googlefc.controlledMessagingFunction Lição 08: Jesus Viveu a Experiência Humana

Lição 08: Jesus Viveu a Experiência Humana

Objetivos da Lição:

I) Identificar a experiência humana no ministério de Jesus;
II) Explicar as heresias que negam a humanidade de Jesus;
III) Reconhecer como essas heresias se apresentam atualmente.

INTRODUÇÃO

O Senhor Jesus não viveu como anacoreta (pessoa que decide viver em isolamento), como monge ou eremita em retiro solitário, isolado da sociedade, e nem ensinou essa prática aos seus discípulos. Pelo contrário, a narrativa bíblica descreve que Ele teve vida social e religiosa. A lição de hoje pretende mostrar alguns aspectos da experiência humana de Cristo.

Palavra-Chave: Experiência Humana

"A Experiência Humana" é o conjunto de vivências, emoções e interações que moldam a existência de uma pessoa ao longo da vida e envolve:

1.   Emoções e Sentimentos: Amor, tristeza, alegria, medo, raiva, etc.

2.   Relacionamentos: Interações com família, amigos, colegas de trabalho e estranhos.

3.   Crescimento Pessoal: Educação, autodescoberta, desenvolvimento de habilidades.

4.   Desafios e Superações: Enfrentar dificuldades, lidar com perdas e aprender com os erros.

5.   Criação e Realização: Arte, inovação, trabalho, contribuições para a sociedade.

6.   Cultura e Tradição: Participação em eventos culturais, celebrações e rituais.

A principal ação que envolve a Experiência Humana é, talvez, a busca por significado. Isso pode se manifestar de pelo menos 4 formas:

A busca pelo propósito da vida e pelo seu propósito na vida (introspecção)

A necessidade de se conectar com os outros (socialização)

O desejo de deixar um legado (continuidade e memória - no íntimo é desejo de não morrer, é desejo de continuar através das obras ou pessoas)

Contribuir de maneira significativa para o mundo (Altruísmo)

TEXTO ÁUREO

“E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” (Mt 4.23)

NOTA: Esses 4 verbos expressam a vida social de Jesus. Os 3 últimos demonstram sua experiência humana socializando com outras pessoas.

LEITURA DIÁRIA

Segunda – Mt 4.23-25 Jesus caminhava por toda a Galileia, pregando, ensinando e curando enfermos
Terça – Mc 6.2,3 Jesus e sua família eram conhecidos na cidade onde viviam
Quarta – Lc 4.16 A participação de Jesus no culto nas sinagogas
Quinta – Lc 5.27-30 Jesus tinha vida social como qualquer pessoa de sua época
Sexta – Jo 2.1,2 Jesus participou de um casamento em Caná da Galileia, uma celebração comum da época
Sábado – Jo 4.7-10 Jesus procurava interagir com as pessoas

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 1.43-51; Mateus 26.37,38,42

João 1

43- No dia seguinte, quis Jesus ir à Galileia, e achou a Filipe, e disse-lhe: segue-me.
44- E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
45- Filipe achou Natanael e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na Lei e de quem escreveram os Profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
 

NOTA:  dentro das experiências humanas enfrentamos Desafios e Superações. No episódio dos versículos 46, 47 A índole de Jesus é posta em xeque, mas Ele se sobressai, inclusive, elogiando o opositor.

46-Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem e vê.

Grego: καὶ εἶπεν αὐτῷ Ναθαναήλ· ἐκ Ναζαρέτ δύναταί τι ἀγαθὸν εἶναι; λέγει αὐτῷ ὁ Φίλιππος· ἔρχου καὶ ἴδε. (João 1:46)

Transliteração: kai eipen autō Nathanaēl; ek Nazarēt dunatai ti AGATHON EINAI; legei autō ho Philippos; erchou kai ide. 

NOTA - ἀγαθὸν εἶναι – AGATHON EINAI" é uma expressão em grego antigo que significa "ser bom" ou "ser justo". É uma frase que reflete valores éticos e morais importantes na filosofia e cultura gregas antigas.

