grego ginosko é usado).
7. Conhecimento livre:
É aquele que
Deus tem de todas as coisas reais, isto é, das coisas que existiram no passado,
que existem no presente e existirão no futuro. É também chamado visionis, isto
é, conhecimento de vista.
8. Conhecimento Presciente:
Significa
conhecimento prévio; conhecimento de antemão. Como Deus pode conhecer
previamente as ações livres dos homens? Deus decretou todas as coisas, e as
decretou com suas causas e condições na exata ordem em que ocorrem, portanto,
sua presciência de coisas contingentes (ISm.23:12; IIRs.13:19; Jr.38:17-20;
Ez.3:6 e Mt.11:21) apoia-se em seu decreto.
Deus não
originou o mal, mas o conheceu nas ações livres do homem (conhecimento
necessário), o decretou e preconheceu os homens. Portanto a ordem é:
conhecimento necessário, decreto, presciência.
A presciência de
Deus é muito mais do que saber o que vai acontecer no futuro, e seu uso no N.T.
é empregado como na LXX que inclui Sua escolha efetiva (Nm.16:5; Jz.9:6;
Am.3:2). Veja Rm.8:29; IPe.1:2; Gl.4:9.
Como se
processou o conhecimento necessário de Deus nas livres ações dos homens antes
mesmo que Ele as decretasse? A liberdade humana não é uma coisa inteiramente
indeterminada, solta no ar, que pende numa ou noutra direção, mas é determinada
por nossas próprias considerações intelectuais e caráter (lubentia rationalis =
autodeterminação racional). Liberdade não é arbitrariedade e em toda ação
racional há um por que, uma razão que decide a ação.
Portanto o homem
verdadeiramente livre não é o homem incerto e imprevisível, mas o homem seguro.
A liberdade tem suas leis - leis espirituais - e a Mente Onisciente sabe quais
são (Jo.2:24,25). Em resumo, a presciência é um conhecimento livre (scientia libera)
e, logicamente procede do decreto, "... segundo o decreto sua
vontade" (Ef.1:11).