googlefc.controlledMessagingFunction Lição 6: Uma Igreja não conivente com a mentira Data: 10 de agosto de 2025

Lição 6: Uma Igreja não conivente com a mentira Data: 10 de agosto de 2025

INTRODUÇÃO

A história de Ananias e Safira ensina duas lições morais principais: a importância da honestidade e a gravidade de tentar enganar ou mentir a Deus. Eles foram punidos por vender uma propriedade e reter parte do dinheiro, mentindo sobre o valor entregue aos apóstolos. A lição é que integridade e transparência são fundamentais na vida espiritual.

Eles tentaram fazer um jogo duplo, buscando a aprovação da igreja ao doar parte do dinheiro, mas também querendo ficar de bem com o mundo ao reter uma parte para si mesmos. Essa duplicidade traz uma lição sobre ser íntegro e transparente nas nossas ações e intenções.

Na vida cristã, a verdade deve ser um valor inegociável. A história de Ananias e Safira dentro da comunidade de Jerusalém revela a seriedade do compromisso com a honestidade diante de Deus e da Igreja. Movidos pela cobiça e pela busca de reconhecimento, tentaram enganar os apóstolos, mas foram desmascarados e sofreram juízo imediato. Esta lição nos ensina que a mentira não apenas compromete nosso caráter, mas também fere a santidade da Igreja. A justiça divina se manifesta para preservar a pureza do povo de Deus, destacando a necessidade de temor, integridade e sinceridade na caminhada cristã.

NOTA: O peso espiritual da mentira

O problema não foi reter parte do dinheiro — Pedro até reconhece que o valor era deles para dispor como quisessem. O pecado foi mentir deliberadamente, buscando aparentar uma generosidade falsa. 4 — Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.”

Isso revela três coisas:

·       Hipocrisia religiosa: querer parecer mais espiritual do que realmente se é.

·       Desonestidade diante de Deus: não foi apenas uma mentira social, mas uma afronta ao Espírito Santo.

·       Influência maligna: Pedro atribui a ação à obra de Satanás, mostrando que a mentira abre espaço para o mal.

A Mentira teve consequência imediata

Logo após essa declaração, Ananias cai morto. A morte súbita é vista como um juízo divino, e um grande temor se espalha entre os fiéis. Pouco depois, sua esposa Safira sofre o mesmo destino ao confirmar a mentira.

Lição tirada do episódio:

Esse episódio nos lembra que Deus valoriza a verdade, a integridade e a transparência dentro da comunidade de fé. A aparência de santidade não substitui a sinceridade do coração. 

Objetivos da Lição: 

Apresentar a origem da mentira como uma estratégia de Satanás para enganar os crentes.  Mostrar que mentir é uma escolha moral e que todo crente deve rejeitar o engano.

Valorizar a santidade da Igreja e a necessidade de viver em verdade diante de Deus.

Palavra-Chave: MENTIRA 

TEXTO ÁUREO 

Disse, então, Pedro: Ananias, porque encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?” (At 5.3).

eípen dé o Pétros: Ananía, diá tí eplírosen o Satanás tín kardían sou, pséfsasthaí se tó pnevma tó ágion kaí nosfísasthai apó tís timís toú choríou?

Texto em Grego:

εἶπεν δὲ ὁ Πέτρος· Ἁνανία, διὰ τί ἐπλήρωσεν ὁ Σατανᾶς τὴν καρδίαν σου, ψεύσασθαί σε τὸ πνεῦμα τὸ ἅγιον καὶ νοσφίσασθαι ἀπὸ τῆς τιμῆς τοῦ χωρίου;

🔤 Transliteração:

Eipen de ho Petros: Anania, dia ti eplērōsen ho Satanas tēn kardian sou, pseusasthai se to pneuma to hagion kai nosphisasthai apo tēs timēs tou chōriou? 