Então, a tradução literal seria: "E disse Natanael: De Nazaré pode algo SER BOM? Disse a ele Filipe: Vem e vê."

47- Jesus viu Natanael vir ter com ele e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo.

Grego: εἶδεν ὁ Ἰησοῦς τὸν Ναθαναὴλ ἐρχόμενον πρὸς αὐτόν, καὶ λέγει περὶ αὐτοῦ· ἴδε ἀληθῶς Ἰσραηλίτης, ἐν ᾧ δόλος οὐκ ἔστιν.

Transliteração: eiden ho Iēsous ton Nathanaēl erchomenon pros auton, kai legei peri autou ide alēthōs Israēlitēs, en hō dolos ouk estin.

48- Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu estando tu debaixo da figueira.
49- Natanael respondeu e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel.
50-Jesus respondeu e disse-lhe: Porque te disse: vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás.
51-E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que, daqui em diante, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subirem e descerem sobre o Filho do Homem.

Mateus 26

37- E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito.
38-Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.
42-E, indo segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.

I – A EXPERIÊNCIA HUMANA NO MINISTÉRIO DE JESUS

1- Os debates com as autoridades religiosas. Os principais opositores de Jesus foram os fariseus, os saduceus e os herodianos. Esses debates revelam o ensino de Jesus sobre a ética, os princípios morais e as responsabilidades civis que temos.

a) Os fariseus. O nome vem do hebraico prushim que significa “separados”, porque não concordavam com os saduceus. Defendiam a tradição acima das Escrituras (Mt 15.3, 6) e a separação do Estado da religião. Eram membros do sinédrio e tornaram-se alvo das críticas de Jesus (Mt 22.15). O apóstolo Paulo declara que o grupo dos fariseus, ao qual pertencia antes de sua conversão, era a mais severa seita do judaísmo (At 26.5; Gl 1.14; Fp 3.5).

b) Os saduceus. O nome vem de Zadoque, família que detinha o cargo de Sumo Sacerdote desde Salomão (1Rs 2.35) até pouco antes do surgimento desses grupos. Eram, como os fariseus, uma facção dentro do judaísmo (At 5.17), aceitavam apenas os cinco livros de Moisés, o Pentateuco, com certa reserva, pois não acreditavam em anjos, espíritos e nem na ressurreição (At 23.8) e rejeitavam os demais livros do Antigo Testamento. Muitos deles eram sacerdotes, e exerciam fortes influências no sinédrio. Eram inimigos mortais de Jesus. Uniram-se aos fariseus, superando todos os obstáculos ideológicos a fim de somar as forças e matarem a Jesus.

c) Os herodianos. Eram os apoiadores da dinastia de Herodes, uma espécie de marqueteiros, buscando convencer o povo para impedir um governo direto de Roma. Foram instituídos com interesses nacionalistas e eram a favor dos impostos. O discurso de Jesus também os incomodava. Formaram conselho com os fariseus com o propósito de matar Jesus (Mc 3.6). Estavam associados aos fariseus na questão do tributo (Mt 22.16; Mc 12.13).

2- A vida social e religiosa de Jesus. O Mestre participava de uma vida social intensa. A escolha dos seus discípulos como Filipe, André, Pedro e Natanael aconteceu num ambiente entre amigos (Jo 1.43-46). Os dois primeiros capítulos de Lucas apresentam um começo muito humano de Cristo, apresentando amigos, vizinhos, parentes, como Zacarias, Isabel. Os “filhos de Zebedeu”, João e Tiago (Mt 26.37), eram primos de Jesus; Zebedeu era um pescador da Galileia (Mc 1.19, 20) e marido de Salomé (Mt 27.56; Mc 15.40), irmã de Maria, mãe de Jesus (Jo 19.25). Lucas descreve o desenvolvimento físico e mental de Jesus que crescia em estatura e em sabedoria (Lc 2.40, 52). Ele interagia com as pessoas independentemente de sua condição social e espiritual, “publicanos e pecadores” (Mt 9.10, 11), “fariseus” e “a mulher pecadora” (Lc 7.37-39) e a mulher samaritana (Jo 4.9-15).

