INTRODUÇÃO
O ser humano criado em santidade à imagem de Deus
(vídeo), foi corrompido pelo pecado de tal modo que somente em Cristo é
possível a sua restauração a Deus. O capítulo 3 de Gênesis relata como o pecado
entrou na humanidade e, em Romanos 5, o Apóstolo Paulo mostra a extensão dessa corrupção em todos os seres
humanos. A lição de hoje pretende mostrar a origem e a dimensão do pecado na
humanidade e refutar, à luz da Bíblia, as principais crenças inadequadas.
Palavra-Chave: Pecado
Objetivos da Lição:
I) Explicar a doutrina bíblica do pecado e sua extensão;
II) Mostrar a heresia que nega o advento do pecado;
III) Pontuar o perigo dessa heresia para a vida do crente e da Igreja.
TEXTO ÁUREO
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”
(Rm 3.23)
Grego: πάντες γὰρ
ἥμαρτον καὶ ὑστεροῦνται τῆς δόξης τοῦ Θεοῦ.
Transliterado: Pantes gar hemarton kai hysterountai tēs doxēs tou
Theou. (pántes gár ímarton kaí
ysteroúntai tís dóxis toú Theoú.)
Hebraico
No Antigo Testamento, a palavra
hebraica mais comum para pecado é "חטא"
(chatá).
Etimologicamente, essa palavra tem a ideia de "errar o alvo" ou "falhar",
sugerindo uma falta de
conformidade com um padrão ou propósito.
Exemplo de versículo: Versículo: Salmos 51:5 “"Eis que em iniquidade
fui formado, e em
pecado me concebeu minha mãe."
Texto: "הֵן־בְּעָוֹן חוֹלָלְתִּי וּבְחֵטְא
יֶחֱמַתְנִי אִמִּי"
Transliterado: (Hen-be'avon cholalety uvechete yechemateny imy)
Grego
No Novo Testamento, a palavra grega mais comum para pecado é
"ἁμαρτία" (hamartia).
Etimologicamente, também carrega a ideia de "errar o alvo" ou "faltar", e
é usada para descrever uma
condição de separação ou falha em relação à vontade de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Gênesis 3.1,6,7; Romanos 5.12-14
Gênesis 3
1- Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor
Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do
jardim?
6-E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos
olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu
marido, e ele comeu com ela.
7-Então, foram abertos os olhos de ambos,
e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si
aventais.
Romanos 5
12 Pelo que, como por um
homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.
13 Porque até à lei estava
o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei.
14 No entanto, a morte reinou
desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da
transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.
I-A DOUTRINA BÍBLICA DO PECADO E SUA EXTENSÃO
1- O autor
do pecado (Gn 3.1,2). Adão podia comer livremente de toda árvore no jardim, mas foi advertido
para não comer da árvore “da
ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás” (Gn 2. 17). A Bíblia nos
conta que o autor do pecado, a serpente que enganou Eva, é o próprio Diabo e
Satanás, a antiga serpente” (Ap 12.9); o maioral dos demônios (Mt 12.24;
25.41). Era originalmente o querubim ungido, perfeito em sabedoria e
formosura (Ez 28.12-15) que se rebelou contra Deus e foi expulso do céu (Is
14.12-15).
Com sua queda, vieram com ele os anjos que aderiram
à rebelião, e uma parte deles continua em prisão (2 Pe 2.4; Jd 6). Essa é uma
possível explicação para a origem dos demônios. A intromissão da serpente no
jardim já era o querubim expulso agindo por meio dela. Assim, o pecado não teve
a sua origem no Éden.
2- “Foram
abertos os olhos de ambos” (Gn 3.7). Quando o casal comeu o fruto proibido, ambos perceberam
que estavam nus, envergonharam-se e procuraram se esconder da presença de Deus (Gn 3.7,8). Era a ruptura imediata da comunhão com o Criador, é a morte espiritual,
pois morte significa separação (Is 59.2). O pecado separa o ser humano de Deus.
Nessa ocasião, ainda no Éden, Deus anunciou a vinda do Redentor (Gn 3.15) e, em
seguida, pronunciou a sentença do casal (Gn 3.16-19) e à sua posteridade. Foi por causa dessa
desobediência que o pecado entrou no mundo e, com ele, a morte (Rm 5.12).
Esse desastre é conhecido como a Queda da
humanidade.