Palavras-chave destacadas:

Grego

Transliteração

Significado

Σατανᾶς

Satanas

Satanás

καρδίαν

kardian

Coração

ψεύσασθαί

pseusasthai

Mentir

πνεῦμα ἅγιον

pneuma hagion

Espírito Santo

νοσφίσασθαι

nosphisasthai

Reter, guardar para si

τιμῆς

timēs

Preço, valor

χωρίου

chōriou

Terreno, propriedade

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Atos 5.1-11. 

1 — Mas um certo varão chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade

2 — e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos.

3 — Disse, então, Pedro: Ananias, porque encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade?

4 — Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.

5 — E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram.

6 — E, levantando-se os jovens, cobriram o morto e, transportando-o para fora, o sepultaram.

7 — E, passando um espaço quase de três horas, entrou também sua mulher, não sabendo o que havia acontecido.

8 — E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto.

9 — Então, Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti.

10 — E logo caiu aos seus pés e expirou. E, entrando os jovens, acharam-na morta e a sepultaram junto de seu marido.

11 — E houve um grande temor em toda a igreja e em todos os que ouviram estas coisas.

I. O DIABO, O PAI DA MENTIRA

1. É da natureza satânica mentir. A Escritura afirma que Satanás induziu Ananias a mentir: “Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração...?” (At 5.3). Motivado pela cobiça, pelo desejo de obter lucro fácil, Ananias deu lugar ao Diabo, que o levou a mentir. Jesus já havia afirmado que o Diabo é o pai da mentira (Jo 8.44). Satanás está por trás de toda mentira e engano (2Ts 2.9,10). O apóstolo Paulo viu esse espírito de engano quando enfrentou Elimas, o mágico (At 13.10). O Diabo será sempre mentiroso, nunca mudará.

NOTA: O pecado foi mentir deliberadamente, buscando aparentar uma generosidade falsa.

2. A mentira como um ardil maligno. Satanás não obrigou nem forçou Ananias a mentir, mas, evidentemente plantou a semente do engano e da mentira em seu coração. A mentira é um dos seus ardis. A Escritura é bem clara: “não deis lugar ao diabo” (Ef 4.27). Por certo, Ananias sabia disso, pois estava numa igreja doutrinada pelos apóstolos (At 2.42). A questão, portanto, não estava em não saber fazer a coisa certa, mas em subestimar o ardil do Inimigo que possui a capacidade de induzir a fazer a coisa errada. É possível que o casal tenha flertado com a possibilidade de ganhar lucro e fama fingindo estar fazendo a coisa certa. Duas coisas que não são em si mesmas pecaminosas, mas quando buscadas com a intenção errada, se tornam pecado.

3. Não superestime o Inimigo! O apóstolo Paulo orienta os crentes a perdoarem e a não guardarem nenhuma raiz de amargura (2Co 2.10,11). Se por um lado não podemos superestimar o inimigo, visto ele ter sido derrotado na cruz (Cl 2.15); por outro lado, não podemos subestimá-lo. Paulo orienta os crentes a se revestirem de toda armadura de Deus para que possam ficar firmes contra as “astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11).

A expressão grega “astutas ciladas” traduz o termo grego methodeias, de onde procede nosso termo português “método”. O Diabo é meticuloso e trabalha metodicamente para enganar os cristãos. Vigiemos!

NOTA: A palavra μεθοδεία (methodeía) aparece no grego koiné do Novo Testamento e é usada com forte conotação negativa, especialmente em contextos de astúcia e engano espiritual.

🇬🇷 Forma em Grego Bíblico:

Μεθοδεία – Na sua etimologia a palavra vem da junção de dois termos gregos:

μετά (metá) – “com”, “através de”

ὁδός (hodós) – “caminho”, “via”

Literalmente, methodeía significa “seguir um caminho com método”mas no Novo Testamento, o termo é usado para descrever estratégias enganosas, planos astutos e armadilhas premeditadas, especialmente atribuídas ao Diabo.

Aparece em dois versículos:

  1. Efésios 4:14 – “…pela astúcia dos homens que induzem ao erro com suas astúcias, enganam fraudulosamente (methodeías).”
  2. Efésios 6:11 – “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo methodeías.”