3- Características próprias do ser humano. Jesus nasceu de uma mulher, embora gerado pela ação sobrenatural do Espírito Santo. Seu nascimento, contudo, foi normal e comum como o de qualquer bebê (Lc 2.6-7). Ele sofreu, chorou e sentiu angústia (Hb 13.12; Lc 19.41; Mt 26.37); sentiu sono, fome, sede e cansaço (Mt 8.24; Jo 4.6; 19.28); e por fim morreu. A diferença é que, não ficou morto como qualquer pessoa, mas ressuscitou ao terceiro dia, passando pelo ardor da morte (1 Co 15.3-4). O Senhor Jesus Cristo, em sua experiência humana, participou de nossa fraqueza física e emocional (morreu, chorrou, se alegou, etc.), mas não de nossa fraqueza moral e espiritual (Jo 8.46; Hb 4.15).

Como homem, Ele dependia tanto da oração como do Espírito Santo (Lc 4.1, 14; 5.16; 6.12).

NOTA: Há várias referências que mostram a atuação do Espírito Santo na vida e no ministério de Jesus. Aqui estão alguns exemplos claros de como o Espírito Santo ajudou diretamente Jesus:

1.   Concepção de Jesus: O Espírito Santo foi instrumental na concepção de Jesus. Em Lucas 1:35, o anjo Gabriel diz a Maria: "O Espírito Santo virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus."

2.   Batismo de Jesus: No batismo de Jesus, o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de uma pomba. Isso é relatado em todos os quatro Evangelhos. Aqui está a referência de Mateus 3:16: "E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele."

3.   Tentação no deserto: Após o batismo, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo. Isso é mencionado em Mateus 4:1: "Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo."

4.   Ministério de Jesus: Jesus declarou que o Espírito do Senhor estava sobre Ele e que tinha sido ungido para pregar o evangelho, curar os quebrantados de coração, proclamar libertação aos cativos, entre outras missões. Isso é encontrado em Lucas 4:18-19, onde Jesus lê a profecia de Isaías na sinagoga de Nazaré: "O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me a curar os quebrantados de coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor."

Essas são algumas passagens que mostram o ministério do Espírito Santo em relação a Jesus.

SINOPSE I

Nosso Senhor viveu tanto a vida social quanto a religiosa, confirmando assim a sua experiência humana.

II – HERESIAS QUE NEGAM A HUMANIDADE DE JESUS

1- Apolinarismo. Apolinário foi bispo de Laodiceia, nasceu provavelmente em 310 d.C. e morreu em 392. O Apolinarismo é a doutrina que nega que Jesus encarnado teve espírito humano. Usando a linguagem teológica de Apolinário, os elementos constitutivos do ser humano são soma, “carne ou corpo”; a psychē, “alma animal”, a sede dos desejos, paixões, apetites; e, pneuma, “alma racional”.

Apolinário dizia que Jesus possuía um sōma humano e uma psychē humana, mas não um pneuma humano. Segundo Apolinário, o Verbo (Jo 1.1, 14) teria ocupado o lugar da alma na encarnação, com isso negando que Jesus tivesse espírito humano.

2- Reação da igreja. A humanidade plena de Jesus está clara no Novo Testamento, que fala do corpo físico de Cristo (Lc 24.36-40; Jo 2.21; Hb 10.10) e também da alma e do espírito (Mt 26.38; Lc 23.46). Essa humanidade de Jesus é igual à nossa (Hb 2.14,17 NTLH). A diferença é a sua impecabilidade. De modo que Ele é o verdadeiro homem (1 Tm 2.5). O Apolinarianismo foi declarado heresia no Concílio da Calcedônia em 451.