NOTA: O termo presença em Gênesis 3:8 é “panêh” e
significa a presença da face de Deus.
"Wayyishme'u 'eth-qowl YHWH 'Elohim mithallēk baggan laruh ha-yom,
wayyithabē ha-'ādām we'ishtō mippenē
YHWH 'Elohim betōk 'ets ha-gan."
A palavra hebraica para "presença" neste
contexto é "פָּנִים" (pānîm). O significado
literal de "pānîm" é "face" ou "faces", mas
também é usada para referir-se à presença de uma pessoa, especialmente de Deus.
A palavra "pānîm" implica não apenas a ideia de estar fisicamente
diante de alguém, mas também um relacionamento ou interação direta. No contexto
bíblico, estar na "presença de Deus" significa estar em proximidade e
interação com Ele.
3- A
consequência da Queda no Éden. A Bíblia não mostra como essa transmissão do
pecado de Adão passou a
todos os humanos, mas afirma sua realidade: “Pelo que,
como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim
também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).
Essa é a revelação mais contundente sobre como a transgressão passou para toda
a humanidade. Esse pensamento é reiterado mais adiante (Co
15. 45-49).
NOTA:
45Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão,
em espírito
vivificante. 46Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal; depois, o espiritual. 47O primeiro homem, da terra, é terreno; o
segundo homem, o Senhor, é do
céu. 48Qual o terreno, tais são também os terrenos; e, qual o celestial,
tais também os celestiais. 49E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim
traremos também a imagem do celestial. 50E, agora, digo isto, irmãos: que carne
e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção.
Aqui em 1 Coríntios 15:45-49, Paulo faz uma distinção entre o
"primeiro homem" (Adão) e o "último Adão" (Cristo). Ele se
refere ao "homem natural" ou "homem animal" usando a palavra grega ψυχικός (psychikós), que pode
ser traduzida como "natural"
ou "pertencente à alma".
A palavra grega ψυχικός
(psychikós) está relacionada à ψυχή (psuchē), que significa "alma" ou
"vida". Isso é semelhante à palavra latina anima,
que também se refere à alma ou ao espírito. Então, há uma conexão conceitual entre o grego ψυχικός e o
latim anima, pois ambos se referem à parte imaterial ou espiritual do
ser humano.
Portanto, quando Paulo se refere ao "homem natural" ou
"homem animal", ele está falando sobre a natureza psíquica ou anímica
do ser humano, que está em contraste com a natureza espiritual do "último
Adão" (Cristo).
4- Extensão
do pecado. O pecado
se estende a todas as pessoas e corrompeu na sua totalidade, corpo, alma, espírito (Rm 2.9; 8.10; 2 Co 7.1), intelecto e vontade (Is
1.3; Jr 17.9), consciência
e razão (1 Tm 4.2; Tt 1.15). Tudo isso diz respeito à extensão dos pés à
cabeça (Is 1.5,6) e não se refere à intensidade. O ser humano está incapacitado de conhecer a Deus por
seus próprios esforços. Mas
a imagem de Deus, no ser humano caído, não foi erradicada, está desfigurada,
mas não aniquilada (Gn 9.6; Tg 3.9). Isso inclui também o
livre-arbítrio, pois os pecadores têm liberdade de escolha (Js 24.15; Jo 7.17;
2 Pe 3.5; Ap 22.17).
SINOPSE I
O pecado não teve sua origem no Éden, mas em
Satanás, a antiga serpente.
II- A HERESIA QUE NEGA O ADVENTO DO PECADO
1- O
Pelagianismo. O Pelagianismo é a heresia mais antiga na história da igreja no tocante à
pecaminosidade no gênero humano. O nome vem de Pelágio, monge erudito britânico
(360-420) que se transferiu para Roma em 409. Foi contemporâneo de Agostinho
de Hipona (354-430).