Em ambos os casos, o termo descreve táticas sutis e sistemáticas usadas para desviar os fiéis da verdade. Não são ataques óbvios, mas enganos bem planejados, como se fossem.”


SINOPSE I

Satanás é a origem do engano e usa a mentira para afastar as pessoas de Deus.  

II. O CRISTÃO E A MENTIRA 

1. Mentir é uma escolha. Um fato fica evidente em Atos 5.1-11: tanto Ananias quanto sua mulher, Safira, agiram livremente na questão envolvendo a venda de uma propriedade (At 5.1,2). Isso fica ainda mais claro quando Pedro, sob o discernimento do Espírito Santo, reprova Ananias por ter tentado enganar a igreja acerca do real valor da propriedade (v.3). Ananias não foi obrigado, nem tampouco constrangido, a agir da forma como agiu. Tanto ele como sua esposa, que foi conivente com a ação dele, tomaram uma decisão livre. Mentir é uma escolha que envolve a natureza moral. Para haver responsabilidade moral é necessário que os nossos atos sejam feitos livremente, isto é, não estejam sob nenhuma força externa que nos obrigue a praticá-los. Nesse aspecto, como veremos mais a frente, eles não poderiam culpar a ninguém, nem mesmo o Diabo, pelo que fizeram.

2. Atraídos pela mentira. Se por um lado Ananias e Safira tomaram decisões livres, por outro lado, sofreram as implicações de suas decisões: “E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou” (At 5.5). Não podemos saber o que se passou pela cabeça de Ananias e Safira para agirem como agiram. O certo é que quiseram obter vantagem com a negociação feita. É possível que, ao verem os demais crentes fazendo ações louváveis, quando doavam seus bens, tivessem visto nesse gesto uma oportunidade de obterem, além do reconhecimento, o lucro pelo patrimônio que fora vendido e, supostamente, doado.

3. Mentir tem consequências. Ao agirem assim, Ananias e Safira não pensaram nas consequências de suas ações. Mesmo fazendo parte de uma igreja pentecostal, onde os dons do Espírito Santo estavam em evidência, se expuseram a uma ação mesquinha quando resolveram mentir, não somente aos apóstolos, mas ao próprio Deus. O preço pago por essas ações foi muito caro — suas próprias vidas. Antes de se praticar qualquer ação de natureza pecaminosa, é necessário pensar nas consequências que isso produzirá. Quantos crentes, muitos deles experientes, hoje lamentam por não terem levado em conta as consequências de suas ações? Vigiemos!

SINOPSE II

O crente deve rejeitar toda falsidade, pois a mentira compromete seu testemunho e comunhão com Deus.

III. A IGREJA QUE REPELE A MENTIRA

1. Uma igreja temente. Lucas destaca que os fatos ocorridos com Ananias e Safira trouxeram um grande temor dentro e fora da Igreja (At 5.11). A palavra “temor” traduz o termo grego phobos, que também aparece no versículo 5 deste mesmo capítulo. Muitas vezes essa palavra é traduzida com o sentido de “medo” (Mt 28.4; Lc 21.26; Jo 7.13). Contudo, aqui nesse contexto o sentido é de “reverência” e “respeito” como em Atos 2.43 e outras passagens neotestamentárias (cf. At 9.31; 19.17; 1Co 2.3; 2Co 7.1; 2Co 7.15). Se Deus não tivesse usado Pedro para parar o intento daquele casal, o pecado teria entrado na Primeira Igreja e, sem dúvidas, causado danos irreparáveis. Esse julgamento de Deus, além do fato de punir o pecado do casal, serviu para mostrar quão séria é a Igreja de Deus. Ninguém pode agir na Igreja de Deus da forma que achar mais conveniente, pensando que não estará sujeito ao julgamento divino.

NOTA: A palavra grega φόβος (phobos) aparece com frequência nas Escrituras. Ela pode se referir tanto ao medo humano quanto ao temor reverente diante de Deus, dependendo do contexto.

Na sua etimologia...

