Deus
conheceu o universo como ele existe hoje antes de ele vir à existência como
realidade finita no tempo e no espaço; a esse tipo de conhecimento chamamos “ARQUÉTIPO”,
e este conhecimento de Deus não é obtido de fora, como o nosso.
O Conhecimento de Deus tem 8 características
1.
É onisciente
2.
É arquétipo
3.
É inato e imediato
4.
É simultâneo
5.
É completo
6.
É necessário
7.
É livre
8.
É presciente
Em teologia o “conhecimento arquétipo de Deus” é um conceito que se refere ao conhecimento perfeito e absoluto que Deus tem sobre todas as coisas.
A palavra
“archetypos” vem do grego e é escrita como ἀρχέτυπος.
O termo
“archetypos” é composto por duas palavras:
ἀρχή (arché): que significa “princípio” ou “origem”.
τύπος (typos): que
significa “modelo”, “marca” ou “tipo”.
“Archetypos”, então, pode ser traduzido como “modelo primordial/original” ou “primeiro tipo”.
O Conhecimento “Archetypo” de Deus estudado na teologia cristã é diferente dos “Archetypos de Platão”.
NOTA: O conhecimento arquétipo de Deus está em sua própria mente, não vem de fora! Os “Archetypos” de Platão estão no mundo das ideias!
O conhecimento arquétipo de Deus é o conhecimento original, perfeito e absoluto que Ele tem sobre todas as coisas antes mesmo de elas existirem e repousa na sua onisciência.
Em um sentido geral, um arquétipo é um modelo ou padrão original do qual outras coisas são copiadas ou no qual são baseadas.
Já na filosofia de
Platão, os “Archetypos” se referem a um modelo original ou uma forma
ideal que serve de padrão para todas as cópias imperfeitas que encontramos no
nosso mundo sensível.
O que é mundo das Ideias?
O mundo das
Ideias de Platão é um conceito filosófico que explica a existência de duas
realidades distintas:
Mundo Sensível:
É o mundo que percebemos com nossos sentidos, onde tudo está em constante
mudança e nada é perfeito.
Por exemplo,
uma cadeira que vemos pode ser bonita, mas nunca será a cadeira perfeita; pois está
em constante mudança.
Mundo das
Ideias: É um mundo imaterial e eterno onde existem as formas perfeitas de
todas as coisas. Essas formas são chamadas de Ideias ou Formas.
Por exemplo, a mesma “cadeira” imperfeita do nosso mundo existe como perfeita e que nunca muda nesse mundo das Ideias.
Alegoria da Caverna
Platão ilustra essa teoria com a Alegoria da Caverna:
Imagine pessoas
acorrentadas dentro de uma caverna, só podendo ver sombras projetadas na
parede.
Essas sombras
representam o mundo sensível.
Se uma pessoa se libertasse e saísse da caverna, veria o mundo real e perceberia que as sombras eram apenas cópias imperfeitas da realidade.
Resumo
O mundo das Ideias
é onde estão as formas perfeitas e imutáveis de tudo o que existe.
O mundo sensível é
apenas uma cópia imperfeita dessas formas. Platão acreditava que o verdadeiro
conhecimento vem da compreensão dessas Ideias, e não apenas da observação do
mundo sensível.
Na filosofia, Platão usou o conceito de arquétipo para descrever ideias perfeitas e eternas que existem na mente divina e servem como modelos para a criação do mundo real.
É importante saber que o deus de Platão não é o mesmo Deus cristão.
O Deus de Platão é conhecido como o Demiurgo.
Demiurgo
significa “artesão” ou “criador”.
Ele é um ser divino
que organiza o universo.
O Demiurgo não
cria o universo do nada. Em vez disso, ele molda a matéria preexistente.
Ele usa as Ideias
ou Formas perfeitas (do mundo das ideias) como modelos para organizar o cosmos.
Características do Demiurgo
Benevolente:
Ele deseja que o universo seja o mais perfeito possível.
Racional: Ele trabalha de acordo com a razão e a ordem.
Comparação com o Deus Judaico-Cristão
Criação: O
Demiurgo organiza a matéria existente, enquanto o Deus Judaico-Cristão cria
tudo do nada.
Natureza: O
Demiurgo é um artesão divino, enquanto o Deus Judaico-Cristão é Criador
ex-nihilo, onipotente, onisciente e pessoal.
Em resumo, o
Demiurgo de Platão é um criador que organiza o universo de acordo com modelos perfeitos,
mas não é o criador absoluto como o Deus Judaico-Cristão
Relação com o Mundo:
Platão: O
Demiurgo apenas molda o cosmos para refletir as Ideias.