A princípio,
a sua doutrina teve acolhida popular e não era considerada herética porque
parecia se tratar de um assunto meramente ético e não teológico. A controvérsia
não foi desencadeada com o próprio Pelágio, mas com Celéstio,
jurista romano de origem britânica, um dos principais porta-vozes das ideias
pelagianas. A fonte da doutrina pelagiana são os escritos dos seus
oponentes, não existe nada escrito pelo próprio Pelágio. O que se sabe, com
certeza, sobre a sua teologia se resume nisto: o ser humano não nasce em pecado, a transgressão de Adão
não afeta diretamente os outros, não existe pecado original, não existe a
corrupção geral do gênero humano. Esses são alguns pontos do pensamento
deles. O Pelagianismo foi condenado no Concílio de
Éfeso em 431.
b) Resposta
bíblica. O Pecado Original é aquele que veio da Queda de
Adão, a Bíblia afirma que a transgressão de Adão levou toda a humanidade ao
pecado e isso é uma verdade bíblica “12Pelo que, como por um
homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte
passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. (Rm 5.12). Esse homem pelo qual o
pecado se estendeu à toda humanidade é Adão (Rm 5.14). A evidência incontestável dessa transmissão do
pecado de Adão para a sua posteridade é a morte (Rm 5.12b). A corrupção
do gênero humano é um fato incontestável revelado nas Escrituras (Sl 51.5; Is
1.5,6; Rm 3.10-12) e confirmado na própria experiência humana.
2- A morte
de Jesus em favor dos pecadores. O Alcorão nega a
crucificação e a morte de Jesus e, conclui que não havia necessidade de
Jesus morrer pelos pecados da humanidade. A cruz de Cristo sempre foi um escândalo (vídeo) para o
mundo, uma ofensa para os que estão nas trevas (1 Co 1.23).
SINOPSE II
O Pelagianismo é a heresia que nega a realidade do advento
do Pecado
III- O PERIGO DESSA HERESIA PARA A VIDA DO CRENTE E DA
IGREJA
1-
Pensamentos pelagianistas em nossos dias. Essas ideias
estão ainda hoje nas religiões reencarnacionistas que negam a Queda do Éden. O
movimento religioso denominado Ciência Cristã nega a existência
do pecado; no Mormonismo, a transgressão de Adão não passou
para a raça humana, cada pessoa é responsável somente pelos seus próprios
pecados. Devemos conhecer bem aquilo em que nós cremos
e também o ponto de vista do outro para sabermos conversar. Essas
pessoas estão entre nós no dia a dia, e é bom saber como identificar a teologia
antibíblica delas para apresentar o Evangelho que as conduza à salvação, porque
Jesus morreu por elas também (Jo 3.16; 1 Co 15.3; 1 Tm 1.15). E nessa missão,
temos a ajuda do Espírito Santo (Lc 12.12).
2- O
perigo. Quando as
pessoas não conhecem bem as crenças e as práticas de sua igreja, terminam
atraídas facilmente por ensinos diferentes, que às vezes lhes
parece correto, e por isso nem examinam seus fundamentos (1 Ts 5.21; 1 Jo 4.1). O analfabetismo bíblico é o drama do nosso século que tem
levado essas pessoas para o erro doutrinário.
SINOPSE III
Os pensamentos pelagianistas podem ser percebidos
por meio das religiões reencarnacionistas, da Ciência Cristã, do mormonismo.
CONCLUSÃO
Mesmo nesse estado de corrupção total, nem tudo
está perdido, há esperança. Desde a Queda de Adão no Éden, Deus tem demonstrado
seu amor e cuidado com a posteridade do primeiro casal. Deus não nos abandonou.
Em seu amor e misericórdia, “nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça
sois salvos)” (Ef 2.5).
VERDADE PRÁTICA
O pecado é um
elemento real na vida de todas as pessoas desde o ventre materno.
REVISANDO O
CONTEÚDO
1- Quem é o autor do pecado?
A Bíblia nos conta que o autor do pecado, a serpente que enganou Eva, é o
próprio diabo e Satanás, a antiga serpente”.
2- Qual a passagem bíblica mais contundente que mostra que herdamos a
transgressão de Adão?
“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a
morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos
pecaram” (Rm 5.12).
3- Em que se resume o Pelagianismo?
O ser humano não nasce em pecado, a transgressão de Adão não afeta
diretamente os outros, não existe pecado original, não existe a corrupção geral
do gênero humano.
4- Qual a evidência incontestável da transmissão do pecado de Adão para toda
a humanidade?
A evidência incontestável dessa transmissão do pecado de Adão para a sua
posteridade é a morte (Rm 5.12b).
5- Quais grupos religiosos representam hoje algumas das ideias do
pelagianismo?
As religiões reencarnacionistas, Ciência Cristã e mormonismo