  • Deriva do verbo φοβέομαι (phobeomai/fovéomê)“temer”, “ficar assustado”
  • Está relacionada à raiz que originou a palavra fobia em português

Sentido Bíblico

O termo phobos tem dupla aplicação nas Escrituras:

1. Medo humano (negativo)

  • Refere-se ao medo que paralisa, à ansiedade ou ao pavor diante de perigos.
  • Exemplo: Mateus 28:4 – Os guardas “tremeram de medo (phobos)” diante do anjo

2. Temor reverente (positivo)

  • Expressa respeito profundo, reverência e admiração diante da santidade de Deus
  • Exemplo: Atos 9:31 – A igreja “andava no temor (phobos) do Senhor”

Esse segundo uso é considerado saudável e desejável, pois leva à sabedoria, obediência e intimidade com Deus.

Aplicação Prática

Tipo de Phobos

Efeito Espiritual

Exemplo Bíblico

Medo humano

Paralisa, gera insegurança

Mateus 14:30

Temor do Senhor

Produz sabedoria e santidade

Provérbios 1:7

Provérbios 1:7 diz: “O temor (phobos) do Senhor é o princípio da sabedoria.”
Esse tipo de temor não é medo de punição, mas reconhecimento da grandeza divina.
 

2. Uma igreja forte. Mais uma vez, Lucas destaca que “muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos” (At 5.12). Isso mostra que uma igreja santa, que trata o pecado como pecado e não arranja desculpas para justificá-lo, é uma igreja forte. A prova disso é a manifestação dos dons espirituais que levou os apóstolos a fazerem milagres extraordinários. Uma igreja fraca, anêmica por falta de disciplina espiritual e que aprendeu a tolerar o pecado em seu meio, torna-se inoperante.  

SINOPSE III

A Igreja deve zelar pela verdade, pois Deus exige santidade e transparência em seu povo.

VERDADE PRÁTICA 

Como toda forma de engano, a mentira é pecado. Devemos, então, andar sempre na luz da verdade.

Aplicação: Como servos de Deus, devemos viver em integridade, rejeitando toda forma de engano, pois a verdade fortalece nossa comunhão com Cristo e preserva a santidade da Igreja.

CONCLUSÃO

É possível um crente pecar e se acostumar com o pecado sem se arrepender. É possível que ele encontre até mesmo justificativas plausíveis para comportamentos notadamente pecaminosos. Contudo, uma coisa é certa: não é possível escapar do juízo divino. No caso da igreja de Jerusalém, o juízo divino veio de forma rápida e precisa. Já, em outros, como no caso de Corinto, o apóstolo Paulo cobrou uma ação enérgica por parte da igreja que havia se tornado tolerante em relação ao comportamento pecaminoso de um crente (1Co 5.1-13). Em outra situação, Paulo deixou claro que Deus exerceu seu direito de juiz com aqueles que haviam pecado (1Co 11.30-32). Fica o alerta: ninguém é capaz de enganar a Deus. 

REVISANDO O CONTEÚDO 

1. Segundo a lição, o que motivou Ananias a mentir?

Motivado pela cobiça, pelo desejo de obter lucro fácil, Ananias deu lugar ao Diabo que o levou a mentir.

2. O que Satanás semeou no coração de Ananias?

Satanás não obrigou nem forçou Ananias a mentir, mas, evidentemente semeou a semente do engano e da mentira em seu coração. 

3. O que fica evidente em Atos 5.1-11?

Um fato fica evidente em Atos 5.1-11: tanto Ananias quanto sua mulher, Safira, agiram livremente na questão envolvendo a venda de uma propriedade. 

4. O que é necessário pensar antes de qualquer prática de natureza pecaminosa?

É necessário pensar nas consequências que isso produzirá, ou seja, as consequências espirituais e morais do pecado. 

5. O que, de acordo com a lição e o contexto de Atos 5.1-11, Atos 5.12 mostra?

Isso mostra que uma igreja santa, que trata o pecado como pecado e não arranja desculpas para justificá-lo, é uma igreja forte.

 

 

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