Deus Judaico-Cristão:
se envolve diretamente com a criação e a humanidade, oferecendo revelação e
salvação.
Embora ambos os conceitos de divindade compartilhem a ideia de um ser supremo e benevolente, as diferenças na criação, natureza e relação com o mundo destacam as distinções fundamentais entre o Deus de Platão e o Deus Judaico-Cristão.
Aplicação do Conhecimento dos Arquétipos
O conhecimento dos
arquétipos de Platão tem várias aplicações, especialmente na filosofia e na
educação. Ele nos incentiva a buscar a verdade e a perfeição além das
aparências sensíveis, promovendo uma compreensão mais profunda da realidade. Na
educação, essa busca pelo conhecimento verdadeiro pode inspirar um aprendizado
mais crítico e reflexivo, onde os estudantes são encorajados a questionar e a
explorar além do que é imediatamente perceptível.
Conhecimento Arquétipo de Deus na Teologia Cristã
Na teologia cristã,
o conceito de arquétipo também é significativo, mas é abordado de maneira
diferente. O “conhecimento arquétipo de Deus” refere-se à ideia de que Deus
possui um conhecimento perfeito e eterno de todas as coisas. Esse
conhecimento não é adquirido ou aprendido, mas é inerente à natureza divina de
Deus.
Deus é visto como a fonte de toda a verdade e conhecimento, e o estudo teológico busca entender e se aproximar desse conhecimento divino.
Comparação entre os Arquétipos de Platão e o Conhecimento Arquétipo de Deus
Embora ambos os conceitos lidem com a ideia de um conhecimento perfeito e eterno, existem diferenças fundamentais entre eles:
1. Origem e Natureza:
-
Platão: Os arquétipos são formas ou ideias perfeitas que existem
independentemente do mundo sensível. Eles são eternos e imutáveis, servindo
como modelos para todas as coisas no mundo sensível.
- Teologia Cristã: O conhecimento
arquétipo de Deus é inerente à própria natureza de Deus. É um conhecimento
perfeito e eterno que abrange todas as coisas, sendo parte da onisciência
divina.
Em Platão existem dois mundos, na teologia cristã apenas um, porém conhecido e perfeitamente idealizado por Deus antes de vir à existência.
2. Acesso ao Conhecimento:
-
Platão: Os seres humanos podem acessar o conhecimento das Ideias através da
razão e da filosofia, buscando transcender o mundo sensível e alcançar a
verdade eterna.
- Teologia Cristã: O conhecimento de Deus é revelado aos seres humanos através das Escrituras e da revelação divina. A fé e a teologia são os meios pelos quais os cristãos buscam entender e se aproximar do conhecimento divino.
3. Finalidade:
- Platão: A busca pelo conhecimento
das Ideias tem o objetivo de alcançar a verdade e a perfeição, promovendo uma
vida virtuosa e uma compreensão mais profunda da realidade.
- Teologia Cristã: O conhecimento de Deus visa a salvação e a comunhão com o Criador. É um conhecimento que traz propósito, sentido e plenitude à vida humana.
Em resumo, enquanto os arquétipos de Platão nos convidam a buscar a verdade e a perfeição além do mundo sensível, o conhecimento arquétipo de Deus na teologia cristã nos chama a uma relação mais profunda e significativa com o Criador, fundamentada na fé e na revelação divina.
O Mundo das Ideias ou mundo inteligível é um conceito central na filosofia de Platão. Segundo Platão, o mundo das Ideias é um reino imaterial e eterno onde residem as formas perfeitas e imutáveis de todas as coisas que existem no mundo sensível (o mundo que percebemos com nossos sentidos).
Características do Mundo das Ideias
- Imaterial:
As Ideias não têm uma existência física; elas são entidades abstratas.
- Perfeitas: Cada
Ideia é a forma perfeita de algo. Por exemplo, a Ideia de "beleza" é
a beleza em sua forma mais pura.
- Eternas e
Imutáveis: As Ideias não mudam com o tempo e existem eternamente.
- Independentes: Elas existem independentemente do mundo físico e sensível.
Aplicação do Conceito
Platão usava o
conceito do mundo das Ideias para explicar a natureza da realidade e do
conhecimento. Ele acreditava que o conhecimento verdadeiro só poderia ser
alcançado através da razão e da contemplação das Ideias, e não através dos
sentidos, que nos enganam e nos mostram apenas cópias imperfeitas das Ideias.