3- Monotelismo. É a doutrina cristológica do patriarca Sérgio de Constantinopla, que ensinava haver em Cristo uma só vontade. O termo vem de duas palavras gregas, “monos, único”, e thelēma, “vontade, desejo”. Era uma tentativa de conciliar a teologia monofisita com o Credo de Calcedônia, que reafirmava as duas naturezas intactas, separadas e inconfundíveis em uma só pessoa, em Jesus. Terceiro Concílio de Constantinopla em 681 considerou o monotelismo heresia. Reconhecemos as vontades de Cristo (Mc 14.36). É evidente que as ações de Cristo como caminhar, comer, beber, interagir com as pessoas são puramente humanas, mas são produzidas pela natureza humana sob a direção divina. Ao perdoar pecados, era a manifestação da vontade de Cristo na natureza divina (Lc 5.20-22). Sofrônio, patriarca de Jerusalém, em 633, refutou o monotelismo dizendo que existe em Jesus duas vontades sendo a humana submissa à divina.

SINOPSE II

O Apolinarismo e o Monotelismo são duas heresias que negavam a humanidade de Jesus.

III- COMO ESSAS HERESIAS SE APRESENTAM NOS DIAS ATUAIS

1- Quais países Jesus visitou quando esteve entre nós? Podemos afirmar que Jesus visitou, durante sua vida terrena, três países, Egito (Mt 2.14-15), Israel, o centro de suas atividades, e Fenícia, atual Líbano. Mas, não faltam crenças bizarras sobre a vida de Jesus. Não somente o Movimento Nova Era, mas vários grupos ocultistas costumam ensinar que Jesus esteve na Índia, e os mórmons declaram que Ele esteve nos Estados Unidos. A Bíblia, porém, nada disso menciona e ensina-nos a rejeitarmos as fábulas (1 Tm 4.7). Os Evangelhos não mostram um Jesus estranho em sua comunidade e muito menos um forasteiro (Mt 13.55-57; Jo 7.15, 27, 41, 42).

2- Jesus era visto como alguém da comunidade. Essa invenção desses esotéricos contraria o relato dos Evangelhos (Lc 4.22-24), onde o Senhor Jesus é apresentado como alguém que era natural na comunidade de seu povo, Israel, e não como um estrangeiro. Sua maneira de viver e o seus ensinos refletem a cultura judaica, e nada há que se pareça com a cultura hindu: “Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Mc 6.2,3). Ora, tal atitude do povo não se justificaria se Jesus fosse um recém-chegado da Índia.

SINOPSE III

Ao esvaziar a experiência humana de Jesus, muitos grupos ocultistas distorcem a vida e a obra de Cristo no mundo.

VERDADE PRÁTICA

O Senhor Jesus Cristo teve vida social – amigos, parentes -, interagia com as pessoas, e era conhecido dos vizinhos e moradores de Nazaré, onde fora criado.

CONCLUSÃO

É nosso compromisso seguir o exemplo de Jesus no relacionamento com as pessoas. É importante que nunca nos esqueçamos os pontos essenciais dessa lição sobre a verdadeira identidade do Senhor Jesus. Ele é o Deus verdadeiro em toda a sua plenitude igual ao Pai. E como homem, em toda a sua plenitude, viveu e andou entre nós, seres humanos.

REVISANDO O CONTEÚDO

1- Quais os principais opositores de Jesus com quem Ele debatia?
Os fariseus, os saduceus e os herodianos.
2- Como sabemos que o Senhor Jesus teve vida social e religiosa?
Ele interagia com as pessoas independentemente de sua condição social e espiritual, “publicanos e pecadores” (Mt 9.10, 11), “fariseus” e “a mulher pecadora” (Lc 7.37-39) e a mulher samaritana (Jo 4.9-15).
3- O que ensinam as doutrinas apolinarianista e monotelista?
O Apolinarismo é a doutrina que nega que Jesus encarnado teve espírito humano. O Monotelismo é a doutrina cristológica do patriarca Sérgio de Constantinopla, que ensinava haver em Cristo uma só vontade.
4- Quais concílios declararam heresias o Apolinarianismo e o Monotelismo?
No Concílio da Calcedônia em 451 e o Terceiro Concílio de Constantinopla em 681, respectivamente.
5- Como os Evangelhos apresentam Jesus?
Os Evangelhos não mostram um Jesus estranho em sua comunidade e muito menos um forasteiro (Mt 13.55-57; Jo 7.15, 27, 41, 42). 

 

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